A Polícia Civil de Flores da Cunha começou a ouvir ainda na noite de 16 de agosto testemunhas para tentar descobrir as circunstâncias em que ocorreu o suposto disparo acidental que matou o adolescente Carlos Gustavo Mocelin Bitencourt, 13 anos. A polícia aguarda o resultado da perícia do caso ocorrido no loteamento Pérola, em Flores da Cunha, para concluir o inquérito. Na moradia da Rua das Palmeiras foi apreendida uma espingarda, uma munição calibre 22 e uma luneta. Segundo a titular da Delegacia de Polícia (DP) florense, delegada Aline Martinelli, além de não ter registro, a arma encontrada na residência foi modificada. O acessório (luneta) apreendido também é de uso proibido. Por isso, ela conta que o responsável pela arma deverá ser indiciado por posse de arma de fogo adulterada, cuja pena, em caso de condenação, prevê de três a seis anos de reclusão. Segundo Aline, outras pessoas podem ser responsabilizadas.
O estudante Carlos Bitencourt morreu depois de manusear uma espingarda calibre 22 que teria caído no chão e disparado dentro da casa de um amigo, por volta das 17h20min de terça-feira, dia 16. O tiro fatal acertou a cabeça de Bitencourt. A Polícia Civil acredita que a morte foi acidental. Dois outros adolescentes, de 15 e 16 anos, respectivamente, presenciaram a tragédia. O corpo de Bitencourt foi sepultado na quarta-feira, no Cemitério Público de Flores. A vítima morava no bairro Granja União.
A morte de Carlos Augusto Mocelin Bitencourt causou tristeza e comoção dos familiares, amigos e professores do colégio onde ele estudava. Aluno da 5ª série da Escola Estadual Horácio Borghetti, era chamado pelos colegas de Carlinhos. De acordo com a diretora da escola, Ivete Biondo Ascari, mesmo tendo se mudado há cerca de seis meses do lotemento Pérola para o Granja União, o jovem preferiu permanecer no colégio, onde tinha conquistado amigos. “Ele era um aluno muito alegre, inteligente e sempre disposto”, destaca a diretora.
No dia da tragédia ele teria dito a ela que não precisaria sair antes, como fazia todos os dias para pegar o transporte escolar, pois iria ficar na casa de uma tia, no Pérola. Quando soube do acidente, Ivete não acreditou. “Era uma pessoa que a gente vai sentir muita falta”, frisa. Conforme o comissário de polícia Luiz Eugênio Fumegalli, um pouco antes do fato o adolescente havia se comunicado com a mãe por meio do MSN. Na mensagem ele disse que se estava bem, na casa de amigos – estava esperando para ir à catequese.

