Após o temporal que causou um rastro de destruição em Travessão Alfredo Chaves, no interior de Flores da Cunha, na tarde de segunda-feira (8), equipes da Defesa Civil do Estado seguem mobilizadas no município para prestar apoio às ações de resposta e recuperação. O coordenador estadual da Defesa Civil, Luciano Boeira, acompanhou os trabalhos e detalhou, em entrevista, as primeiras avaliações sobre os danos e os riscos ainda presentes na região.
As equipes estaduais foram deslocadas logo após a confirmação dos primeiros estragos no município. Na manhã desta terça-feira (9), forças de resposta como Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e equipes municipais atuaram em conjunto para mapear os impactos. O levantamento inicial aponta estruturas colapsadas e prejuízos expressivos, especialmente na comunidade de Alfredo Chaves.

Luciano Boeira, coordenador estadual da Defesa Civil. (Foto: Tatiana Ferrarini)
Apesar da destruição, Boeira destacou um ponto positivo: não há registro de feridos.
— Recebemos a determinação do governador Eduardo Leite para deslocar todas as equipes necessárias para dar suporte. À noite já realizamos uma reunião de alinhamento com o prefeito César para definir as ações que seriam desenvolvidas no início do dia. Os danos foram impressionantes, mas felizmente ninguém se machucou. Agora estamos focados em preservar a integridade física das pessoas, porque ainda há previsão de chuva — relatou.
Instabilidade continua e exige atenção da população
O coordenador reforçou que o Estado permanece sob alerta devido à formação de um ciclone extratropical, que deve intensificar rajadas de vento principalmente na metade leste do Rio Grande do Sul. Ele alertou para a possibilidade de novas tempestades localizadas ao longo do dia.
— Não posso afirmar que serão da mesma intensidade, mas podem chegar ao nível do que vimos ontem. Por isso é fundamental que a população siga as orientações, preste atenção aos avisos da Defesa Civil e adote medidas de autoproteção. Sempre que receber um alerta, não se exponha — salienta.
Os avisos estão sendo enviados por SMS e também via cell broadcast, sistema que emite mensagens automaticamente a todos os celulares da região afetada.
Tornado ou microexplosão?
A Defesa Civil também trabalha para identificar o fenômeno meteorológico responsável pelo rastro de destruição em Travessão Alfredo Chaves. Um levantamento aéreo é realizado, e as imagens serão analisadas pelo Centro de Monitoramento da Defesa Civil.
— Não temos condições de afirmar ainda se foi um tornado, uma microexplosão ou outro tipo de evento. Assim que tivermos a identificação, emitiremos uma nota oficial — afirma Boeira.
O coordenador destacou que eventos como esse podem ocorrer de forma isolada em dias de forte instabilidade, ainda que não sejam considerados prováveis.
— Ao redor de áreas muito afetadas (pela força dos ventos), vemos casas totalmente preservadas. É uma característica desses sistemas intensos e localizados.
Restauração de serviços e apoio ao setor agrícola
As equipes da força-tarefa seguem trabalhando para restabelecer energia elétrica e serviços essenciais. Em Nova Pádua, município vizinho que também foi afetado, o fornecimento foi normalizado ainda nesta manhã. Em Flores da Cunha, a prioridade inclui a recuperação de estruturas básicas do interior.
A Defesa Civil também está atenta aos impactos na agricultura, especialmente em parreirais derrubados pela ventania. Outras secretarias estaduais devem auxiliar na avaliação e na busca por medidas de apoio aos produtores.
— Seguiremos aqui pelo tempo que for necessário para restabelecer a normalidade. Sabemos que algumas estruturas levarão mais tempo, mas os serviços básicos precisam voltar o quanto antes e estamos trabalhando para isso — conclui Boeira.

