Algumas obras, além de paredes, erguem possibilidades. Em Flores da Cunha, o projeto de construção de um novo teatro nasce desse tipo de gesto, e o espaço segue tomando forma nos fundos da Casa de Cultura Flávio Luis Ferrarini.
O local já passou por diversas intervenções. Entre as melhorias realizadas estão o fechamento da estrutura, a pintura, a troca completa do telhado — agora com isolamento acústico — e a execução de novos acessos e ajustes internos, que deixam o ambiente pronto para avançar às próximas etapas da obra.
O projeto entra agora em sua fase decisiva. A nova etapa contempla a finalização da obra civil e dos acabamentos, incluindo o assoalho do palco, o carpete da plateia e a conclusão das instalações elétricas e do sistema de climatização.
Também estão previstas a colocação das poltronas e da vestimenta cênica, consolidando o espaço que, quando finalizado, terá capacidade para 330 pessoas — o maior ambiente cultural fechado de Flores da Cunha.
Para celebrar este importante passo foi realizada, na tarde desta quinta-feira (13), uma solenidade para marcar a Implantação do Teatro da Casa de Cultura Flávio Luis Ferrarini. O evento ocupou a própria obra, junto à Casa de Cultura Flávio Luis Ferrarini, e emocionou os presentes com música e declamação de poesia.
Na oportunidade fizeram uso da palavra a fundadora do Instituto Flávio Luis Ferrarini e irmã do escritor, Madeleine Ferrarini. Representando os patrocinadores do projeto, Cladir Mioranza fez sua manifestação. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Cultura e Inovação Tiago Centenaro Mignoni; a secretária de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente Roseane Machado Pradella; a presidente da Câmara de Vereadores de Flores da Cunha Silvana De Carli; o prefeito municipal César Ulian e o representante da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (SEDAC), André Kryszczun, também pronunciaram algumas palavras para marcar o feito.
(Foto: Karine Bergozza)
“Um sonho antigo e um marco para o cenário cultural”
O investimento ultrapassa R$ 2,8 milhões, sendo R$ 1.993.749,20 oriundos da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e R$ 878.764,26 repassados pela Prefeitura. A realização é do Instituto Flávio Luis Ferrarini, em parceria com o Executivo municipal e com o patrocínio das empresas Caderode, Concretos Florense, Vinícola Mioranza, Keko Acessórios e Mineração Florense.
Para a subsecretária de Cultura, Adriana Boeira Dotti, a continuidade das obras representa a consolidação de um compromisso com o futuro do município.
— A Subsecretaria de Cultura tem acompanhado cada etapa do projeto. Nosso papel é garantir que o novo teatro seja um espaço funcional, moderno e adequado às necessidades dos artistas e da comunidade — reforça.
Adriana explica que o avanço da produção é também uma resposta à vontade antiga da população de ver a cidade ganhar um espaço capaz de acolher as diversas formas de arte e destacar os dons locais.
— Representa um sonho antigo e um marco para o cenário cultural. Ter um teatro próprio significa valorizar nossos talentos e abrir espaço para novas expressões artísticas, fortalecendo a identidade cultural do município — destaca, completando:
— Investir em cultura é investir nas pessoas! O novo teatro é um presente para a comunidade, um espaço para viver experiências, se emocionar e aprender. É um investimento que vai deixar um legado para as próximas gerações.
Um novo capítulo para a arte florense
O lançamento oficial da nova fase de execução simbolizou o início de um novo capítulo para a arte florense.
— É um sentimento de realização e de orgulho. Ver o projeto sair do papel é a concretização de um sonho coletivo, resultado do empenho de muitas mãos e do apoio de parceiros públicos e privados. Para todos nós, é uma emoção imensa ver a cultura de Flores da Cunha ganhar mais um lar — enaltece a subsecretária Adriana.
De acordo com a secretária de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente, Rosiane Machado Pradella, o cronograma segue dentro do previsto, com previsão de entrega em até oito meses.
— O andamento da obra está em dia e, em uma previsão de oito meses, resultará em um teatro pronto para uso, preparado para receber artistas e o público em um ambiente moderno e funcional. A conclusão do projeto amplia as possibilidades de eventos e consolida o investimento do município na valorização da cultura — explica.
(Foto: Sohfia Marcon Fioreze)
A força de um sonho
A gestora cultural Cristina Schneider acompanha o projeto desde sua concepção e vê na obra um divisor de águas para o cenário cultural da Terra do Galo. Para ela, o novo teatro responde a uma carência histórica da cidade e inaugura um tempo de novas possibilidades para a produção artística.
— O novo teatro vai ter um papel fundamental na cultura de Flores da Cunha como um espaço de convívio, de difusão da cultura, não só de expressões artísticas, mas também culturais, e um espaço mais amplo do que outros que existem hoje disponíveis no município.
Com 12 anos de atuação na área cultural da cidade, Cristina observa um amadurecimento da relação entre poder público e organizações. Ela também reforça a importância da união entre diferentes setores para viabilizar o projeto.
— Eu me sinto muito honrada de fazer parte desse momento. É uma equipe multidisciplinar, com diferentes atores. Me enche de orgulho, não só em relação à preservação dos principais referenciais históricos e arquitetônicos, mas também na garantia de espaços onde a cultura possa fruir e exercer efetivamente a cidadania — elogia.
O impacto econômico e social do novo teatro também é parte do planejamento. A subsecretária Adriana acredita que o espaço contribuirá para ampliar o turismo cultural e fortalecer a economia local.
— O teatro vai atrair visitantes e movimentar o turismo. Com apresentações, festivais e eventos, Flores da Cunha passará a ter mais opções culturais durante o ano, beneficiando também o comércio, restaurantes e hotéis daqui — finaliza.
