Home Destaque Estudantes da Escola São Rafael irão dar novos sentidos à poesia nesta semana

Estudantes da Escola São Rafael irão dar novos sentidos à poesia nesta semana

Evento reúne estudantes do Fundamental e Ensino Médio em apresentações inspiradas na obra de Arnaldo Antunes
(Foto: Fernanda Weber)

A arte pode ser entendida como um modo de pensar o mundo. Na Escola São Rafael, em Flores da Cunha, essa premissa se desdobra há quase três décadas no palco do Festival da Poesia e no Salão Poético, eventos que transformam o fim de ano escolar em um exercício de criação, crítica e sensibilidade.

O XV Salão Poético e o XXVIII Festival da Poesia chegam novamente ao Salão Paroquial na quarta (3) e quinta-feira (4), às 19h, celebrando mais uma geração de estudantes que entende a poesia como ferramenta. O poeta homenageado será Arnaldo Antunes, artista múltiplo cuja obra transita entre música, literatura e artes visuais, uma escolha que amplia as possibilidades de interpretação e experimentação estética.

— Neste ano, escolhemos Arnaldo Antunes pela sua obra não só de composições musicais à frente dos Titãs, depois Tribalistas, mas também na literatura e nas artes. É um nome importante para compreendermos a cultura brasileira — explica Taísa Verdi, coordenadora do projeto.

A edição também presta homenagem à professora Zanete Montanari Oldra, responsável por iniciar o projeto em 1997.

Este ano, foram 23 poesias inscritas para apenas 12 vagas no festival competitivo do Ensino Médio. A seleção prévia ficou a cargo de Jussara Maria Zenato Tronco e Isadora Oliveira. A partir daí, começaram os ensaios e oficinas, etapa em que as ideias ganharem corpo, ritmo e voz.

Para muitos estudantes, o processo é tão significativo quanto o resultado. Ana Júlia Slaviero, 18, da turma 304, é uma das declamadoras da poesia “Anomia”, que discute o enfraquecimento das normas sociais e o sentimento de desorientação contemporânea.

— Nossa turma escolheu trabalhar o tema do tempo no trabalho. Nossa poesia reflete sobre o sentido da vida, a passagem do tempo e as pressões sociais, além de criticar as desigualdades. Buscamos mostrar como a arte dá significado à existência — conta.

Ana Júlia, que já participou no ano passado, declara que o Festival é o seu projeto preferido na escola.

— Sempre me emociono muito com as poesias declamadas. Acredito que a declamação é a parte mais desafiadora, não adianta ter uma poesia bem escrita e não conseguir transmitir o sentimento que ela carrega — explica.

No festival competitivo do Ensino Médio, os jurados consideram expressão corporal, oralidade, espontaneidade, exploração do tema e criatividade. Os primeiros colocados recebem premiação em dinheiro partindo de R$ 500.

“A arte é linda em todas as suas formas”

No Ensino Fundamental I e II, a dinâmica é outra. Aos 13 anos, Isabela Gazzi Alberti, da turma 81, já atua há três anos como diretora das apresentações de sua turma. Sobre a influência de Arnaldo Antunes, ela destaca a busca por expressividade.

— Arnaldo nos influenciou a trazer mais emoções visíveis às ações. Utilizamos as obras “O Meu Tempo” e “O Buraco no Espelho”. Quero demonstrar a arte aos outros e inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo. A arte é linda em todas as suas formas — define.

A cada edição, a estudante reaprende a olhar para a poesia com novos olhos. Ela sabe que nem sempre todos estão inspirados e que o trabalho em grupo exige paciência.

— Na mente de alguém as ideias são ótimas, o problema é trazê-las para a realidade. A parte difícil é fazer todo mundo colaborar e quebrar conflitos. Poesia te faz pensar, interpretar e imaginar o que ela quer mostrar para ti, mas quem não quer fazer essas coisas nunca vai conseguir enxergar todo o potencial dela — avalia.

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