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Estoques de vinho devem suprir a quebra da safra

Perda estimada em mais de 60% na colheita de uva preocupa vinícolas de Flores da Cunha pela falta de matéria-prima

A Serra Gaúcha vive a sua época de vindima. Porém, a colheita da uva deste ano está repleta de incertezas e preocupações. Não somente os agricultores estão apreensivos com a quebra em mais de 60% da safra da uva, conforme números divulgados pela Emater-RS/Ascar na semana passada, mas também os vinicultores. Se os dígitos se confirmarem, serão 551 milhões de quilos a menos do que a safra anterior e um impacto financeiro estimado em R$ 380 milhões. A previsão é colher em todo o Estado 350 milhões de quilos de uva, ante os 855 milhões de 2015 – em Flores da Cunha a estimativa é 38,3 milhões de quilos, contra 88,3 milhões do ano passado. Tal produção servirá para elaborar não mais do que 190 milhões de litros de vinho, número bem inferior aos 400 milhões de litros elaborados em 2015. Diante de um mercado que, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), cresceu 15% na comercialização de espumantes e 25% na de suco de uva, a pergunta que se faz é: vai faltar vinho ou suco de uva brasileiro nas gôndolas?

A resposta está nos estoques de vinho, que até o ano passado eram considerados problemas e que neste ano passam a ser os ‘salvadores da pátria’. De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e vice-presidente do Ibravin, Oscar Ló, os estoques, que passam dos 300 milhões de litros, deverão ajudar no abastecimento de mercado. “Considerando as vendas registradas em 2015 (R$ 390 milhões de litros até o mês de novembro, incluindo todos os produtos vitivinícolas) e até uma certa diminuição no volume que deve ser comercializado, certamente teremos produtos para atender à demanda do consumidor”, acredita.

Para o diretor executivo da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Darci Dani, apesar dos estoques abastecidos existe uma preocupação das vinícolas para atender ao mercado e conseguir manter suas estruturas. “Haverá um prejuízo e certamente não conseguiremos repetir os números de vendas anteriores. Vai amenizar a questão dos estoques, mas para a empresa será ruim porque não haverá faturamento e, com apenas 30% ou 40% da matéria-prima para elaboração das bebidas, muitas terão que enxugar gastos ou demitir funcionários”, aponta Dani, que complementa que o aumento da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bebidas quentes, como o vinho, preocupa mais o setor.

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Será complicado manter a comercialização do suco de uva, que teve acréscimo de 25% no consumo. - Arquivo O Florense
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