Política

Após liminar judicial, coligação Flores Pode Mais admite erro em propaganda eleitoral

Coligação admitiu erro em relacionar repasse ao IDEB, contudo, reafirmou que houve queda no repasse em cerca de R$ 4 milhões

Mais de 24 horas após a decisão judicial que suspendeu uma de suas propagandas eleitorais, a coligação Flores Pode Mais, que apoia Lídio Scortegagna (MDB) a prefeito, emitiu uma nota de esclarecimento. No texto, a campanha admite que errou ao associar o resultado do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB) à redução no repasse de ICMS a Flores da Cunha. No texto, contudo, a coligação reafirma que o município sofreu perdas no repasse.

A decisão liminar da Justiça para suspender a propaganda eleitoral foi publicada às 16h26min de terça-feira (3). Até então, a coligação Flores Pode Mais divulgava no rádio e nas redes sociais do próprio Lídio Scortegagna uma mensagem afirmando que "as notas do IDEB caíram após 12 anos e por isso perdemos um repasse de R$ 4 milhões do ICMS".

No vídeo, aparece o gráfico da matéria do Jornal O Florense sobre o resultado de Flores da Cunha no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB), na edição impressa de sexta-feira (30). Contudo, na reportagem é informado que "esta avaliação não tem relação com o repasse de recursos financeiros para o município".

Em relação à decisão da Justiça Eleitoral, a coligação Flores Pode Mais informa que sua defesa já foi devidamente apresentada ao juiz eleitoral. Dentro dessa defesa, a coligação afirma ter detalhado que, de fato, o município de Flores da Cunha sofreu perdas no repasse do ICMS devido à queda em ranking educacional.

— Com base nos critérios e indicadores do SAERS, Flores da Cunha apresentou uma queda no ranking educacional, resultando em uma redução de 5,8% no repasse de ICMS ao município, o que corresponde a uma perda estimada de aproximadamente 4 milhões de reais, segundo levantamentos preliminares — afirma a nota.

O cálculo apresentado afirma que o repasse era de R$ 81.878.820,24 e reduziu para R$ 77.928.087,79. A diferença, portanto, seria de menos R$ 3.950.732,45. Além do ICMS, também são apresentados no cálculo o FUNDEB e o IPI Exportação.

Até as 18h desta quarta-feira (4), a Justiça Eleitoral ainda analisava o mérito de um direito de resposta solicitado pela coligação Flores Melhor Para Todos, do candidato César Ulian (PP).

Confira a nota na íntegra:

"NOTA DE ESCLARECIMENTO – Coligação Flores Pode Mais

Em relação à decisão da justiça eleitoral de retirar peças publicitárias da Coligação Flores Pode Mais, esclarecemos que a defesa já foi devidamente apresentada ao Juiz Eleitoral. Nela, detalhamos que, de fato, o município de Flores da Cunha sofreu perdas no repasse do ICMS devido à queda no ranking educacional.
Contudo, é essencial que a população conheça e compreenda os seguintes fatos:
1ª Verdade: O ranking educacional sempre foi um fator crucial na determinação do índice de repasse do ICMS aos municípios.
2ª Verdade: De acordo com os critérios do IDEB, Flores da Cunha passou da 18ª para a 102ª posição no ranking educacional do Rio Grande do Sul, conforme divulgado pelo jornal O Florense.
3ª Verdade: A partir de 2024, o ranking educacional no estado passou a ser determinado pelos indicadores de qualidade do SAERS, substituindo o IDEB.
4ª Verdade: Com base nos critérios e indicadores do SAERS, Flores da Cunha apresentou uma queda no ranking educacional, resultando em uma redução de 5,8% no repasse de ICMS ao município, o que corresponde a uma perda estimada de aproximadamente 4 milhões de reais, segundo levantamentos preliminares.
5ª Verdade: Admitimos que erramos ao associar a pior avaliação educacional da história de Flores da Cunha no IDEB à redução de 5,8% no repasse de ICMS. A redução, na realidade, foi consequência da queda nos indicadores educacionais do SAERS.
Portanto, é correto afirmar que Flores da Cunha registrou a pior avaliação educacional de sua história segundo o IDEB. Da mesma forma, é verdade que o município perdeu cerca de R$ 4 milhões de reais devido à sua queda no ranking do SAERS.

Coligação Flores Pode Mais"

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