No bairro Monte Belo, Aselir Chies, 50 anos, não passa despercebido. Presidente do bairro e representante comercial, ele conhece cada canto da região. Morador da Terra do Galo há mais de duas décadas, escolheu o Monte Belo como lar há 19 anos, junto da esposa, Suzana, 52, e da filha, Sarah, 16. A família se estende pelo bairro: os sogros Domingos e Leonilda Girelli também residem na comunidade.
— O bairro é como um condomínio: só tem uma entrada e uma saída, o que nos dá segurança. Além disso, a calma e o espaço para as famílias fazem dele um lugar agradável para morar. Dá gosto voltar para casa, onde os vizinhos se cumprimentam e as crianças ainda brincam na rua — conta Chies.
O morador brinca que o Monte Belo era quase um segredo quando a família chegou. Eram poucas casas, ruas em formação e a promessa de um futuro em construção. Hoje, mais de 400 residências transformaram o local em uma comunidade viva, cheia de movimento e histórias para contar.
— O crescimento trouxe novos desafios, claro, mas também oportunidades. Cada nova família que chega tem um papel a cumprir. Isso faz a comunidade crescer de verdade — aponta Chies.
Mesmo com tantas mudanças, o bairro mantém o que muitos procuram: organização e senso de vizinhança. Para o presidente, a participação ativa dos moradores não é apenas um desejo, mas uma necessidade. Cuidar do bairro é responsabilidade de todos.
Fé e tradições
O bairro conta com uma praça, mas ainda não possui uma igreja católica. Os cultos, contudo, ocorrem regularmente no salão comunitário, que comporta cerca de 250 pessoas. Além da função religiosa, o espaço também é ponto de encontro da comunidade, que se reúne para celebrar tradições locais.
O santo padroeiro do Monte Belo é Santo Expedito, e a festa anual em sua homenagem movimenta o bairro todo mês de abril.
— A festa é um momento de encontro para todos os moradores. É uma tradição que fortalece a convivência no bairro em abril — afirma.
Entre as necessidades do Monte Belo, o esgoto e os passeios públicos em áreas verdes aparecem como prioridades. Para Aselir Chies, esses problemas afetam diretamente a rotina e a convivência entre os moradores.
— Temos muitas críticas em relação aos terrenos baldios, que os proprietários não cuidam. Quando os terrenos ficam abandonados, além da sujeira, surgem riscos para as crianças que brincam nas proximidades e para a segurança de todos.
Outro desafio que persiste são as falhas no fornecimento de água.
— A falta d’água já não é tão frequente como antes, mas ainda acontece com regularidade. Há mais de um ano, durante uma audiência pública com a Corsan, prometeram soluções, mas até hoje quase nada foi feito. O poder público tem se esforçado, mas o abastecimento continua insuficiente — relata Chies.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura ressalta que acompanha de perto as demandas do Monte Belo e mantém esforços para melhorar a infraestrutura do bairro. Segundo o comunicado, medidas estão sendo tomadas em parceria com a Corsan.
No Monte Belo, as demandas relacionadas ao abastecimento de água – serviço de responsabilidade da Corsan Aegea – seguem sendo tratadas. Junto à concessionária, com cobranças constantes por melhorias. Paralelamente, o sistema de esgotamento sanitário já conta com biodigestores em operação, e a Prefeitura está organizando obras complementares para aumentar a eficiência do processo. Recentemente, também foram executados reparos no passeio público.

