Política

"Administrar a burocracia em nosso favor", diz Nata Francisconi (PDT)

Em tom descontraído, Nata Francisconi, 52, se autoproclama uma embaixatriz da cultura florense e das minorias. Foi por essa sua capacidade de conversar com as pessoas que ela decidiu se candidatar e utilizar a política em prol de suas bandeiras e comunidade.
Candidata a vereadora pelo PDT, Nata é moradora de São Gotardo e formada em Letras. Ela atuou na Fenavindima 2020 e foi diretora municipal de Cultura no ano seguinte. Com um currículo variado, Nata promete fazer bom uso de seu dinamismo no Legislativo.


Por que a candidata acredita ter perfil para ser uma boa vereadora?
Porque priorizo a informação e trabalhar com esta informação. Quando cheguei no Departamento de Cultura, eu não sabia da legislação. Mas, sei que órgão público é basicamente burocracia e saber como administrar essa burocracia em nosso favor. Fui lá e li toda a legislação possível. Eu nunca escrevi um livro e só fiz teatro amador por pouco tempo, mas sei que estou inserida na cultura local e sou sempre uma embaixatriz. Recebo as pessoas e levo para os lugares. Em todo comentário que faço com alguém de fora, digo que tem que vir a Flores da Cunha tomar um vinho. Isso tudo faz parte de mim. E sempre procuro saber como que, burocraticamente e legalmente, a gente consegue viabilizar as coisas. A Câmara dos Vereadores é a representatividade, mas não é só representar a comunidade de tal lugar porque moro lá. Quero representar a população forense e como que pretendo fazer isso? Entendendo as atividades e encontrando os caminhos para oferecer uma melhor qualidade de vida para as pessoas. 

Caso eleita, quais as bandeiras que irá defender?
A primeira é se comunicar. É se relacionar com as pessoas. Há muitos anos luto pela inclusão dos novos imigrantes. Essas pessoas que vem de fora e que tem que se adaptar ao nosso jeito de viver. Eles são imigrantes tanto quanto os italianos, só que agora encontram o caminho travado e tem que andar por ele. Também as mulheres, obviamente, porque sou uma delas e as mulheres tem um espaço, talvez não tão limitado, mas incompreendido. A mulher vai lá e busca, mas nem todo mundo entende porque que ela está lá. Acham que aquele lugar talvez seja, de novo, para um homem. A própria Câmara, todo mundo diz que precisamos eleger mais mulheres, mas não é só as eleitas. As que não são eleitas também tem que ter espaço na sociedade. Também educação, cultura e turismo, que precisam andar juntos. O nosso turismo é cultural, a nossa indústria é essencialmente cultural, até as vinícolas, de onde vieram? Porque lá na Itália era cultural. O turismo religioso tem uma vertente fortíssima aqui e a nossa gente tem uma uma festa de colônia para cada domingo. 

Quais os maiores desafios de Flores da Cunha?
A gente acha que tem um potencial, mas a gente sufoca esse potencial nas nossas dificuldades. Sempre digo que em cada desafio tem uma oportunidade de fazer as coisas diferentes e melhores. Não maiores e mais caras, mas mais efetivas. Flores da Cunha tem uma facilidade gigante de estar do lado de Caxias. Caxias é uma força nossa e não uma dificuldade. Precisamos oferecer condições que as pessoas venham pra cá e encontrem o que estão procurando. A gente tem o menarosto como o prato oficial e onde é que eu como menarosto? Qual o restaurante que abre aos domingos ou na segunda de noite?

Como os vereadores podem evitar que as discussões sejam apenas situação contra oposição?
Se a cidade se limitar ao aspecto político partidário, não iremos crescer. Temos que saber ouvir. Sempre carrego comigo as informações que ouço para aproveitar e abrir novos caminhos. A Câmara de Vereadores precisa estar unida em torno dos interesses da população independente de bandeiras políticas. Temos discussões necessárias que não estão acontecendo. Fiscalizar não é só pegar as diárias e dizer quanto fulano gastou. Cadê a interação com a comunidade? Precisamos que a Câmara seja formada por pessoas que conversem entre si, com o Executivo e, principalmente, com a comunidade.

 - Paola Castro
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