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Educação: Flores está fora dos 100 melhores municípios no ranking estadual do IDEB

No comparativo com outros municípios gaúchos, a Terra do Galo teve o pior resultado de sua história.

Acostumada a ser referência em educação, Flores da Cunha viu sua posição no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) despencar. De 18º município gaúcho no ranking de 2021 para a 102º posição na última avaliação dos anos finais. Ou seja, saiu dos 20 melhores índices para ficar fora do top 100 do ranking.

A queda no comparativo com outros município é mais acentuado do que as notas levam a crer: era 6,1 em 2021 e baixou para 5,5 na avaliação do ano passado. Esta queda na nota é atribuída, pela prefeitura de Flores da Cunha, a diversos fatores, principalmente o impacto prolongado da pandemia de Covid-19.

O secretário de Educação, Cultura e Desporto, Itamar Brusamarello opina que este cenário pós-pandêmico precisa ser considerado quando avaliada a variação no índice.

— De acordo com o contexto, os indicadores foram positivos, visto que o município figura com escolas entre as melhores do estado — afirma Brusamarello, em referência ao resultado da escola São José, que na avaliação individual ficou com 12ª melhor nota gaúcha: 6,9.

O IDEB é uma métrica utilizada para avaliar a qualidade da educação nas escolas brasileiras, combinando dados de aprovação e desempenho acadêmico dos estudantes. É importante frisar que esta avaliação não tem relação com o repasse de recursos financeiros para o município.

As avaliações do IDEB iniciaram em 2005, quando Flores da Cunha figurou como o 11º melhor município gaúcho. Ao longo dos anos, esta posição variou bastante e o município só retomou lugar entre as 20 melhores na avaliação de 2021 (18º lugar). O resultado divulgado neste ano é o primeiro em que Flores da Cunha fica fora do top 100 dos municípios do Rio Grande do Sul.

O secretário destaca que, mesmo com a queda, a pontuação de 2023 é significativa, considerando que os alunos que participaram da avaliação cursaram parte dos anos finais do ensino fundamental à distância devido à pandemia.

— É importante destacar que, em 2023, a rede municipal de ensino de Flores da Cunha contava com nove escolas de Ensino Fundamental. As demais escolas estavam sob a gestão do estado. O que se observa é que nos anos iniciais, 89% das escolas municipais tem o IDEB superior a seis — contextualiza Brusamarello sobre a pontuação que as escolas obtiveram nos anos iniciais do ensino fundamental.

Para apoiar as escolas, a Secretaria tem implementado uma série de iniciativas.

— Promovemos encontros de planejamento coletivo entre os professores, visando a promoção de momentos de troca de experiências, de diálogo e de construção coletiva, e organizamos avaliações e simulados para desenvolver as competências necessárias para a realização da avaliação. Promovemos momentos de diálogo entre escola e família para refletir sobre a importância da participação dos estudantes e da resolução com seriedade das avalições e oferecemos suporte emocional, bem como estrutura física para manter e/ou melhorar a qualidade de ensino.

Segundo Brusamarello, um dos principais desafios enfrentados pelo município tem sido a participação dos estudantes nas avaliações externas, como o IDEB, e a evasão escolar.

— A forma como a avaliação  (do IDEB) é estruturada e aplicada não condiz com as competências propostas pela Base Nacional Comum Curricular, documento orientador do nosso currículo, uma vez que não são indicadas as habilidades que os estudantes não atingiram. Tem-se como exemplo avaliações externas, como o Alfabetiza Tchê e SAERS, que já mensuram e possibilitam um plano de ação focado no desenvolvimento das habilidades não atingidas ou atingidas parcialmente.

 

Olhar para o futuro

O secretário municipal de Educação, Itamar Brusamarello, afirma que Flores da Cunha está focada em estratégias de recuperação e melhoria.

— O município tem traçado inúmeras ações que visam a recuperação das aprendizagens, visando atingir os objetivos enquanto rede municipal de ensino. Estudos direcionados dos indicadores, em profundidade, possibilitando a reestruturação do planejamento pedagógico do professor, reestruturação do Referencial Curricular, reestruturação do Regimento Escolar, participação em programas em nível nacional e estadual, como o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e Alfabetiza Tchê. Investimos ainda na pesquisa, como um princípio educativo.

 - Chariel Rezende
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