Poluição das queimadas volta a atingir Flores da Cunha
A crise dos incêndios que têm origem na Amazônia, Pantanal e países vizinhos provoca nova degradação do ar no município florense.
A presença de fumaça e fuligem, resultante da crise das queimadas pelo Brasil e países vizinhos, afeta Flores da Cunha novamente. Na segunda semana do mês, o Índice qualidade do ar (IQA) foi considerado insalubre por uma ferramenta de mapeamento global. Nesta segunda-feira (23), a mesma plataforma indica que as condições do ar estão insalubres para grupos sensíveis. O Governo Estadual divulgou orientações sobre os riscos para a saúde. A tendência é que os níveis de poluição diminuam até a próxima sexta-feira (27) e depois voltem a se elevar.
A avaliação é feita pelo Índice de Qualidade do Ar (IQAir). A empresa suíça, especializada em tecnologia de monitoramento ambiental, utiliza modelos estimativos e cobre apenas uma parte das cidades brasileiras, o que pode limitar a precisão desses dados. Ainda assim é o melhor comparativo disponível.
Nesta segunda-feira, o município florense amanheceu com um IQA de 142, inferior ao índice de 174 registrado na sexta-feira (13), considerado como insalubre, conforme quadro abaixo, mas ainda assim um demonstrativo preocupante dos efeitos das queimadas.
A meteorologista da Climatempo, Alana Gabriele, aponta que a fumaça e fuligem observadas em todo o estado do Rio Grande do Sul têm origem em queimadas na Amazônia, Pantanal e países vizinhos.
— Essas partículas são transportadas por ventos conhecidos como jatos de baixos níveis, ou Rios Voadores. Esses ventos, que normalmente transportam umidade, estão espalhando fumaça e gases tóxicos pelo Brasil devido à alta incidência de incêndios florestais — explica.
A intensidade e a direção dos ventos resulta em dias com mais ou menos fumaça. O que explica as boas condições do céu florense nos últimos dias e o retorno de índices elevados de poluição nesta semana.
Os dados do IQAir mostram que a qualidade do ar em Flores da Cunha costuma estar na faixa de 0 a 50, considerada como boa. Para se proteger deste momento de poluição, é aconselhado evitar atividades ao ar livre, manter janelas fechadas, usar máscara e, se possível, utilizar purificadores de ar. O governo estadual também recomenda não consumir água da chuva, buscar atendimento médico em caso de sintomas respiratórios, beber mais água e redobrar o cuidado com crianças, idosos e gestantes.
O Índice de Qualidade do Ar (IQA)
De acordo com o índice elaborado pelo IQAir, a qualidade do ar é considerada em diferentes níveis.
- Notas de 0 a 50 indicam uma qualidade do ar considerado boa.
- Entre 51 e 100, a qualidade é moderada.
- Faixas de 101 a 150 são consideradas insalubres para grupos sensíveis.
- Níveis de 151 a 200 são consideradas insalubres para a população em geral.
- A qualidade do ar é extremamente insalubre quando os índices variam de 201 a 300.
- Níveis acime de 301 são classificados como perigosos.
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