Um colecionador de memórias
Antonio Alvise Mioranza perdeu a conta de quantos álbuns de fotos ele guarda, todos com registros das visitas aos familiares na Itália
Ele tem memórias para dar e vender. Histórias então, não faltam. Basta pedir sobre a família Mioranza que o empresário florense Antonio Alvise Mioranza, 79 anos, abre, literalmente, o livro da família. Lançado em 2012, a obra De Val del Mis a Nova Veneza documenta toda a trajetória da família Mioranza, desde muito antes da partida do bisavô de Antonio – Pietro Mioranza, e da avó Luigia Caldart, do velho continente em busca de uma vida melhor na América, isso em 1884, nove anos depois que os primeiros imigrantes pisaram em solo rio-grandense. Depois de quase 80 anos de silêncio, as famílias Mioranza – da Itália e do Brasil – restituíram contato, que dura até hoje. Atualmente Antonio e a esposa Aurora, além dos filhos Cladir, Alcidenei, Sidinei e Solange, e os netos, mantém contato com a família na Itália, tornando, quem sabe, realidade o sonho dos antepassados que, após desembarcarem na Mérica, não tiveram mais comunicação com a família.
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Antonio conta cheio de detalhes que o bisavô Pietro e a bisavó Luigia partiram de Val de Mis, no município de Sospirolo, província de Belluno, no norte da Itália, em 1884. Vieram trazendo as filhas Maria e Angela, esta que faleceu durante a difícil e longa viagem. A jovem família tinha como destino Nova Veneza, hoje Travessão Alfredo Chaves, em Flores da Cunha. “Eles chegaram aqui em janeiro de 1884, mas partiram da Itália ainda em novembro de 1883, durante o inverno e quando a neve tomava conta de tudo. Passaram por Porto Alegre, onde fizeram os documentos, e por Caxias do Sul, quando receberam os lotes de terra e se estabeleceram aqui”, conta Antonio. “Meu avô Giovanni nasceu no Brasil, assim como os irmãos dele, Alvise, Elisa e Angela”, complementa.
Desde a partida de Pietro, que deixou na Itália os irmãos e a mãe, em busca da ‘terra prometida’, mais nenhum contato foi feito. Até que, após oito décadas, o bisneto Ciro Mioranza, religioso que por 10 anos estudou na Itália, chegou a Sospirolo procurando por algum parente. “O Ciro, meu primo, conseguiu restabelecer o contato da família Mioranza. Nos encontramos e desde então mantemos contato quase que diário”, se orgulha Antonio, que guarda cada visita aos parentes italianos com álbuns e mais álbuns de fotos e recordações. “Saber das nossas origens dá uma sensação de gratificação muito grande. Hoje nos falamos a toda hora, pela internet e muito pelo telefone. Quando vamos para a Itália a casa da família está sempre aberta para nós, assim como aqui para eles”, valoriza. Com a descoberta da família, os Mioranza abriram oportunidades econômicas também, como a compra do maquinário utilizado na vinícola da família – Vinícola Mioranza.
O livro dos Mioranza carrega histórias narradas pela família que ainda vive na Itália, documentando a vontade de deixar para trás a miséria e a carestia, onde as terras eram de patrões e os colonos trabalhavam duro. Além do reencontro e das oportunidades industriais, a família Mioranza deu o pontapé inicial que resultou no gemellaggio entre Flores da Cunha e a cidade de Sospirolo.
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Antonio conta cheio de detalhes que o bisavô Pietro e a bisavó Luigia partiram de Val de Mis, no município de Sospirolo, província de Belluno, no norte da Itália, em 1884. Vieram trazendo as filhas Maria e Angela, esta que faleceu durante a difícil e longa viagem. A jovem família tinha como destino Nova Veneza, hoje Travessão Alfredo Chaves, em Flores da Cunha. “Eles chegaram aqui em janeiro de 1884, mas partiram da Itália ainda em novembro de 1883, durante o inverno e quando a neve tomava conta de tudo. Passaram por Porto Alegre, onde fizeram os documentos, e por Caxias do Sul, quando receberam os lotes de terra e se estabeleceram aqui”, conta Antonio. “Meu avô Giovanni nasceu no Brasil, assim como os irmãos dele, Alvise, Elisa e Angela”, complementa.
Desde a partida de Pietro, que deixou na Itália os irmãos e a mãe, em busca da ‘terra prometida’, mais nenhum contato foi feito. Até que, após oito décadas, o bisneto Ciro Mioranza, religioso que por 10 anos estudou na Itália, chegou a Sospirolo procurando por algum parente. “O Ciro, meu primo, conseguiu restabelecer o contato da família Mioranza. Nos encontramos e desde então mantemos contato quase que diário”, se orgulha Antonio, que guarda cada visita aos parentes italianos com álbuns e mais álbuns de fotos e recordações. “Saber das nossas origens dá uma sensação de gratificação muito grande. Hoje nos falamos a toda hora, pela internet e muito pelo telefone. Quando vamos para a Itália a casa da família está sempre aberta para nós, assim como aqui para eles”, valoriza. Com a descoberta da família, os Mioranza abriram oportunidades econômicas também, como a compra do maquinário utilizado na vinícola da família – Vinícola Mioranza.
O livro dos Mioranza carrega histórias narradas pela família que ainda vive na Itália, documentando a vontade de deixar para trás a miséria e a carestia, onde as terras eram de patrões e os colonos trabalhavam duro. Além do reencontro e das oportunidades industriais, a família Mioranza deu o pontapé inicial que resultou no gemellaggio entre Flores da Cunha e a cidade de Sospirolo.
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