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Moradores de Flores da Cunha sofrem com aluguéis altos e falta de imóveis disponíveis

Com a oferta limitada e os preços elevados, moradores sentem os impactos do alto valor dos aluguéis no dia a dia

Em meio ao cenário desafiador em Flores da Cunha, Mayara Chiosi (foto), 26 anos, moradora do bairro Aparecida, relata dificuldades com os aumentos constantes no preço do aluguel. Nos últimos anos, ela mantém uma busca e atenção constante as alternativas dentro do município, mas a insatisfação com os valores praticados já a fez considerar a possibilidade de se mudar.


— Apesar dos aluguéis estarem caros por todo lugar, em Flores da Cunha são muito mais. Hoje, em Caxias do Sul você consegue encontrar casas ótimas para alugar por menos de R$ 1 mil. O que ocorre é que, além de trabalharmos aqui, também temos uma filha e nossa rede de apoio está aqui, o que acaba nos desencorajando de tentar a vida em outro lugar — comenta. 


Seu relato é um exemplo da realidade que muitos cidadãos enfrentam diante da escassez de imóveis acessíveis. As próprias empresas relatam a busca por trabalhadores já estabelecidos em municípios  vizinhos, diante da escassez para uma mudança definitiva.
Mayara relata que os reajustes no valor do aluguel têm sido constantes e progressivos.


— Quando alugamos nossa casa, eu e meu marido pagávamos R$ 1 mil. Já era um valor alto, mas pelo bairro e pela estrutura da casa valia a pena. Desde então, todos os anos recebemos um reajuste elevado. Hoje nosso aluguel está em quase R$ 1,3 mil — conta a consultora de Marketing que reside há três anos no atual imóvel no Aparecida.


Mayara também testemunha a dificuldade para conseguir fechar o contrato de locação:


— A burocracia é quase tão difícil quanto encontrar uma casa disponível. É necessário ter um ou dois fiadores, com imóvel próprio na cidade, o imóvel precisa estar quitado, ter escritura, não pode ser herança, nem usufruto. Tivemos que recorrer a um casal de amigos para conseguir a garantia necessária — relata.
Moradora do bairro São José, a cabeleireira Chaiane Bizotto, 34, relata desafios semelhantes. Ela aponta que o valor do aluguel consome a maior fatia do seu orçamento mensal.


— Os altos valores que pago afetam diretamente a minha qualidade de vida. O preço está exagerado. Pago R$ 1,9 mil por uma casa que é boa, mas o valor é excessivo. Acabamos deixando de fazer muitas coisas por conta disso. A prioridade é garantir a moradia — conta.


Chaiane também cogitou buscar alternativas em outras cidades e reclama dos reajustes no valor do aluguel.
— Tive (que aceitar) um aumento de mais de R$ 400 em menos de 12 meses, não é sustentável — finaliza.
Com alta demanda e oferta limitada, o cenário dos próximos anos não indica uma melhora para quem procura uma moradia acessível no município.
 

 - Klisman Oliveira
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