Do que morrem os florenses?
Levantamento inédito produzido pelo jornal O Florense mostra que o câncer e as doenças cerebrais e cardiovasculares são as principais causas de óbitos nas últimas três décadas em Flores da Cunha. Dados coletados no Cartório de Registro Civil e registrados entre janeiro de 1983 a agosto de 2013 mostram que 2.569 pessoas morreram, sendo 403 de algum tipo de câncer
O câncer assusta muitas pessoas. Ele é a segunda causa de morte no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares. A cada ano, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são registrados 500 mil novos casos da doença. Em Flores da Cunha, o panorama não é diferente. Um levantamento inédito realizado pelo jornal O Florense nas últimas três semanas sobre as principais causas de óbitos no município mostra que o câncer aparece como o principal vilão, respondendo por 15,7% das mortes. Em 30 anos – foram analisados os dados de mortalidade no Cartório de Registro Civil de Flores da Cunha de janeiro de 1983 a agosto de 2013 –, das 2.569 mortes registradas, 403 foram da neoplasia. “O câncer tem uma fisiopatologia muito complexa porque é uma doença multifatorial, intervém de fatores genéticos, ambientais e alimentares”, explica o médico Valério Santini.
Entre os principais tipos que aparecem nos registros (nem todos os óbitos estão especificados) estão o de colo do útero, pulmão, intestino, pele, linfoma e leucemia. Dentro desse percentual, os homens são os mais atingidos, 62% dos óbitos por câncer são indivíduos do sexo masculino, ante 38% do sexo feminino. Entre os homens, 30% estão na faixa etária dos 60 aos 69 anos e 29% na dos 70 aos 79 anos. As mulheres, por viverem mais, são atingidas em 29% entre 70 a 79 anos e 19% entre 60 a 69 anos. Porém, as mulheres têm mais incidência de câncer em idade mais jovem. São 3,28% dos 30 aos 39 anos, contra 1,9% dos homens na mesma faixa etária. “Quanto mais velhos ficamos mais fácil herdarmos doenças de nossos antepassados e mais expostos a doenças cardiovasculares, cerebrais e cânceres. Na nossa região é muito comum cânceres de pulmão, devido ao cigarro, intestino e estômago, por causa da alimentação. Ingerimos muita carne e embutidos como salame e presunto, que contêm conservantes que agridem o estômago”, aponta o médico Adelir Bolzoni.
Atrelado ao câncer também está outro tipo de doença, que representa 5% dos óbitos no município. A caquexia é caracterizada por uma desnutrição grave que, segundo Bolzoni, está associada frequentemente ao câncer. Mas também pode estar relacionada ao alcoolismo, à depressão e a doenças infecciosas. Se somarmos as duas causas, a morte por câncer ultrapassa os 20% de óbitos do município.
Números
A população florense, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era estimada em 28.739 habitantes em julho de 2013, sendo a maioria (50,8%) mulheres. Nas últimas três décadas, o percentual de óbitos registrados em Flores foi de 2.569, o que corresponde a uma média 87 mortes ao ano. Desse total, 60,6% são do sexo masculino e 39% do feminino. Nascem no município, anualmente, cerca de 230 crianças.
A análise dos dados de mortalidade revelou uma concentração de 25,1% dos óbitos na faixa etária dos 70 aos 79 anos. Quando se compara a mortalidade entre os sexos, observa-se que os homens morrem mais cedo que as mulheres. Aproximadamente 29% dos óbitos entre as mulheres ocorrem na faixa etária dos 80 aos 89 anos, enquanto que para os homens o percentual é de 20%. Em média, elas vivem 10 anos mais e lideram em disparada os casos com mais de 90 anos.
Nos últimos 30 anos, 71 mulheres morreram com mais de 90 anos, contra 29 homens. De acordo com o médico Bolzoni, o nível de estresse em homens é maior do que nas mulheres, o que contribuiria para a mortalidade deles. “Outro fator preponderante é que os homens não se cuidam, não procuram auxílios, não realizam ações preventivas, sonegam informações e procuram ajuda quando as doenças estão avançadas. Ao contrário das mulheres que fazem exames preventivos e são mais cuidadosas com a saúde”, explica.
