O surfe é um esporte feito na superfície da água (seu nome provém da palavra inglesa “surface”). Basicamente, consiste no deslize pelas ondas do mar com o uso de uma prancha. Ele é originário da Polinésia, um conjunto de ilhas do Pacífico. Acredita-se que o esporte surgiu quando pescadores perceberam que, usando uma tábua de madeira, era mais fácil chegar à margem do mar.
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Em 1778, o navegador inglês James Cook chegou ao arquipélago do Havaí e levou a ideia do esporte para a Europa. Na década de 1950, o esporte ganhou grande popularidade nos Estados Unidos, especialmente no Estado da Califórnia. E a partir das décadas de 1970 e 1980, iniciaram-se os campeonatos profissionais. Mas, afinal, o que esse esporte praticado no mar tem a ver com quem reside na Serra.
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Muitos florenses são atraídos pelo surfe e se deslocam às praias do Brasil e do mundo para praticar e se divertir. O empresário Gregory Gavazzoni, o “Greg”, 31 anos, é um deles. O gosto pelo surfe começou há cerca de dez anos. “Comecei assistindo campeonatos de WCT na TV e acompanhava todas as etapas do circuito. Por gostar muito de mar e ser um esporte individual, comecei a praticar”, lembra Gavazzoni.
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Ele começou a surfar sozinho com 21 anos, na praia de Torres. “Meu maior medo era sofrer alguma queda, ‘levar um caldo’ e ficar sem respirar”, recorda o florense, que enfatiza que o esporte o proporcionou novas amizades.
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O surfista já chegou a se deslocar frequentemente para o litoral para praticar, mas no último ano teve menos tempo. “Esse ano abrimos uma empresa e não sobrou muito tempo. A partir do próximo mês, vou me planejar para surfar mais”, diz.
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Para o empresário Thobias Calgaro, 38 anos, a paixão pelo surfe surgiu ainda na infância. “Minha primeira experiência foi com 13 anos na praia de Tramandaí”, lembra. Para ele, o medo faz parte deste esporte que é envolvido pela adrenalina. “Medo os surfistas têm sempre. Bate aquele frio na espinha toda vez que subimos na prancha”, explica Calgaro, que diz que é preciso ter persistência para adquirir experiência e enfrentar os desafios das ondas.
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O esportista aponta que surfe é um estilo de vida saudável, promove contato com a natureza, proporciona momentos divertidos e é benéfico para o corpo e a mente. “É um esporte que requer muito do atleta na interação com o mar, para conhecer as ondas, a movimentação da água, se tem corrente puxando ou de retorno. O surfe é um esporte muito difícil”, frisa.
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Depois de vivenciar experiências incríveis em países como Indonésia, Chile, Costa Rica, Equador, Nicarágua, entre outros, Thobias inovou em busca de mais adrenalina. “O esporte que me chamou a atenção foi o paraquedismo. Me informei, fiz curso, me formei pelo CGP e hoje faço saltos sozinhos de 15 mil pés de paraquedas”, explica Thobias.
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Experiências internacionais
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O surfe é dividido em free surf, modalidade livre onde os surfistas gravam suas performances, aventuras, vendem para os canais e patrocinadores e vivem disso. Existe a WLS que é a elite do surfe mundial. A categoria WQS é conhecida com a 2ª divisão do surfe e os campeonatos amadores que acontecem nas praias.
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De acordo com o administrador Diogo Luis Pergher, 37 anos, o principal cuidado que os surfistas devem ter é conhecer seus limites. “Os principais acessórios para praticar o surfe são as pranchas, que podem possuir diversos tamanhos e formatos. Uma boa prancha é indispensável para o bom desempenho do esporte. É recomendável que iniciantes optem pelas pranchas maiores, conhecidas como long boards”, frisa.
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Pergher tem uma vasta experiência internacional, de modo especial, no período em que esteve morando na Austrália. “Foi uma época de muito aprendizado em todos os sentidos. A cultura do surfe foi importante e colaborou para o meu crescimento no esporte”, declara Diogo, considerado um dos ícones do surfe florense.
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O médico Augusto Cardoso Sgarioni, 35 anos, sempre gostou de praia. Desde pequeno pedia para os pais o levarem para ver o mar. “Ficava na areia admirando os mais velhos pegando onda. Gostava muito daquela situação com praia, esporte, mar e água. Isso me seduziu e acabei me apaixonando pelo surfe”, conta.
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O incentivo para praticar o esporte veio dos amigos de Caxias do Sul e Porto Alegre, que já surfavam, e eram amigos em comum com uma turma local. “Eles nos orientaram a comprar a prancha e assessórios, além de direcionar o grupo durante as experiências em alto mar, entendendo a questão do vento, a maré e outros segredos deste esporte”, diz ele, que complementa:
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“O surfe proporciona saúde física e mental. É um esporte que exige muito do corpo, e até por isso mantenho o preparo físico com corridas e natação. E na parte mental, por ser um esporte que você entra no mar e fica em contato apenas com a natureza. É uma fuga do estresse do dia a dia. Esqueço tudo o que acontece e foco no esporte. O surfe me sustenta fisicamente e mentalmente”.
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Na concepção do médico, o surfe é um esporte barato. A pessoa terá despesa com a compra de uma prancha e manutenção da mesma. “Por ser no mar, é um esporte público, e qualquer um pode experimentar sem pagar nenhum aluguel. Nos lugares onde surfo, é possível notar pessoas de todas as classes sociais praticando. Com uma prancha e uma bermuda, somos todos iguais”, alega ele, que pretende surfar “até o corpo aguentar”. “Em uma viagem a El Salvador, convivi com pessoas de 60 anos surfando e tendo o esporte como rotina de vida. O surfe é meu extraprofissional que me dá muita saúde”, diz.
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Praia como casa
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A estudante Bruna Cardoso Mascarello, 23 anos, não se considera uma surfista, mas uma apaixonada pelo esporte. Bruna sempre gostou da natureza e da praia. “É o único esporte que os atletas dependem 100% da natureza para praticá-lo”, declara a jovem. Quando tinha oito anos de idade sua família começou a frequentar as praias de Florianópolis e a partir daí nasceu a paixão pelo esporte. Com 14 anos, na praia Brava, ela começou a fazer aula com dois instrutores, que surfam com ela até hoje.
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A florense fez a transição para o surfe depois das poucas chances no futebol. Bruna chegou a participar de alguns campeonatos. “Embora no surfe os meninos sejam mais conhecidos, eu sempre me inspirei muito nas meninas desta modalidade”, diz.
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A estudante de Ciências Biológicas surfa esporadicamente, mas depois da graduação pretende morar numa cidade litorânea para evoluir no esporte. “Quero um dia ter a possibilidade de sair de casa a pé para surfar. Quando viajo para as cidades com praias sempre dou um jeito de surfar, principalmente em Florianópolis”, finaliza ela, que já ‘pegou onda’ em praias do Nordeste e do Rio de Janeiro.
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Assim como todos os esportes, a prática do surfe requer cuidados. É recomendável a realização de aulas de surfe antes de se aventurar no mar em cima de uma prancha. É na aula que o aluno recebe noções referentes a movimentos básicos, alongamento, ondas, marés, ventos, etc.
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