O bairro São Pedro recepciona os moradores com um dos cartões-postais mais conhecidos de Flores da Cunha: o pórtico Sul e a passarela, que neste mês de dezembro está decorada para o Natal.
Há mais de 35 anos, as belezas da localidade atraíram o almoxarife Sadi Freitas, 56 anos, que fixou residência no bairro. Hoje ele mora com a esposa Terezinha Fátima Rodrigues de Freitas, 50, e os filhos André de Freitas, 28, e Vinicius de Freitas, 13. Além disso, seu irmão, Clair de Freitas, também mora na comunidade de São Pedro.
O almoxarife define o bairro que escolheu para viver com a família como um “lugar calmo, pacato e com pouco movimento” formado por uma “comunidade unida”, que apresentou um grande crescimento no decorrer dos anos.
Ao longo das mais de três décadas que reside no bairro, Freitas acompanhou de perto algumas mudanças, como a construção do salão da comunidade, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Hildebrando Cardoso Pereira e a recente inauguração da igreja em honra a São Pelegrino, no último dia 30 de novembro (domingo).
— Sempre gostei de servir e ajudar no bem-estar da comunidade. Comecei a me envolver participando das festividades do bairro. Há um ano atuo como presidente e as principais atividades que desenvolvo neste cargo estão relacionadas a liderança (representar a comunidade) e cuidar das pessoas — explica o morador, que também já atuou como tesoureiro e vice-presidente.
Anualmente, no mês de junho, a comunidade realizada a festa em honra a São Pelegrino, padroeiro dos doentes de câncer e de outras doenças graves. Os eventos ocupam o salão comunitário que tem capacidade para 300 pessoas. Quando não recebe festas, o espaço é utilizado pelos moradores para jogar cartas e bochas, especialmente aos finais de semana. O próprio Freitas está entre os jogadores e acredita que estes hábitos fortalecem a vida em comunidade.
A religiosidade do São Pedro também pode ser evidenciada pelos mais de 80 associados. Entre as pessoas que colaboram com a comunidade estão os filhos e a esposa de Freitas, que sempre participam das festas e demais eventos promovidos pelos moradores.
“Continuar melhorando a nossa pracinha”
Para que o bairro tenha mais qualidade de vida, o presidente opina que poderiam ser feitas algumas melhorias, sobretudo nas áreas de lazer, como na pracinha, quadra de futebol e academia ao ar livre, localizadas ao lado do salão comunitário.
— Acredito que devemos continuar melhorando e investindo em lazer na nossa pracinha. É preciso que os bancos sejam revitalizados e realizada a limpeza das ruas (terrenos não ocupados pelos proprietários) e das lixeiras (manutenções). A pracinha está muito malcuidada e as crianças não conseguem jogar bola direito — opina Freitas, que pensa que as roçadas deveriam ser mais frequentes, principalmente no parquinho e na quadra de futebol de areia, uma vez que a vegetação toma conta do lugar e impede os moradores de desenvolverem atividades.
Outro ponto mencionado pelo almoxarife é a iluminação. Ele ressalta que a chegada dos dias mais quentes convida as pessoas a ficarem até mais tarde nas áreas de lazer e, por isso, há necessidade de reforçar a iluminação nestes locais.
Além dos números
No que diz respeito à segurança do bairro o presidente enfatiza “não temos casos de violência” e defende que se trata de “um bairro calmo”.
O tema é sensível porque dois homicídios foram registrados no bairro em 2025, ambos na Rua dos Ciprestes. Em março, João Adenir da Silva, 49 anos, foi morto a golpes de faca. Em outubro, Mauro Rodrigues Fernandes, 36 anos, foi estrangulado. Ambos os casos foram prontamente esclarecidos pela Polícia Civil.
O líder comunitário acredita que estas tragédias foram “exceções que podem acontecer em qualquer lugar” e reafirma que a rotina da comunidade é de “família e tranquilidade”.