Além de viverem menos, os homens morrem mais precocemente. Dos 20 aos 29 anos, são 95 casos para cada 21 mulheres. A mortalidade infantil em menores de cinco anos também é maior entre eles.
* Colaborou Camila Baggio.
Depois do câncer, doenças cerebrais e cardiovasculares
Depois do câncer, as doenças cerebrais e cardiovasculares são a segunda e terceira causa definida de morte, respectivamente. “Essas doenças têm uma relação muito grande com os fatores alimentares, gordura e sal, com a falta da prática de exercícios físicos e com um bom controle medicamentoso da pressão arterial”, destaca o médico Valério Santini.
Somados, o infarto, a parada cardiorrespiratória e a insuficiência cardíaca foram responsáveis por 21,9% dos casos; já os acidentes vasculares cerebrais (AVC) por 11,4% dos óbitos. As mulheres são as mais atingidas por AVC, representando 53%, com maior incidência na faixa dos 80 aos 89 anos. Para elas, a primeira causa de morte é a insuficiência cardíaca, com 55% dos óbitos, contra 45% dos homens. “Dos 30 aos 50 anos a chance de um infarto aumenta pelo nível de estresse, pela corrida do dia a dia, pela má alimentação, rápida ou com excesso de gordura”, diz o médico Adelir Bolzoni.
Os fatores externos são os que mais matam o sexo masculino. Eles lideram as listas das causas seguintes de morte, que envolvem cirrose hepática (5,3%), acidente (5,2%) e violência (5,8%). “Dependendo da faixa etária existem causas mais prevalentes, mas as mortes violentas, em especial acidentes de trânsito, muito devido ao aumento da frota nacional, dominam a faixa dos 20 aos 40 anos. E esse é um desafio atual para a formação de políticas e ações em saúde”, escreveu a pesquisadora Elisabeth Duarte no artigo Como morrem os brasileiros: tendências e desigualdades nas regiões.
Por exemplo, a cirrose hepática, doença caracterizada pela destruição do fígado e com 137 mortes, aparece nos registros como causa associada ao alcoolismo, mas também pode estar relacionada às hepatites B e C. Atinge 89% do sexo masculino, com principal incidência na faixa dos 40 aos 59 anos. “O alcoolismo é uma doença que começa cedo e costuma ter um histórico familiar associado. A única prevenção da cirrose hepática por alcoolismo é evitar a bebida”, aponta Bolzoni.
Os acidentes (trânsito, afogamento, choques e trabalhistas) e as mortes por violência (homicídios) também estão relacionadas ao sexo masculino. São 79,4% dos homens na faixa etária dos 20 aos 29 anos (30%) no caso dos acidentes, para 20,1% das mulheres. Nas mortes violentas são 88,6% dos homens (incidência de 29% em idade dos 20 anos 29 anos) contra 11,4% das mulheres. Nos últimos 30 anos os homens também foram os que mais se suicidaram. Foram 72% do sexo masculino e 28% do sexo feminino. Eles, com 34% na faixa etária dos 20 aos 29 anos; e elas com 30% na faixa dos 30 aos 39 anos.
Das 19 causas de morte elencadas – e que mais apareceram no levantamento (veja o gráfico) –, os homens aparecem na frente em 17 delas. As mulheres só ultrapassam nos casos de AVC e insuficiência cardíaca. Apesar de nasceram mais homens no município, eles também morrem mais em todos os grupos de idade. “A aposentadoria no homem é um mau sinal, pois ele deixa de manter uma atividade. O ser humano não foi feito para parar, ele tem que estar sempre em funcionamento mentalmente e fisicamente, pois assim se evitam as doenças”, conclui o médico Bolzoni.
Prevenir é a melhor opção
Pesquisas mundiais apontam que a população está vivendo mais. A expectativa de vida dos brasileiros superou diversas metas nos últimos anos, e isso pode estar relacionado aos cuidados com a saúde e com o corpo. Afinal, para evitar doenças, a prevenção sempre foi o melhor remédio. De acordo com o médico Adelir Bolzoni, uma das formas mais eficazes para prevenção é não fumar. O cigarro é o causador das doenças mais comuns, como infarto, cânceres e circulatórias, além de aumentar o risco de contrair outros tipos. Se junta ao fato de não fumar uma alimentação rica em fibras e vegetais e a realização de atividades físicas, que ajudam também a estimular a memória. “Para combater algumas doenças devemos reduzir o consumo de carne, moderar o álcool, além de realizar consultas frequentes e controlar os níveis de colesterol, triglicerídeos e diabetes, os quais são fortes fatores de risco”, ensina o médico.
