A reeleição conquistada no ano passado garantiu ao prefeito César Ulian o que o próprio define como um “ano de continuidade”. Assim, para os primeiros meses de 2026 já estão previstos avanços importantes do plano de governo, como a requalificação da Avenida 25 de Julho e a implantação do estacionamento rotativo na área central de Flores da Cunha.
Para o próximo ano, a expectativa também é grande pela proposta turística. Com a Abertura Nacional da Vindima e outros quatro festivais previstos, Flores da Cunha aposta na divulgação para se consolidar como destino turístico.
O Florense: Como avalia 2025, que é o primeiro ano do segundo mandato?
César Ulian: Sem dúvida nenhuma, a continuidade em cima de um trabalho que já vinha sendo feito é mais produtiva e mais tranquila. A administração se torna mais fluida do que iniciar uma nova gestão do zero, com todas aquelas dificuldades iniciais. Mesmo no nosso primeiro mandato, demos continuidade a todos os trabalhos públicos que estavam em andamento, até porque recursos públicos já haviam sido investidos. Mas, administrativamente, a continuidade sempre é mais tranquila.
Qual era a expectativa para o início do segundo mandato?
A principal era conseguir ter um ano normal, dentro dos procedimentos. Tivemos mais uma situação difícil agora no final do ano (o tornado em Alfredo Chaves), mas, assim como em outras ocasiões, conseguimos nos recuperar, dar a volta por cima e sair mais fortes. Eu digo que é bom estarmos à frente, com ânimo, vontade e uma equipe engajada, que não mede esforços, inclusive vindo aos domingos para organizar a semana. Podemos resumir este ano como um ano de muito trabalho. Existe uma ideia de que, após a reeleição, o ritmo diminui, mas no nosso caso aconteceu o contrário: estamos em um ritmo ainda mais acelerado, numa crescente de dedicação, esforço e entregas.
Como está o projeto de requalificação da avenida?
Estamos concluindo a licitação. Já temos uma empresa vencedora, a Dalfovo Construtora, com sede em Caxias do Sul. A licitação ainda não está homologada, mas isso deve ocorrer esta semana. Assim que conferirmos toda a documentação, que é bastante extensa, assinamos o contrato e vamos alinhar com a empresa os cronogramas para dar início efetivo à obra e finalmente tirar esse sonho do papel.
Quando a obra começará?
Existe a possibilidade de iniciar ainda este ano, embora o mais provável seja no primeiro semestre do ano que vem. A empresa tem cinco dias úteis para iniciar após o contrato, mas há todo um processo de preparação do canteiro de obras. Por ser o principal acesso do município, há uma série de critérios para minimizar impactos no fluxo da comunidade. Antes do início propriamente dito, a empresa precisa cumprir várias etapas de organização.
Sobre a proposta do estacionamento rotativo, como está a repercussão após a audiência pública?
Esta é uma demanda consolidada da comunidade, até antes de se tornar uma necessidade, o que facilitou muito o processo. Diferente de outros municípios, aqui já é visto como algo necessário. Na audiência pública, praticamente houve unanimidade. As entidades representativas, inclusive, sugeriram ampliação do que foi proposto. Mas a ideia é começar de forma menor e ampliar conforme a necessidade. Tudo segue o cronograma previsto, com expectativa de implantação a partir de abril.
Após o recuo do projeto no programa Minha Casa, Minha Vida, qual é a proposta habitacional?
Uma das possibilidades segue sendo um projeto que já tramita na região de Nova Roma, mas surgiu uma nova alternativa, que estamos analisando. Paralelamente, estamos trabalhando em um edital para convocar empresas ou proprietários interessados em desenvolver um projeto habitacional estruturado, dentro das faixas do programa Minha Casa, Minha Vida.
Que tipo de projeto habitacional a prefeitura busca?
Buscamos algo que vá além de um simples loteamento. Queremos um empreendimento habitacional que pense na sustentabilidade, na funcionalidade e no convívio. Além das moradias, o projeto deve prever áreas de lazer e, se possível, espaços para serviços básicos, como farmácia ou mercado, reduzindo a necessidade de deslocamento dos moradores.
Será pelo Minha Casa, Minha Vida ou uma parceria público-privada?
Estamos trabalhando em duas frentes. Uma delas é a disponibilização de terrenos da Prefeitura, já desmembrados, para enquadramento no programa Minha Casa, Minha Vida. A outra é um edital de parceria público-privada para a criação desse empreendimento habitacional estruturado. As duas possibilidades estão em andamento.
A intenção continua fazer este novo projeto habitacional no bairro Nova Roma?
Nova Roma é estratégica. Estamos avançando na municipalização da escola e aguardamos a documentação final para iniciar a ampliação, com foco em educação infantil, laboratórios, biblioteca e quadra. Também estamos ampliando significativamente a UBS, que ficará mais do que o triplo do tamanho atual. A proximidade com escola e unidade de saúde será um critério importante na avaliação dos projetos habitacionais.
No turismo, 2026 foi dito como o “ano da divulgação”. Mantém essa visão?
Sem dúvida nenhuma. Inclusive, olhando pelo viés da reforma tributária, o turismo se torna uma estratégia importante da administração. Nosso município é favorecido pelas vinícolas, pelo relevo, parreirais e rotas turísticas. Cinco anos depois, conseguimos ver claramente a evolução do turismo local e vamos potencializar ainda mais isso.
Quais eventos já estão confirmados?
Começamos com a Abertura Nacional da Vindima, no dia 20 de janeiro. Além disso, teremos festivais e concursos. Alguns ainda não podem ser divulgados por estratégia, mas posso adiantar que, além dos quatro eventos ligados ao vinho, teremos também um evento voltado ao suco.
Como a agricultura deve ser impactada em 2026, após os problemas do tornado?
Estamos buscando apoio do Governo do Estado para subsídios financeiros e horas-máquina, especialmente para propriedades atingidas. Ampliamos o subsídio de 60 para 90 horas e aumentamos a participação do município de 40% para 50%. Também iniciamos um novo modelo de atendimento por núcleos, com três equipes disponíveis, e adquirimos novos caminhões para atender melhor o interior.
Há ações emergenciais para os agricultores mais afetados?
Sim. Já mapeamos cerca de 50 propriedades e estamos estudando formas de auxílio imediato e também a criação de um programa específico para esses agricultores, além do que já existe hoje.

