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Sem manutenção, situação da ERS-122 se agrava a cada dia

Promessa de operação tapa-buracos há cerca de duas semanas não foi concluída. Trecho entre Caxias e Flores da Cunha, sob responsabilidade do Estado, está repleto de buracos. EGR diz que novas medidas paliativas serão feitas em breve

Você, motorista, que costuma trafegar com frequência pela ERS-122, entre Caxias do Sul, Flores da Cunha e Antônio Prado sabe que é difícil memorizar a posição dos buracos que existem ao longo da via. Isso porque novas ‘panelas’ surgem a cada dia. A falta de manutenção obriga os condutores a realizarem manobras muitas vezes arriscadas para escapar dos buracos. Porém, se você não é usuário assíduo da rodovia, é melhor redobrar a atenção para não ser surpreendido por um (ou vários) quando passar pelo trecho. Pois se isso acontecer, você terá que resolver tudo sozinho e não poderá contar com nenhum serviço de socorro ou guincho.

Embora não pareça, devido às condições da pista que acumula ‘panelões e panelinhas’, além de uma sequência constante de ondulações (sem falar na quantidade mínima de pontos de acostamento), o trecho de 46,4 quilômetros é pedagiado e você terá de desembolsar R$ 5,20 quando passar pelo posto de cobrança no Km 101, na localidade de São Roque, em Flores da Cunha. A ERS-122 está sob responsabilidade da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) desde o dia 12 de junho, mas a cobrança (que era de R$ 7) é feita desde 1998, quando o então governador do Rio Grande do Sul Antonio Britto (PMDB) entregou a administração de 1,8 mil quilômetros de rodovias à iniciativa privada.

Há cerca de 20 dias, a EGR, por meio de uma empresa terceirizada, fez uma mini-operação e cobriu a maioria dos buracos (alguns não foram nem mexidos) que existia no perímetro entre Caxias e Antônio Prado. Porém, a estrada está novamente nas mesmas condições de antes devido ao fluxo intenso de veículos, especialmente de caminhões. O pior trecho concentra-se a partir do Km 88, no sentido Caxias-Flores, na comunidade de São Gotardo. A chuva registrada na tarde de ontem, dia 18, piorou a situação dos motoristas que passavam pelo ponto. Os buracos ficavam cobertos pela água e os condutores dificilmente conseguiam desviar e acabavam caindo nas ‘panelas’.

Manutenção imediata
Contatada pelo jornal O Florense, a EGR, por meio do seu presidente, Luiz Carlos Bertotto, informou ontem que a situação evidenciada pela reportagem nesta semana será resolvida nos próximos dias e que uma empresa contratada fará uma nova operação tapa-buracos. “Já sabemos das condições dessa via, mas acreditamos que hoje (sexta-feira) ou, no máximo na segunda-feira, dia 22, faremos essa manutenção emergencial”, assegura.

Bertotto reconhece que a medida é paliativa e afirma que a EGR está providenciando uma licitação para fazer uma manutenção mais consistente nos trechos críticos. “Estamos providenciando um serviço de manutenção mais profundo, com a troca do asfalto que está com problema e não resiste a nenhuma intempérie. Porém, iremos precisar de um tempo a mais para viabilizar isso”, informa. Segundo ele, a empresa já tem um levantamento do que é necessário e no momento trabalha nos termos de referência para encaminhar o edital e viabilizar a licitação. “Acredito que no máximo em dois meses iniciaremos essas obras mais pesadas”, projeta.

Motoristas não têm serviços de guincho e ambulância
Previstos para iniciar 30 dias após a EGR ter assumido a praça de Flores da Cunha, os serviços de guincho e ambulância ainda não estão disponíveis para os motoristas na ERS-122. Segundo Luiz Carlos Bertotto, diretor-presidente da estatal, os equipamentos que eram da antiga concessionária não serão repassados à EGR como foi previsto inicialmente. “Até agora não recebemos nada do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) e acho que não vamos receber nenhuma ambulância, apenas um guincho.” Porém, ele afirma que a EGR está em tratativas para terceirizar o serviço. Também existe a possibilidade de que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) continue atendendo as ocorrências. “Hoje estávamos reunidos com uma empresa de guinchos para solucionarmos essa questão o mais rápido possível, mas ainda não temos uma previsão de quando isso estará acertado”, pondera.

Enquanto o impasse não é resolvido, os motoristas que trafegam pela ERS-122 continuam desassistidos. Os atendimentos de urgência e socorro são prestados pelo Samu (telefone 192) ou pelo Corpo de Bombeiros (193). O Grupamento Rodoviário (GRv) estadual pode ser acionado pelo 198.

Estudo de viabilidade
Na tentativa de viabilizar a mudança da praça de pedágio florense para outro ponto, no dia 9 o prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (PMDB), entregou ao diretor-presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, um documento feito a partir do encontro regional ocorrido em Flores no dia 3. De acordo com Lídio, o governo comprometeu-se em analisar o ofício que sugere que seja constituído um Conselho Comunitário para participar das decisões sobre o trecho pedagiado da 122. “O encontro foi recente e ainda estamos aguardando uma resposta do Estado, que não fechou possibilidade para negociação”, diz o prefeito.

Bertotto afirma que o Executivo estadual está estudando a indicação feita pelos prefeitos. “Agora nós vamos verificar as condições de colocar esse posto em outro local, mais próximo do limite com Antônio Prado, não mais prejudicando os moradores das comunidades do entorno de Flores da Cunha.” Porém, o Bertotto frisa que este é um estudo demorado. “Acreditamos que dentro de um mês ou um pouco mais já poderemos retornar e dizer qual foi a solução definida.”

Chuva de ontem impedia, no final da tarde, que motoristas visualizassem os buracos, a maioria deles na localidade de São Gotardo. - Mirian Spuldaro
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