Caderno de Sábado

Um tenor na Terra do Galo

Desde 2014, o paulista Giovanni Marquezelli escolheu Flores da Cunha para viver

Um canto de solidariedade e alegria na sacada de sua casa fez o tenor Giovanni Marquezelli ser conhecido por, praticamente, toda a população florense. Nas últimas semanas, ele tem entoado canções na varanda de seu apartamento para levar alegria em meio à pandemia da Covid-19. Nascido em Rio Claro, em São Paulo, João Carlos Marquezelli Junior, também conhecido como Giovanni Marquezelli, 39 anos, escolheu Flores da Cunha para morar. Desde 2014, ele e a família residem na Terra do Galo. “Decidimos por Flores pela qualidade de vida e por estar perto de um grande centro. Temos uma filha de cinco anos, a Catarina, e com certeza aqui é o melhor lugar para ela crescer. Amamos morar aqui”, conta.

Apesar de ter nascido em Rio Claro, Marquezelli passou a infância e a adolescência na cidade de Analândia. E desde sempre é apaixonado por música. “Tenho uma fita K7 cantando com um ano e meio de idade. Meu pai sempre gostou de música, sempre ouvia um radinho enquanto trabalhava, então acredito que minha influência tenha sido ele. Não me lembro da minha vida sem música”, enfatiza.

Aos quatro anos, ele iniciou seus estudos musicais, aprendendo a tocar violão e piano. Aos seis, passou a cantar na igreja e nas festas da comunidade e aos 12 anos venceu seu primeiro festival. “Devo muito aos meus pais, que sempre me incentivaram e me levavam nos festivais”, relembra.

O canto lírico entrou na vida do tenor em 2009, quando começou os estudos, que seguem até os dias atuais. “Amo e sempre amei a Itália, e quando comecei a cantar a música erudita, foi amor à primeira vista. A emoção que transmito e que sinto quando estou cantando é maravilhosa. Como a ópera nasceu na Itália, me senti em épocas antigas, das quais sempre fui fã”, conta.

Com a voz imponente, seu talento logo foi reconhecido e Marquezelli já entoou sua voz pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já fora do Brasil, ele cantou em Torino, Napoli, Sorrento, Bologna, Roma e Veneza, na Itália, e em Amsterdã, na Holanda. “O show mais marcante foi na Itália, em 2009, onde me apresentei na Piazza di San Marco, em Veneza. A emoção foi indescritível. Quando comecei a cantar, tinha umas 20 pessoas e quando terminei, eram mais de 200. As pessoas corriam para ver quem estava cantando. No final da apresentação, uma senhora americana veio até mim e me presenteou com um patacão – moeda grande antiga de um dólar – de 1776. Ela me disse que só tinha duas e sabia que se levasse naquela viagem, encontraria alguém que merecesse. Fiquei muito emocionado e me marcou muito. Guardo ela com todo o carinho até hoje”, recorda.

O tenor reside desde 2004 na Serra Gaúcha, mas há seis anos mora no município com a esposa Giancarla e a filha Catarina. Neste meio tempo, ele também residiu na Itália, mas, em 2018, voltou para o município. “Faço o que eu amo. Tenho uma missão que é levar alegria para as pessoas e ver a emoção nos olhos delas não têm preço”, afirma.

 - Luizinho Bebber/Divulgação
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1 Comentários

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    Muito Lindo e Emocionante. Parabéns e Obrigado por essa dádiva. Me ligaram de Florianópolis e me mandaram vídeo perguntando se eu conhecia. Orgulho e Gratidão!

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