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Dois presos por feminicídio de adolescente em Flores da Cunha

Investigação sobre o desaparecimento de Alânys da Silva Kenig teve final trágico no interior de Mato Perso
(Foto: Polícia Civil, divulgação)

Dois suspeitos estão presos pela morte de Alânys da Silva Kenig, de 17 anos, em Flores da Cunha. A principal linha de investigação da Polícia Civil é de feminicídio. O principal suspeito é o namorado da adolescente, um homem de 43 anos que foi preso com um revólver após um acidente de trânsito em São Sebastião do Caí, quando supostamente fugia do avanço das investigações. O outro preso e um terceiro investigado teriam auxiliado na ocultação do cadáver.

Alânys foi vista pela última vez no dia 17 de outubro, e seu corpo foi encontrado em um barranco na Estrada José Dani, no distrito de Mato Perso, interior de Flores da Cunha, na última quinta-feira (13). Um dos detidos foi quem levou os policiais até o local.

(Foto: Arquivo Pessoal)

A adolescente foi morta com um tiro na cabeça. O corpo estava em avançado estado de decomposição e a perícia indica que ela foi assassinada no dia do desaparecimento.

Desde agosto, a adolescente morava com o namorado de 43 anos no bairro São Gotardo. Foi este homem que registrou o boletim de ocorrência do desaparecimento da jovem.

Inicialmente, a Polícia Civil tinha informações de que Alânys poderia ter ido para o bairro Cânyon, em Caxias do Sul. Essa tese foi descartada, e os indícios apontaram para um possível feminicídio.

No dia 5 de novembro, o homem de 43 anos foi preso no km 7 da ERS-122, em São Sebastião do Caí. Ele conduzia um Peugeot 207 que colidiu na traseira de um Volkswagen Gol. No atendimento da ocorrência, os policiais rodoviários encontraram um revólver calibre .38 sem numeração, 42 munições intactas e 27 porções de cocaína dentro do Peugeot.

A tese policial é de que o homem estava fugindo de Flores da Cunha em razão do avanço das investigações. Os policiais civis identificaram outro suspeito de participar do crime. Foi ele quem levou os investigadores até o barranco com mata de difícil acesso, onde foi necessário o apoio dos bombeiros para resgatar o corpo da vítima.

A Polícia Civil confirma que há um terceiro investigado, também suspeito de auxiliar na ocultação do cadáver. A delegada Thais Postiglione Peteffi, que atua em substituição na Delegacia de Flores da Cunha, afirma que o inquérito policial será concluído até o início da próxima semana.

“Sonhava fazer faculdade de Psicologia”

O desaparecimento de Alânys da Silva Kenig causou comoção nas redes sociais. Muitos amigos lembraram da jovem estudiosa que passou pelas escolas Frei Caneca e São José. A jovem morava com a avó, Tânia Teixeira, e dois irmãos mais novos no bairro Lagoa Bela.

— Ela estudava e, no outro turno, cuidava dos irmãos. A Alânys sempre foi uma menina muito meiga e sorridente. Era inteligente, nunca me deu problemas na escola. Ela gostava muito de crianças e de idosos. Era vaidosa e sonhava em fazer faculdade de Psicologia. Estava fazendo curso de manicure porque queria trabalhar em um salão para pagar a faculdade dela — revela a avó.

A família é natural de Vacaria e se mudou para Flores da Cunha durante a pandemia de covid-19, trazida pela avó Tânia, que buscava um lugar mais seguro para o neto caçula, que enfrentava um câncer na época. A matriarca tinha a tutela dos três netos e contava com o apoio de Alânys para cuidar dos mais novos.

Infelizmente, a história da adolescente sonhadora mudou a partir deste novo relacionamento. Alânys decidiu largar os estudos e, em agosto, foi morar com o namorado no bairro São Gotardo. Ainda assim, mantinha contato telefônico quase diário com a avó, que reforça a boa índole da jovem.

— Enquanto morou comigo, a Alânys não usava drogas. Quero deixar claro que ela não era usuária de drogas, como vi pessoas falando pelas redes sociais. Infelizmente, começou a se envolver com pessoas erradas. Eu “briguei” com ela para não largar os estudos, mas sabe como é adolescente — lamenta Tânia.

A avó ficou sabendo do sumiço por meio do namorado. Como Alânys morava com ele, Tânia o convenceu a registrar o desaparecimento na Polícia Civil. A partir daí, passou a acompanhar diariamente o trabalho policial, com esperanças de reencontrar a neta.

— A polícia fez o que podia fazer. Fizeram um esforço enorme, foi quase um mês procurando. Pelo menos, eu pude enterrar ela. Não vou passar a vida inteira pensando se ela estava viva ou não. Não foi dívida de drogas o motivo do crime. Espero que a investigação esclareça tudo — agradece a avó.

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