Novas gerações redefinem o futuro das relações laborais segundo Ligia Zotini
A pesquisadora compartilha perspectivas sobre a evolução do trabalho
Em um mundo em constante transformação, a maneira como se trabalha e se relaciona está passando por uma revolução silenciosa. Esse é o fenômeno que Ligia Zotini, pesquisadora e especialista em tendências futuras, pretende explorar na palestra “O Futuro é MultiGerações”, nesta terça-feira (29), às 19h, no Centro Empresarial de Flores da Cunha.
Com um foco especial no estudo de “Novos Humanos”, Ligia traz à tona as demandas das novas gerações, que chegam ao mercado de trabalho armadas com um vasto repertório digital, mas também com expectativas distintas em relação ao emprego e à liderança.
— Seja para a área profissional ou jornada de consumo, as Gerações Z e Alpha têm necessidade de mais flexibilidade no trabalho, optam por escolhas que tenham relação com seus valores pessoais e têm uma narrativa de diversidade mais flexível e abrangente — afirma.
Embora possam parecer interesses muito distantes, a palestrante ressalta que a realidade é outra.
— Quando fazemos exercícios de autodesenvolvimento e autoconhecimento, percebemos que estamos buscando o que essas gerações estão levantando em bandeiras: mais flexibilidade, trabalho como uma das identidades e não somente a identidade da vida e entender a qual grupo pertencemos. Isso com um olhar renovado para o digital e o tecnológico — explica.
Mudanças sociais
Ligia destaca a importância de preparar empresas e líderes para essa nova realidade, já que segundo ela, para empresas mais tradicionais esse cenário pode ser desafiador.
— (A cultura da) empresa, time ou área segue a consciência do líder, que é um conjunto de valores e olhares de mundo que regem e traduzem as ações naquele lugar. Se não há nada diferente sendo feito no processo e permanece a jornada tradicional de 10 ou 50 anos atrás, a empresa vai atrair pessoas que estão paradas na consciência e visão de mundo daquele tempo. Uma vez era comum a empresa ter missão, visão e valores, mas não era comum os profissionais terem isso. Hoje eles têm e é nesse encontro de missões que a beleza ou os conflitos estão acontecendo.
A palestra abordará ainda como as mudanças sociais e tecnológicas estão interligadas, moldando não apenas a força de trabalho, mas também as relações de consumo.
— A tecnologia libera o tempo, o trabalho propõe e suporta flexibilidade e deste lugar surge o autoconhecimento, em uma busca pelas verdades internas, que se traduzem em comportamento de consumo. Um consumidor mais investidor, que coloca seu dinheiro onde está alinhado com suas próprias verdades. Tudo isso com um olhar preocupado com o ecossistema, ecologia e meio ambiente. Nós chamamos isso de olhar ecossistêmico e regenerativo. É um pouco do que vemos nas (novas) gerações e também em todos que estão buscando uma atualização temporal — complementa.
Flores é "uma ilha de futuros"
Para a pesquisadora a sociedade está às vésperas de ter um futuro potente, tecnológico e veloz do ponto de vista da tomada de decisão.
— Entendemos que esses humanos (das Gerações Z e Alpha) são mais conscientes, integrais, plurais, flexíveis e têm um olhar que engloba mais possibilidades. Essas são características importantes para os próximos 20 anos, onde vai ter muito mais tecnologia envolvida com um movimento acelerado. Se os humanos não forem mais conscientes, autodesenvolvidos e auto capacitados no pilar humano, emocional, físico, integral, holístico, energético e, porque não, espiritual, eles terão desafios importantes e que não vão conseguir lidar.
O evento convida empresários, profissionais e todos interessados a entender como as novas gerações estão redefinindo o futuro do trabalho. Ao participar, o público poderá se inspirar e adquirir ferramentas para navegar nessa nova era, onde a interação transgeracional é essencial, segundo Lígia.
— A expectativa para a palestra é compartilhar um estudo inovador que acabou de sair no mercado em São Paulo. Estou muito feliz de voltar e poder compartilhar um pouco do que venho trazendo de mais novo em um lugar que considero uma ilha de futuros na região — finaliza a pesquisadora.
0 Comentários