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Ginásio inacabado continua residência de andarilhos

Estrutura do poliesportivo abriga, há mais de um ano, moradores de rua. Insistente ajuda dos órgãos de assistência social não teve êxito
Áureo (E) e José Carlos: “Papo vai

A população de Flores da Cunha está um pouco menor. O inacabado ginásio poliesportivo, que antes abrigava quatro moradores, agora serve de casa para apenas dois. Por enquanto. Os irmãos que estavam no espaço no final da tarde da última terça-feira, dia 15, são os mesmos que estavam lá em novembro de 2011, quando a reportagem do jornal O Florense esteve no local. A situação continua exatamente a mesma da conferida também em maio do ano passado: o poliesportivo não recebeu nenhum tijolo novo, embora o processo de licitação esteja lento, e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social oferecer ajuda e oportunidades de emprego aos moradores. Citando as palavras de um deles: “Papo vai, papo vem…” E nada mudou.

José Carlos de Almeida, 41 anos, e Áureo Correa de Almeida, 36 anos, têm como morada o ginásio poliesportivo. Uma barraca de lona, muitos tecidos soltos e cordas formam um abrigo do vento. Um fogão à lenha conta com pequenas panelas e restos de comida, além da mesa e um sofá, que podem lembrar uma cozinha tradicional, se não fosse o fato de ser um prédio em obras.

Dentre as informações desencontradas fornecidas pelos irmãos está o fato de que, quando os trabalhos forem retomados, eles deverão deixar o local. Representantes do Cras já ofereceram ajuda e oportunidades de trabalho aos irmãos, que parecem não se importar com a preocupação dos entes públicos. De acordo com a coordenadora do Cras, Taíse Girotto, os irmãos receberam ajuda para encaminhar documentos; uma busca ativa com orientações e alternativas para inclusão no mercado de trabalho; além de encaminhamento para atendimento do irmão mais novo que tem problemas de saúde mental e alcoolismo. A locação de uma casa no loteamento Pérola também foi intermediada pelo Cras, mas os irmãos não aceitaram a responsabilidade de pagar pelo aluguel.

O caso dos irmãos é assistido pela Secretaria da Saúde desde 2006 e, desde setembro do ano passado, o Cras passou a dar assistência à dupla. O andarilho Almeida conta que faz algumas peças de artesanato e realiza trabalhos de roçada para ganhar algum dinheiro. A máquina de roçar foi adquirida por ele há seis meses. Quando questionado de como foram parar ali, o morador não sabe o que responder. “Começamos a não ter dinheiro e não conseguimos manter uma casa. Temos irmãos que moram em Caxias do Sul e Casca, mas cada um tem seus problemas. Recebemos água e alguns objetos dos moradores, mas ganhar uma casa seria muito bom”, propôs Almeida, repetindo o que disse há seis meses.

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