Com a suspensão do projeto habitacional para a construção de 50 moradias em Nova Roma, a Prefeitura iniciou a construção de uma nova proposta para enfrentar o déficit habitacional. Embora o formato do Minha Casa, Minha Vida não deva ser retomado, já que o processo federal segue uma linha rígida de etapas e prazos, a administração planeja desenvolver um programa próprio, com regras e implantação adaptadas à realidade florense.
A intenção é apresentar uma alternativa mais alinhada às expectativas da comunidade de Nova Roma, mas sem perder de vista a urgência do problema, já que a falta de imóveis disponíveis tem afetado diretamente o desenvolvimento econômico do município, especialmente pela escassez de mão de obra.
Uma das razões apontadas por quem critica a posição da comunidade é a suposição de que a resistência ao projeto se daria pelo fato de se tratar de famílias de baixa renda, o que poderia desvalorizar a localidade. No entanto, o líder comunitário Osmar Doro garante que a preocupação não está nesse ponto, mas sim com a infraestrutura e o modo como as casas seriam construídas.
— A preocupação não é com o perfil socioeconômico dos moradores que seriam beneficiados, já que a maioria dos moradores do bairro são famílias humildes. A preocupação foi sempre quanto à infraestrutura. As críticas são no sentido de que a necessidade das famílias carentes não justifica a construção de casas com menos de 5 metros de largura, com vias sem a possibilidade de circulação adequada e de forma aglomerada — pondera.
Ex-vereador sugere loteamento no São José
Além das preocupações com o tamanho das casas e a organização das vias, a discussão sobre o projeto também envolve a localização escolhida para as novas moradias. Doro sugere que um novo loteamento seja construído no bairro São José.
— É oportuno dizer que o município é grande o bastante e dispõe de áreas públicas muito bem localizadas, mas por que tem que ser em Nova Roma? Que já está crescendo por si própria! Temos, por exemplo, um terreno baldio em frente à APAE, no Bairro São José, que teria plenas condições de espaço e infraestrutura urbana para contemplar os interesses sociais dos mais necessitados — opina o morador de Nova Roma.
O entendimento atual da Prefeitura, porém, é de que Nova Roma continua sendo a área indicada para receber um novo loteamento. O bairro está em expansão, com obras em andamento na área da saúde e da educação.
Parceria público-privada é nova opção
A Prefeitura reforça que, além do programa Minha Casa, Minha Vida, está avaliando outras alternativas para ampliar a oferta de moradias, sem depender exclusivamente de iniciativas federais. Entre as possibilidades está a abertura de um edital que permita diferentes modelos de financiamento, incluindo a participação da iniciativa privada.
A administração entende que parcerias público-privadas podem ser um caminho para viabilizar novas unidades habitacionais.
Em nota, a Prefeitura ressalta que:
“segue trabalhando para apresentar, em breve, uma nova proposta habitacional, construída com diálogo, responsabilidade e compromisso com o bem-estar da comunidade”.
