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Médico psiquiatra fala sobre hábitos saudáveis para o corpo e a mente

Vergonha, medo e falta de espaço. Esses são alguns dos fatores destacados pelo médico psiquiatra, especializado na prevenção, diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais que causam sofrimento emocional e/ou alterações comportamentais, Odemir Luiz Bordin Júnior, 40 anos, que corroboram para que se fale tão pouco sobre suicídio, bem como se estabeleça uma cultura de silêncio ao redor do tema. 
O profissional – que é natural de Pelotas, mas, há alguns anos possui ligação com a Terra do Galo, tendo sido responsável pelo Programa de Tratamento do Tabagismo em Flores da Cunha, de 2012 a 2015 e, atualmente, realiza atendimentos presenciais e via telemedicina no município – defende que o assunto é extremamente delicado e pode sensibilizar: “Apesar do véu que o envolve, o suicídio tem, no Brasil, taxas estimadas em 14 mil casos por ano, isto é, 38 pessoas por dia. Este dado, obtido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), revela uma verdade dura: precisamos tocar nesta temática dolorosa, só assim podemos enxergá-la, e preveni-la”, enfatiza Bordin Júnior.
E por falar em prevenção, algumas práticas são fundamentais para manter o bem-estar do corpo e da mente. Entre elas, o médico psiquiatra elenca: “Sempre oriento meus pacientes a adotar hábitos simples como atividade física diária. Inclusive, já existem protocolos de tratamento que permitem aos profissionais de saúde mental prescrever atividade física regular – três vezes por semana – como método terapêutico para quadros depressivos leves. Mas, não há dúvidas de que uma vida equilibrada, com respeito aos nossos limites, é fundamental”. 
Além de exercícios frequentes, Bordin Júnior recomenda aderir às leituras de alguns títulos de autoajuda que, de acordo com ele, mesmo que não ofereçam uma ‘fórmula mágica’ para resolver os problemas, possuem técnicas e mecanismos para ajudar as pessoas a alcançar seus objetivos. “Podem ser considerados como um suporte, ou até, um apoio. São livros como: A Sutil Arte de Ligar o Foda-se, de Mark Manson; A Coragem de Não Agradar, de Ichiro Kishimi e Fumitake Koga, e; O Poder do Hábito, de Charles Duhigg”, cita o psiquiatra.
Conforme o profissional, que também possui formação em Psicoterapia de Orientação Analítica, esse método é um grande aliado pois visa o processo de cura por meio de sessões de terapia baseadas na psicanálise, porém de menor duração e intensidade do que a linha desenvolvida por Freud: “A cura advém do desenvolvimento de novas ferramentas internas de enfrentamento e da ressignificação de situações traumáticas”, sinaliza Bordin Júnior, sobre como o diálogo é importante para procurar solucionar os conflitos internos de cada um. 
Afinal, todos nós temos dias difíceis, por vezes somos tomados por um sentimento de tristeza, mas, como saber quando e como procurar ajuda? “Devemos nos permitir sentir tristeza, é um sentimento normal, contudo, tende a ser passageiro e dura poucos dias. Quadros depressivos costumam ser mais prolongados, nem sempre relacionados à fatores estressores e, quando se instalam, levam a alterações cognitivas que acabam gerando prejuízos na capacidade produtiva, nos relacionamentos interpessoais, na qualidade do sono e, frequentemente, com pensamentos de desvalia, desesperança e autoextermínio”, diferencia o médico, que conclui afirmando que, nestes casos, a ajuda deve ser procurada o mais breve possível e, preferencialmente, com um psiquiatra e um psicólogo. Uma vez que não se trata somente de medicação, mas também de entender o que está causando o transtorno e buscar as melhores alternativas para, juntos, conseguir solucioná-lo.

 - Prefeitura de FC/ Divulgação
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