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Flores da Cunha já reergueu 67 hectares de parreiras

Presidente do STR acredita que o trabalho dos mutirões seja concluído nesta sexta-feira (19)
Agricultores e 54 militares unidos no mutirão para levantar os parreirais (Foto: Karine Bergozza)

Em meio a um cenário de destruição que tornou o Travessão Alfredo Chaves praticamente irreconhecível, a força da união da comunidade é um acalento para quem ainda contabiliza as perdas. Todos os dias, mais de uma centena de voluntários tem transformado estragos em esperança para recomeçar.

Os mutirões para reerguer os 73 hectares de parreirais em Flores da Cunha e nove em Nova Pádua iniciaram na semana passada e devem encerrar nos próximos dias. De acordo com a Secretaria da Agricultura florense, até o final da manhã desta quinta-feira (18), 67 hectares já haviam sido recuperados.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Flores da Cunha e Nova Pádua, Ricardo Pagno, acredita que os trabalhos sejam concluídos nesta sexta-feira (19):

— Aqui em Flores da Cunha nós tínhamos parreirais caídos em Mato Perso e no Travessão Carvalho, que foram concluídos. Ali no Capoeirão e no Travessão Divisa (em Nova Pádua), também está tudo concluído. O que está faltando é um parreiral no Medianeira e uma parte no Travessão Alfredo Chaves.

“É triste de ver”

Um dos agricultores que auxiliou e foi auxiliado pelos mutirões foi Leandro Viasiminski, 34 anos, que teve 3,5 hectares de uvas derrubados pela força dos ventos.

— A gente teve prejuízo do granizo e do próprio vento também. Quando (o vento) ocasionou a queda dos parreirais, quebrou muita uva, além das plantas em si (que caíram sobre os parreirais). Quebrou os cachos e tem muita uva no chão. É triste de ver, mas temos que agradecer que pelo menos ninguém se machucou — emociona-se Viasiminski.

O produtor contou com a colaboração de mais de 140 pessoas para reerguer seu parreiral na última quarta-feira (17).

— Primeiro fomos socorrer o vizinho que tinha mais área no chão e agora estamos fazendo essa força-tarefa aqui no meu parreiral. A gente está se ajudando. Graças a Deus a vizinhança aqui é boa e a união faz a força, vamos à luta — declara o produtor, que também lamenta o prejuízo em estufas de tomate.

“É melhor ajudar do que ser ajudado”

Pessoas de todos os cantos de Flores da Cunha e municípios vizinhos produtores de uva da região se mobilizaram para auxiliar na reconstrução dos parreirais após o tornado.

O agricultor Gilmar Pagno, 60 anos, veio da comunidade de São Vitor para colaborar. Ele destaca a importância desse gesto:

— É melhor sempre ajudar os outros do que ser ajudado, porque se acontece na casa da gente é ruim. Eu já tive uma experiência dessas também uma vez, então a gente sabe que toda a ajuda é bem-vinda e é péssimo quando acontece isso aí — aponta.

Pagno também enaltece a importância de todos colaborarem, afirmando que, de uma forma ou de outra “sempre dá para ajudar”.

Sentimento de doação que é compartilhado por Valdir Viasiminski, 63, que também é morador de São Vitor e é padrinho de Leandro.

— Temos que nos ajudar nessa hora, porque ninguém merece passar por uma situação dessas. E ele (Leandro, o proprietário) é um guri novo, está começando, temos que incentivar.

O produtor Sandro Mazzarotto, 55 anos, reside na comunidade da Linha 100 e está colaborando desde a semana passada:

— Tem que ajudar porque é difícil para erguer um parreiral, é pesado, tem que ter bastante gente para erguer. Aí, um ajuda o outro e assim vai indo. Se a gente não se ajudar como é que vamos erguer o parreiral? Vamos perder toda a uva!

Reforço militar

Desde terça (16) até esta quinta-feira (18) os mutirões de Flores da Cunha puderam contar com a ajuda extra de 54 militares do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea, sob o comando do tenente-coronel George Koppe Eiriz.

— Uma das demandas que a gente tinha para reerguer esses 73 hectares de parreirais era a força humana. E coincidiu de eu ter participado de um evento da troca do comando do exército de Caxias do Sul. Eu pensei: “Vou perguntar para eles se talvez tem alguma forma de nos ajudarem”– explica o prefeito César Ulian, sobre como surgiu a ideia de solicitar o auxílio do exército.

O primeiro contato com os militares foi feito no sábado pela manhã (13). O reforço acelerou os trabalhos e motivou os agricultores e voluntários presentes.

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