Até o dia 18 de setembro o Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi de Flores da Cunha sedia duas novas exposições temporárias. Intitulada Descobrindo Possibilidades em Materiais Reciclados, 10 obras da artista florense Nilva Maria Araldi Gelain integram o acervo que pode ser visitado. Ao mesmo tempo, a professora de Artes Rosane Gayeski Rosa reuniu trabalhos de alunos do 9º ano das escolas Benjamin Constant e Rio Branco, feitos em 2013, que podem ser conferidos de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30min e das 13h às 17h30min. No primeiro final de semana de setembro o Museu estará aberto (dias 6 e 7), das 10h às 17h, sem fechar ao meio dia.
Aos 73 anos, Nilva é professora de Artes aposentada e encontra no trabalho artístico uma terapia e atividade para as horas de folga. “A arte é uma forma de realização pessoal, desenvolve a criatividade e relaxa”, frisa. Reaproveitando materiais para a base da tela, como MDF e madeira, e utilizando-se de massa corrida para desenhos em autorrelevo, as obras ganham forma e encontram em cada detalhe uma nova inspiração. “Eu não planejo o desenho final quando começo, ele vai se construindo conforme vou moldando a massa”, conta a artista, frisando o título da exposição referente a descobrir novas possibilidades.
Os motivos das obras em exposição são, principalmente, flores, paisagens e figuras religiosas. Nilva é formada em Artes Plásticas pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e trabalha com arte há mais de 15 anos. Esta é a segunda exposição dela, a primeira também ocorrida no Museu há alguns anos. “A maior satisfação é ver o trabalho pronto. Quando finalizo uma obra fico contemplando-a por dias. Fazer arte é um prazer”, enfatiza.
No mesmo ambiente estão expostos trabalhos do projeto Flores da Cunha recebe os clássicos, desenvolvido pela professora Rosane Gayeski Rosa, 35 anos. A proposta era para ser um trabalho educativo, porém, ganhou proporções e está concorrendo ao projeto nacional Arte na Escola Cidadã, cujos resultados serão divulgados em outubro.
O trabalho dos alunos teve como base a exposição Clássicos visitam o Rio, do artista Lielzo Azambuja, onde obras de arte famosas misturam-se a cenas do cotidiano carioca. O artista é gaúcho, e inclusive já morou em Flores da Cunha, e hoje expõe seu trabalho pelo mundo. “A ideia surgiu quando visitei uma exposição do artista em Caxias dos Sul e senti que poderia pensar em algo parecido em sala de aula”, conta Rosane.
O trabalho foi um desafio para as turmas, que pesquisaram obras de arte de diversos períodos e precisavam transpô-las para cenários ou situações da cidade onde vivem. As montagens foram feitas com processos de fotografias e colagens. A professora trocou emails com o artista contando sobre o projeto, o que deixou os alunos ainda mais motivados. “A resposta em sala de aula foi muito boa e o processo de produção foi muito divertido”, frisa. Entre as duas escolas, cerca de 30 estudantes participaram do projeto.
