PSB busca novas lideranças para recuperar espaço político em Flores da Cunha
Partido perdeu 1,6 mil votos em comparação com 2020 e busca remobilizar a sua base.
Partido que mais perdeu votos na última eleição, foram 1.683 a menos que em 2020, o PSB precisa de um recomeço. Mais do que a polarização Direita e Esquerda, o partido florense sofreu com a desistência de alguns pré-candidatos e teve dificuldades em compor a sua nominata. Para retomar seu espaço em 2028, o PSB busca desenvolver novas lideranças.
As dificuldades desta eleição ficaram evidentes logo na convenção do partido. Até o último momento a diretoria do PSB tentava compor a sua nominata. A lista inicial foi enviada com nove nomes. O décimo só foi incluído no último dia do prazo, na véspera da eleição.
O resultado foi uma nominata descaracterizada, que os eleitores tinham dificuldade em reconhecer. Por isso, a não eleição de um representante para o Legislativo, pela primeira vez desde 2016, não foi uma surpresa. A perda de votos, contudo, causou desconforto.
— Ficou abaixo da expectativa. Sabíamos que íamos perder espaço. Tínhamos feito 3 mil votos (em 2016), depois 2,8 mil (em 2020). Imaginávamos que perderíamos uns 1 mil votos, porque sofremos várias saídas. Tínhamos 22 nomes (para concorrer a vereador). Bons nomes. Uma pena que os nossos candidatos não quiseram concorrer — lamenta o ex-prefeito Ernani Heberle, presidente do PSB.
Uma das dificuldades foi com a cota de gênero. Duas pré-candidatas desistiram, o que levou o PSB a uma corrida por novas postulantes para não ter menos representantes.
— Foi mais difícil do que a gente imaginava (formar a nominata). Nós temos um grupo (de filiados). Mas, vamos ter que aumentar ele. Fazer um trabalho de filiação, de reorganização do partido, reestruturar. Esta é a lição que a eleição nos traz — considera Ernani.
Formar novas lideranças, capazes de transmitirem a mensagem do partido e "puxarem" votos, é um desafio considerável. Ainda mais diante dos debates ideológicos acalorados. Como um partido de centro-esquerda, o PSB precisa encontrar novas formas de transmitir a sua mensagem em favor do município.
— Essa questão é a mais importante de todas e é uma dificuldade de todos os partidos. Lideranças novas se fazem urgentes e, se hoje o PSB estivesse no poder, sem dúvida seria desenvolvido um trabalho dando oportunidade as pessoas de bem que pensam na política como uma ferramenta de mudança para a sociedade. Como não estamos, vamos buscar lideranças naturais que já estejam lapidadas e que se envolvam por amor a política buscando sempre melhorias para a sociedade. Pessoas que batalham pelo bem comum naturalmente podem virar grandes líderes — afirma Matias Bordin, vice-presidente do PSB.
Dudu avalia futuro
O principal nome apresentado pelo PSB para esta eleição foi o de Carlos Eduardo Heberle, o Dudu. Filho do ex-prefeito Ernani, Dudu foi escolhido pela coligação para ser o candidato a vice-prefeito na chapa com Lídio Scortegagna (MDB). Foi a estreia do empresário na vida pública.
— Foi uma ótima experiência e considero o saldo positivo. Aprendi muito e sinto que estava preparado, se fosse eleito junto com o Lídio. Tínhamos ótimas propostas e intenções para os próximos quatro anos. A minha pauta foi proposta, sem ataques ou inimizades. Quando a gente se coloca à disposição para um cargo desses, acredito que as pessoas também esperam que tu continue sendo alguém com algum protagonismo na política de Flores. Não sei o que será daqui há quatro anos, mas vou continuar participando — garante, relatando que já conversa com grupos que buscam o melhor para Flores.
Sobre o próximo ciclo, Dudu não conversou com a diretoria do PSB.Apesar da proximidade com o pai, Dudu foi um filiado de última hora no PSB e se aproximou do MDB durante a campanha, principalmente de Lídio. Sobre a permanência no partido de centro-esquerda, a resposta de Dudu foi curta.
— Está indenifido. Não avaliamos nada. Vamos pensar com calma, mais para frente.
Novas lideranças
Para se reestruturar, o PSB pretender eleger uma nova diretoria para 2025. O presidente Ernani continuará ativo, mas quer se afastar da diretoria e dar vez a novos nomes.
— Temos lideranças, mas essas pessoas não se dispuseram a fazer esse papel de protagonismo (nesta eleição). Isso precisamos buscar. Renovação significa trazer novos nomes, lideranças jovens, que tenham futuro, mas que, principalmente, sejam cabeças que pensem como o partido pensa. Não adianta trazer para o cenário político um cara que está no partido só por estar — afirma Ernani, lembrando saídas recentes do partido.
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