Doenças de inverno e medo da Gripe A lotam postos de saúde
Sete pessoas de Flores da Cunha procuraram o Centro de Saúde nos últimos dias dizendo estar com os sintomas da gripe A, conhecida como gripe suína.
Eliane destaca que a população está assustada, com medo dessa doença. Entretanto, pede calma, e salienta que somente pessoas que viajaram para áreas de risco e que até sete dias após a viagem desenvolveram sintomas como febre alta e repentina (superior a 38,5°C), fortes dores de cabeça e musculares, devem procurar atendimento médico. “Muitas pessoas nos procuram com uma gripe sazonal e inventam sintomas. Isso acontece porque elas estão com medo. Mas não há motivos para pânico. Todos os pacientes analisados foram descartados. Não tivemos nenhum caso suspeito”, completa.
Hospital está preparado
Assim como todos os hospitais do país, o Hospital Beneficente Nossa Senhora de Fátima também está preparado para receber pacientes com o vírus da gripe A. Um leito de isolamento, específico para atender pessoas com doenças infecto-contagiosas, está à disposição da equipe médica. Segundo a enfermeira coordenadora, Milena Boniatti, a equipe está treinada para receber possíveis casos. O hospital também dispõe de todos os equipamentos de segurança necessários para o atendimento especial. “Estamos preparados para atender possíveis casos da gripe AH1N1. Os casos mais sérios serão encaminhados para o Hospital Geral, em Caxias do Sul. Entretanto, dispomos de um espaço para atendimentos emergenciais”, frisa a enfermeira. Aumentam casos de gripe sazonalAs baixas temperaturas registradas nos últimos dias foram responsáveis pelo aumento significativo nos atendimentos do Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi nesta semana. Conforme a equipe de enfermeiras do local, desde a meia noite do último sábado, dia 4, até às 18h de ontem, haviam sido prestados em torno de 800 atendimentos. “Desses, cerca de 85% são adultos e crianças com sintomas da gripe sazonal”, salienta a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Eliane Boff Casagranda. Na noite de ontem, cerca de 30 pessoas aguardavam atendimento médico no posto de saúde. Entre elas estava a babá Ivany Prigol, que levou sua afilhada Vitória de Vargas, três anos, para consultar, pois a criança apresentava sintomas de gripe desde o último domingo, dia 5. “Ela está com febre alta, muita tosse e dor de garganta. Já trouxe ela aqui no domingo, mas a febre não cede”, conta ela. Segundo o médico pediatra Alfredo Koppe, durante essa semana mais de 100 pessoas já foram atendidas por ele. Os sintomas apresentados pelos pacientes são característicos: tosse, febre alta, dores no corpo e nas articulações e cansaço. A semelhança com os sintomas da gripe AH1N1 (gripe suína) tem alarmado a população, que tem procurado mais os consultórios médicos. “Notamos uma procura maior em relação aos invernos anteriores por causa da semelhança com a gripe A. Antes as pessoas se medicavam em casa. Tomavam um chá e um analgésico. Agora elas estão vindo certificar-se de que não estão incluídos nesse quadro”.
Conforme Koppe, o vírus da gripe sazonal está generalizado, atacando adultos e crianças. Ele salienta a necessidade de se ter cuidados especiais nessa época do ano para evitar a contaminação. Lavar as mãos diversas vezes no dia, tentar evitar locais com aglomeração de pessoas e ter a chamada ‘etiqueta respiratória’ (usar lenços de papel, colocar a mão na boca na hora de tossir), são atitudes que podem evitar o contágio da gripe. Koppe frisa que a população florense não precisa se alarmar porque o município não tem registro de nenhum caso da Gripe AH1N1, assim como não tem nenhum paciente em observação. “Por enquanto Flores da Cunha não é foco do vírus A. Não há motivos para pânico”, completa. O que é a gripe A A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal. Diagnóstico Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Pelas novas regras do Ministério da Saúde, passaram a ser consideradas suspeitas de ter a doença pessoas provenientes de países com confirmação de casos, que apresentem os sintomas da enfermidade ou que tenham tido contato próximo com pessoas infectadas. Estão em monitoramento pessoas que estiverem com sintomas compatíveis com o quadro suspeito da doença e que sejam provenientes de países não afetados. Caso a pessoa apresente todos estes sintomas, mas não tenha estado em nenhuma região de risco nos últimos dias, praticamente pode ser descartada a possibilidade de gripe suína.
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