Saiba mais
- O câncer nem sempre foi o mal que mais atingiu os florenses. No início do século, os primeiros colonos sofriam pelas doenças infecto-contagiosas.
- De acordo com levantamento do livro tombo da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, entre 1890 e 1930 a tuberculose, a gripe espanhola, a sífilis, o tifo e a pneumonia eram as principais causas de mortalidade na então Nova Trento.
- Por faixa etária, a concentração de óbitos ficava entre as crianças. 548 mortes das 2.022 registradas naquele período eram de crianças com menos de dois anos. A segunda posição na faixa etária também se concentrava na infância – dos três aos 10 anos somaram-se 150 óbitos. A maioria delas atingidas pela escarlatina, uma doença infecciosa associada a complicações da amigdalite/faringite. Atualmente a doença não é mais perigosa, pois a bactéria é sensível à penicilina (descoberta em 1928 pelo médico bacteriologista Alexander Fleming).
- As mulheres, que representaram 45% dos óbitos, eram, frequentemente, atingidas por infecções e complicações durante o parto. A mortalidade entre os homens era de 55%.
Apoio da Liga Feminina
Baseada no objetivo de dar apoio moral, psicológico e financeiro aos pacientes com câncer, a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Flores da Cunha tem ajudado pacientes a superar a doença. A entidade orienta, cadastra e fornece ajuda de custo aos pacientes. A entidade é mantida por meio de doações e eventos realizados pelas voluntárias. O atendimento é feito às terças-feiras, das 14h às 16h, no Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi.
Metodologia
- Foram analisadas as causas de morte nos registros de óbitos presentes no Ofício de Registro Civil de Flores da Cunha, entre janeiro de 1983 a agosto de 2013. As causas de morte, o sexo e a idade foram computados e, em seguida, foram estimados em coeficientes as mortalidades e também as causas de morte proporcionais por sexo e faixa etária.
- Cabe ressaltar que o número de óbitos corresponde aos registrados em Flores, ou seja, óbitos registrados fora do município não estão contabilizados, por isso os números podem não abranger todos os óbitos florenses.
- Agradecimentos: ao Ofício de Registro Civil de Flores da Cunha, nas pessoas Simone Ramos de Ataíde, Jurema Alves Reginato e Michelle Godoi; e à gerente administrativo-financeira da Editora Novo Ciclo, Eliziane Piroli.
Entre os principais tipos que aparecem nos registros (nem todos os óbitos estão especificados) estão o de colo do útero, pulmão, intestino, pele, linfoma e leucemia. Dentro desse percentual, os homens são os mais atingidos, 62% dos óbitos por câncer são indivíduos do sexo masculino, ante 38% do sexo feminino. Entre os homens, 30% estão na faixa etária dos 60 aos 69 anos e 29% na dos 70 aos 79 anos. As mulheres, por viverem mais, são atingidas em 29% entre 70 a 79 anos e 19% entre 60 a 69 anos. Porém, as mulheres têm mais incidência de câncer em idade mais jovem. São 3,28% dos 30 aos 39 anos, contra 1,9% dos homens na mesma faixa etária. “Quanto mais velhos ficamos mais fácil herdarmos doenças de nossos antepassados e mais expostos a doenças cardiovasculares, cerebrais e cânceres. Na nossa região é muito comum cânceres de pulmão, devido ao cigarro, intestino e estômago, por causa da alimentação. Ingerimos muita carne e embutidos como salame e presunto, que contêm conservantes que agridem o estômago”, aponta o médico Adelir Bolzoni.
Atrelado ao câncer também está outro tipo de doença, que representa 5% dos óbitos no município. A caquexia é caracterizada por uma desnutrição grave que, segundo Bolzoni, está associada frequentemente ao câncer. Mas também pode estar relacionada ao alcoolismo, à depressão e a doenças infecciosas. Se somarmos as duas causas, a morte por câncer ultrapassa os 20% de óbitos do município.
