Geral

Diversos experimentos estão sendo realizados com o objetivo de aumentar a produtividade ou a eficiência na pulverização de videiras. O uso de veículo aéreo não tripulado (VANT) vem ganhando espaço em diferentes países. São três os principais modelos de veículo aéreo não tripulado: com asa fixa assemelhando-se a um pequeno avião, helicóptero operados por controle remoto e, os multicópteros, também chamados de drone. Neste universo, alguns equipamentos já deixaram de ser semiautomáticos, com pilotos que operam do solo, e passaram a ter autonomia, a partir do uso de GPS.

A utilização e difusão da tecnologia de drones dependem inequivocamente das vantagens econômicas relacionadas a sua adoção. Além da possibilidade de uso para pulverização, os drones podem ser utilizados para a obtenção de imagens para monitoramento ou gestão de culturas agrícolas.

Ao analisar alguns experimentos realizados na Alemanha, China, Espanha, Itália, identifica-se constantes inovações, tanto em equipamentos (hardware) como em sistemas de aplicação e monitoramento da produção (software). Diferentes modos de aplicação foram testados de modo a desenvolver técnicas que buscam ajustar o volume de produtos, a velocidade e altura de aplicação entre outras variáveis. A seguir apresentamos algumas conclusões de estudos realizados com uso de drones na viticultura. 

Estudo conduzidos na China, país produtor de um grande volume e diversidade de equipamentos, a aplicação de pesticidas com uso de drones permite a redução do tempo e dos custos, economia de pesticidas, diminuição da poluição e reduz o risco de intoxicação ao operador. E recomendam para uso de áreas médias e grandes, para compensar o investimento.

Na Espanha, uma comparação entre pulverizadores convencionais e drones, em oliveiras e vinhas, conclui que devido ao alto investimentos na aquisição dos equipamentos no treinamento para uso, a locação de equipamentos torna-se mais rentável, e a aquisição desta tecnologia se justifica a partir de um determinado tamanho de propriedade, que poderia ser alcançada por um grupo de produtores, quando se refere à agricultura familiar. Ao mesmo tempo, outro estudo espanhol mostra que a utilização de drones é altamente recomendável em áreas geográficas acidentadas, onde o uso de tratores sofre as limitações impostas pela declividade. 

Outro estudo realizado na Itália, avalia diversos parâmetros como a velocidade de aplicação, tipos de bicos e o trajeto percorrido. E conclui que a eficiência de aplicação se dá a partir de melhor definição do modo de voo, quando a aplicação está alinhada com a orientação das fileiras da videira. A regulagem dos bicos de aplicação também é fator determinante para otimização dos trabalhos. 

O maior avanço alcançado nos últimos anos foi o aumento da capacidade de carga dos drones. Com equipamentos que já comportam até 40 litros de agrotóxicos, a eficiência de aplicação tem sido ampliada sensivelmente. 

A evolução no desenvolvimento de softwares de fácil utilização também tem sido um fator determinante para a disseminação dessas tecnologias, ainda difíceis de serem executadas por quem não possui formação específica. Alguns autores, reforçam que para a interpretação de imagens obtidas com o uso de drones, são necessárias competências e mão de obra qualificada no processo de pós-processamento da elaboração dos dados.

Estudos avaliam eficiência para pulverização

A partir da análise dos estudos realizados é possível chegar a algumas conclusões preliminares sobre o uso de drones na agricultura. Neste sentido, foi percebido, que a não utilização de tratores ou equipamentos terrestres diminui sensivelmente a compactação do solo. O aumento da durabilidade das cargas das baterias elétricas também tem sido um dos fatores de ampliação do tempo que o aparelho permanece em voo, aumentando sua eficiência.

Em relação aos investimentos em tecnologia – hardware e software – que invariavelmente são altos, é importante o estabelecimento da dimensão das áreas de pulverização de modo a otimizar com a eficiência. A deriva da pulverização para organismos não-alvo ainda precisa ser avaliada e deverá ser motivo de novas pesquisas. Por fim, os recursos humanos com conhecimento da tecnologia e capacitação mostram-se relevantes tanto para conduzir os equipamentos nos manejos, quanto para disseminar seu uso como ferramenta da agricultura de precisão.

No Brasil, o uso de drones deve cumprir três normas: o Decreto-Lei nº 917, que dispõe sobre o emprego da aviação agrícola no país e sua regulamentação pelo Decreto nº 86.765 e, recentemente, a Portaria nº 298 do Ministério da Agricultura que estabelece regras específicas para operação de aeronaves remotamente pilotadas destinadas à aplicação de agrotóxicos, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes.