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Moradores de Otávio Rocha sofrem com fiação antiga e pedem solução a RGE

No mês de outubro, famílias da localidade tiveram prejuízos com incêndios após explosões na rede elétrica

Os problemas causados pela fiação antiga preocupam a comunidade de Otátivo Rocha, que está unida em busca de providências. A prefeitura e vereadores foram mobilizados para pressionar a concessionária, RGE, em busca de soluções.

No mês passado, pelo menos 15 famílias foram prejudicadas após uma forte descarga elétrica na rede de alta tensão. A explosão provocou um incêndio e diversos danos nas propriedades.

— O susto foi grande! Aconteceu por volta das 4h da madrugada do dia 11 de outubro. A RGE veio arrumar ao meio-dia. Mas, de noite, lá pelas 20h, começou novamente os curtos nos fios de luz. Por pouco um fio não caiu em cima do meu carro, pois foi bem na hora em que eu estava voltando do ensaio da Igreja — desabafa o agricultor Valter Lino Marzarotto, 65 anos.

Morador da localidade desde criança, Marzarotto afirma que a rede elétrica foi instalada há seis décadas.

— Têm fios que não foram trocados desde que fizeram essa rede, há 60 anos. Os fios chegam a quebrar na mão de tão velhos — relata.

Alguns postes estão dentro da propriedade da família, o que fez os fios de alta tensão caírem sobre os parreirais.

— Sempre que vou tratar as parreiras fico com medo que possa cair um fio novamente. Não dá mais para essa rede de alta tensão ficar aonde está. Se cai na cabeça de alguém, vira carvão. Nesse dia que caiu, arrebentou o cordão com a força, mas isso eu arrumo. O problema é que querem que eu pague para tirarem a rede e os postes da minha propriedade. Mas isso é responsabilidade da RGE e não minha — enfatiza o agricultor.

Medo de sair de casa

As residências atingidas pelos problemas na rede elétrica ficam nas três ruas próximas a Vinícola Gazzaro: Rua Uva Itália, Estrada Olindo Carlos Toigo e Rua Zona Dani.

— A descarga elétrica que ocorreu no dia 11 causou incêndio e queima de aparelhos aqui em casa e no pavilhão. Depois, no dia 23 de outubro, houve novo incêndio, às 19h. E no dia 25 de outubro teve um estouro na fiação e queda de energia. Estamos nos sentindo inseguros porque se não estivéssemos em casa para apagar as chamas o estrago seria muito maior. Desde então, estamos com dificuldade para dormir e medo de sair de casa — afirma Diego Smiderle, 38.

Os estouros repentinos, seguidos pelas chamas provocadas pelos curtos na alta tensão tem afetado o sono de muitos moradores.

— Afetou o psicológico das crianças também. Quando vão deitar, elas sentem medo — lamenta Michele Martini, 49, que mora de aluguel há quatro anos na Rua Uva Itália.

Michele precisou chamar os Bombeiros em função do incêndio que, segundo ela, iniciou após um estouro no transformador do poste ao lado de sua casa. 

— Tenho dois filhos gêmeos, de 8 anos, o meu pai com câncer e a minha mãe com problema cardíaco. E, de repente, o transformador pegou fogo. Não consegui tirar nem o carro que estava embaixo do poste. Foi apavorante, e eu com as crianças e dois idosos. Acordei meus pais e meu vizinho, pois começou a pegar fogo nas árvores e os fios ficam bem perto da casa. É a terceira vez que acontece. Em outra, estava tomando banho e pegou fogo no transformador. Eu poderia ter morrido embaixo do chuveiro. É muioto complicado, tu não sabes que horas pode acontecer novamente — reclama Michele.

"Aguardo retorno da RGE e Procon"

Os problemas com a fiação antiga não chegam a ser uma novidade recente. Os moradores de Otávio Rocha lembram de outro episódio em junho, quando houve o estouro de um transformador na Rua Uva Itália. Na ocasião, o equipamento foi substituído pela RGE.

Na época, alguns moradores também tiveram problemas em casa em função do apagão. Em outubro, ocorreu novamente.

— Lá no mês de junho a RGE disse que o problema era na minha rede. Refiz toda ela, puxei cabos novos e troquei até as tomadas da casa. Coloquei de melhor qualidade que encontrei. E agora, no dia 11 de outubro, pegou fogo igual. Sorte que tínhamos o extintor de incêndio em casa. Usamos em casa e no pavilhão, pois lá também pegou fogo. O pavilhão tinha aterramento, mas não deu conta. Foi pouca coisa, mas na casa foi pior. Já falamos com a Aneel, com a RGE e com o Procon. E estamos aguardando o retorno — afirma Diego Smiderle.

 

 

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