Os restos da maior erupção vulcânica registrada pela história é hoje o arquipélago de Santorini. A tragédia de 3600 anos atrás teria gerado um enorme maremoto responsável pelo desaparecimento da civilização Minóica, na vizinha ilha de Creta. Outras erupções se seguiram, até tempos recentes: a última o aconteceu em 1950 e parece não ser a final. Quando se chega ao centro da lagoa-caldeira, sente-se o cheiro de enxofre espalhado pelo ar. Com seu formato semicircular, Santorini nada mais é que uma grande cratera no meio do oceano. Quem chega de barco (o que pode levar até 12 horas saindo de Atenas) tem a sensação de estar dentro de um grande vulcão, o que de fato não poderia ser diferente. O porto é separado da pequena capital Fira por uma parede de 300 metros, ou então, oito quilômetros percorridos rápida e facilmente de taxi. No entanto, se a chegada for no velho porto de Gilos, as opções são outras: bondinho ou então, subir os mais de 500 degraus a pé ou no lombo de um burro, crueldade que deveria ser proibida.
Oia, o segundo maior povoado de Santorini, fica na ponta norte da meia lua e têm um pôr do sol capaz de comover o mais indiferente dos mortais. Em 2006, muitas cenas da novela Belíssima, da Rede Globo, foram gravadas em Santorini, portanto maiores descrições de casinhas brancas equilibrando-se nos penhascos, ruas estreitas e moinhos antigos são desnecessárias. Além do pôr-do-sol em Oia, também chamada Ia, não se pode perder o passeio de barco até as duas ilhotas do centro da caldeira. Em Nea Kameni rachaduras se abrem no solo preto, de onde saem os vapores amarelados do enxofre. Aconselha-se vestir roupa de banho, pois antes de voltar ao porto de Gilos há uma parada nas termas da vizinha Palea Kameni.
Sabor de anis
À hora das refeições, pode-se pagar muito mais que comida e bebida em Santorini. Se você optar por uma taverna com vista do pôr-do-sol e da caldeira, espere gastar até mesmo o dobro pelo privilégio do cenário. Com ou sem pôr do sol, algumas especialidades culinárias locais devem ser experimentadas. Santorini é famosa por seus tomates cereja, que são tradicionalmente preparados na forma de ntomatokeftedes (fritos e empanados, com queijo feta). Outros pratos são preparados à base de berinjela branca, pepino, frutos do mar, figos, ervilhas, pistache e ervas aromáticas como tomilho, orégano, açafrão, manjericão, hortelã e alecrim, o que não poderia ser diferente no Mediterrâneo. Ouzo, transparente e com sabor de anis, é o destilado nacional. Como regra, apenas turistas bebem com gelo. Tradicionalmente, também se pode misturar com água, o que dá uma aparência leitosa à bebida. Entre as marcas mais conhecidas: Doze, Sans Rival (sabor de anis bastante acentuado), Arvanitis (sabor suave), Barba Yianni e Aphrodite (mais caros e apreciados por conhecedores).