Números
A população florense, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era estimada em 28.739 habitantes em julho de 2013, sendo a maioria (50,8%) mulheres. Nas últimas três décadas, o percentual de óbitos registrados em Flores foi de 2.569, o que corresponde a uma média 87 mortes ao ano. Desse total, 60,6% são do sexo masculino e 39% do feminino. Nascem no município, anualmente, cerca de 230 crianças.
A análise dos dados de mortalidade revelou uma concentração de 25,1% dos óbitos na faixa etária dos 70 aos 79 anos. Quando se compara a mortalidade entre os sexos, observa-se que os homens morrem mais cedo que as mulheres. Aproximadamente 29% dos óbitos entre as mulheres ocorrem na faixa etária dos 80 aos 89 anos, enquanto que para os homens o percentual é de 20%. Em média, elas vivem 10 anos mais e lideram em disparada os casos com mais de 90 anos.
Nos últimos 30 anos, 71 mulheres morreram com mais de 90 anos, contra 29 homens. De acordo com o médico Bolzoni, o nível de estresse em homens é maior do que nas mulheres, o que contribuiria para a mortalidade deles. “Outro fator preponderante é que os homens não se cuidam, não procuram auxílios, não realizam ações preventivas, sonegam informações e procuram ajuda quando as doenças estão avançadas. Ao contrário das mulheres que fazem exames preventivos e são mais cuidadosas com a saúde”, explica.
Além de viverem menos, os homens morrem mais precocemente. Dos 20 aos 29 anos, são 95 casos para cada 21 mulheres. A mortalidade infantil em menores de cinco anos também é maior entre eles.
* Colaborou Camila Baggio.
Depois do câncer, doenças cerebrais e cardiovasculares
Depois do câncer, as doenças cerebrais e cardiovasculares são a segunda e terceira causa definida de morte, respectivamente. “Essas doenças têm uma relação muito grande com os fatores alimentares, gordura e sal, com a falta da prática de exercícios físicos e com um bom controle medicamentoso da pressão arterial”, destaca o médico Valério Santini.
Somados, o infarto, a parada cardiorrespiratória e a insuficiência cardíaca foram responsáveis por 21,9% dos casos; já os acidentes vasculares cerebrais (AVC) por 11,4% dos óbitos. As mulheres são as mais atingidas por AVC, representando 53%, com maior incidência na faixa dos 80 aos 89 anos. Para elas, a primeira causa de morte é a insuficiência cardíaca, com 55% dos óbitos, contra 45% dos homens. “Dos 30 aos 50 anos a chance de um infarto aumenta pelo nível de estresse, pela corrida do dia a dia, pela má alimentação, rápida ou com excesso de gordura”, diz o médico Adelir Bolzoni.
Os fatores externos são os que mais matam o sexo masculino. Eles lideram as listas das causas seguintes de morte, que envolvem cirrose hepática (5,3%), acidente (5,2%) e violência (5,8%). “Dependendo da faixa etária existem causas mais prevalentes, mas as mortes violentas, em especial acidentes de trânsito, muito devido ao aumento da frota nacional, dominam a faixa dos 20 aos 40 anos. E esse é um desafio atual para a formação de políticas e ações em saúde”, escreveu a pesquisadora Elisabeth Duarte no artigo Como morrem os brasileiros: tendências e desigualdades nas regiões.
Por exemplo, a cirrose hepática, doença caracterizada pela destruição do fígado e com 137 mortes, aparece nos registros como causa associada ao alcoolismo, mas também pode estar relacionada às hepatites B e C. Atinge 89% do sexo masculino, com principal incidência na faixa dos 40 aos 59 anos. “O alcoolismo é uma doença que começa cedo e costuma ter um histórico familiar associado. A única prevenção da cirrose hepática por alcoolismo é evitar a bebida”, aponta Bolzoni.
Os acidentes (trânsito, afogamento, choques e trabalhistas) e as mortes por violência (homicídios) também estão relacionadas ao sexo masculino. São 79,4% dos homens na faixa etária dos 20 aos 29 anos (30%) no caso dos acidentes, para 20,1% das mulheres. Nas mortes violentas são 88,6% dos homens (incidência de 29% em idade dos 20 anos 29 anos) contra 11,4% das mulheres. Nos últimos 30 anos os homens também foram os que mais se suicidaram. Foram 72% do sexo masculino e 28% do sexo feminino. Eles, com 34% na faixa etária dos 20 aos 29 anos; e elas com 30% na faixa dos 30 aos 39 anos.
