Flores da Cunha completa 93 anos de emancipação política
Ato cívico para marcar a data será realizado às 8h desta quarta-feira na Praça da Bandeira
Flores da Cunha completa nesta quarta-feira, dia 17 de maio, 93 anos de emancipação política. Às 8h será realizado um ato cívico pelo aniversário, com a participação de estudantes e autoridades, na Praça da Bandeira. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa populacional em 2016 era de 29.405 pessoas.
A pequena vila de Nova Trento, emancipada em 17 de maio de 1924, recebeu as primeiras famílias de imigrantes italianos em 1876, da qual se dedicaram na grande maioria à agricultura. O potencial econômico de Nova Trento concentrava-se na colônia, especialmente no cultivo da parreira, do milho e na criação de suínos, mas a riqueza residia, acima de tudo, na força do trabalho, característica marcante dos colonizadores italianos que diversificaram a economia. Foi assim que a imigração italiana para o Brasil ocorreu e tornou-se significativa a partir da década de 1870. Entre 1877 a 1902, transformou-se num fenômeno de massa, influenciando decisivamente no aumento da população brasileira e na criação de vilarejos como Nova Trento.
Em pouco tempo os colonizadores fundaram dois povoados em Nova Trento: São Pedro, onde hoje está a sede do município; e São José, localizado onde hoje está o bairro Colina de Flores. Entretanto, devido à falta d’água e a questões políticas, os moradores de São José se mudaram para São Pedro. Com a junção dos dois povoados, os imigrantes decidiram dar um nome à localidade que lembrasse a terra natal.
Uma assembleia chegou a ser feita e muitos nomes foram sugeridos, inclusive com algumas discórdias, porque alguns queriam Nova Tirol, outros sugeriam Nova Cremona. Ficou decidido que cada morador retornasse para casa e pensasse melhor qual seria o nome do povoado. Na manhã seguinte, sem que ninguém fosse consultado, apareceu pendurado num pinheiro da praça uma grande tábua com 'Nova Trento' escrito a carvão. O nome era uma sugestão do colono Cisto Rosseto, um líder comunitário que exercia influência sobre os demais. Ninguém contrariou a placa e o nome foi mantido.
Os primeiros moradores dos dois povoados foram Cisto Rosseto, Pedro Oldra, Luiz Soldatelli, Luiz Letti, Joaquim Mascarello, Josué Fávero, Alexandre Micheleto, José Fontana, Antônio Melara, Antônio Peisanto, Vitório Coin, Pedro Boscatto, Pietro Melara, Giuseppe Falavigna, Guirafate Dal Molin, Virgínio Carletti e César Piardi.
A emancipação
Na década de 1910 Nova Trento sonhava em não depender do município mãe, Caxias do Sul. Assim se iniciaram os movimentos a favor do desmembramento da vila de Nova Trento, que não era nada fácil, pois o distrito era um dos mais prósperos de Caxias e os moradores de lá não aprovavam a emancipação. Em 1913, o capitão Joaquim Mascarello (primeiro intendente trentino), Josué Fávero e Anselmo Carpeggiani criaram uma comissão pró-emancipação.
Após a troca de favores políticos com o presidente do Estado (cargo equivalente a governador) Borges de Medeiros, em 17 de maio de 1924 o capitão Mascarello recebeu um fonograma de Medeiros parabenizando a população pela conquista. Nova Trento tornou-se o 73º município do Rio Grande do Sul, tendo ganhado também o 4º distrito de Caxias, ou seja, Nova Pádua. Os festejos de instalação do novo município foram realizados em 24 de maio do mesmo ano, quando Mascarello tomou posse como intendente – é por isso que a Semana do Município é sempre comemorada de 17 a 24 de maio.
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