Das 19 causas de morte elencadas – e que mais apareceram no levantamento (veja o gráfico) –, os homens aparecem na frente em 17 delas. As mulheres só ultrapassam nos casos de AVC e insuficiência cardíaca. Apesar de nasceram mais homens no município, eles também morrem mais em todos os grupos de idade. “A aposentadoria no homem é um mau sinal, pois ele deixa de manter uma atividade. O ser humano não foi feito para parar, ele tem que estar sempre em funcionamento mentalmente e fisicamente, pois assim se evitam as doenças”, conclui o médico Bolzoni.
Prevenir é a melhor opção
Pesquisas mundiais apontam que a população está vivendo mais. A expectativa de vida dos brasileiros superou diversas metas nos últimos anos, e isso pode estar relacionado aos cuidados com a saúde e com o corpo. Afinal, para evitar doenças, a prevenção sempre foi o melhor remédio. De acordo com o médico Adelir Bolzoni, uma das formas mais eficazes para prevenção é não fumar. O cigarro é o causador das doenças mais comuns, como infarto, cânceres e circulatórias, além de aumentar o risco de contrair outros tipos. Se junta ao fato de não fumar uma alimentação rica em fibras e vegetais e a realização de atividades físicas, que ajudam também a estimular a memória. “Para combater algumas doenças devemos reduzir o consumo de carne, moderar o álcool, além de realizar consultas frequentes e controlar os níveis de colesterol, triglicerídeos e diabetes, os quais são fortes fatores de risco”, ensina o médico.
Saiba mais
- O câncer nem sempre foi o mal que mais atingiu os florenses. No início do século, os primeiros colonos sofriam pelas doenças infecto-contagiosas.
- De acordo com levantamento do livro tombo da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, entre 1890 e 1930 a tuberculose, a gripe espanhola, a sífilis, o tifo e a pneumonia eram as principais causas de mortalidade na então Nova Trento.
- Por faixa etária, a concentração de óbitos ficava entre as crianças. 548 mortes das 2.022 registradas naquele período eram de crianças com menos de dois anos. A segunda posição na faixa etária também se concentrava na infância – dos três aos 10 anos somaram-se 150 óbitos. A maioria delas atingidas pela escarlatina, uma doença infecciosa associada a complicações da amigdalite/faringite. Atualmente a doença não é mais perigosa, pois a bactéria é sensível à penicilina (descoberta em 1928 pelo médico bacteriologista Alexander Fleming).
- As mulheres, que representaram 45% dos óbitos, eram, frequentemente, atingidas por infecções e complicações durante o parto. A mortalidade entre os homens era de 55%.
Apoio da Liga Feminina
Baseada no objetivo de dar apoio moral, psicológico e financeiro aos pacientes com câncer, a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Flores da Cunha tem ajudado pacientes a superar a doença. A entidade orienta, cadastra e fornece ajuda de custo aos pacientes. A entidade é mantida por meio de doações e eventos realizados pelas voluntárias. O atendimento é feito às terças-feiras, das 14h às 16h, no Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi.
Metodologia
- Foram analisadas as causas de morte nos registros de óbitos presentes no Ofício de Registro Civil de Flores da Cunha, entre janeiro de 1983 a agosto de 2013. As causas de morte, o sexo e a idade foram computados e, em seguida, foram estimados em coeficientes as mortalidades e também as causas de morte proporcionais por sexo e faixa etária.
- Cabe ressaltar que o número de óbitos corresponde aos registrados em Flores, ou seja, óbitos registrados fora do município não estão contabilizados, por isso os números podem não abranger todos os óbitos florenses.
- Agradecimentos: ao Ofício de Registro Civil de Flores da Cunha, nas pessoas Simone Ramos de Ataíde, Jurema Alves Reginato e Michelle Godoi; e à gerente administrativo-financeira da Editora Novo Ciclo, Eliziane Piroli.
0 Comentários