Campeões do conhecimento
Avaliação premia estudantes da rede municipal com destaque em quatro áreas: inteligência espacial, interpessoal, linguística e lógico-matemática
Está acessa a chama da Olimpíada do Conhecimento. Os 36 alunos representantes das escolas da rede municipal de Flores da Cunha realizaram a prova no último sábado, dia 14, na Escola São José. Essa é a quarta edição da avaliação, parceria entre a Secretaria da Educação, Cultura e Desporto e a empresa de Móveis Florense, com o objetivo de qualificar o ensino, além de incentivar os jovens a projetar metas para o futuro.
Os estudantes foram escolhidos por cada instituição pelo bom desempenho nas quatro áreas avaliadas na prova: inteligência espacial (pela arquiteta Bárbara Bulla Bolzzoni), interpessoal (pela psicóloga Sílvia Luisa Rosset), linguística (pelo jornalista Filipe Brogliatto) e lógico-matemático (pela professora Sibele Tesch, do CETEC).
Conforme a secretária da Educação, Ana Paula Zamboni Weber, a Olimpíada do Conhecimento oportuniza aos estudantes colocar suas habilidades em prática. “É interessante como a avaliação tem envolvido toda a escola, porque o aluno dos anos iniciais sabe que, se ganhar, pode participar da Olimpíada. Isso motiva o aluno a se aplicar mais nos estudos, a desenvolver a aptidão que ele mais gosta e domina. Nós queríamos incentivar os alunos a estudarem mais e a gente atingiu esse objetivo”, afirma Ana Paula.
Pela participação, cada um dos estudantes receberá um iPad. Os vencedores de cada categoria serão premiados com uma bolsa de estudos durante todo o Ensino Médio, tendo inclusive transporte e livros custeados. Além disso, os primeiros colocados vão ganhar uma viagem individual para os Estados Unidos ou para destinos brasileiros com acompanhante.
A premiação está marcada para o dia 16 de dezembro, no Clube Independente, às 19h30min, com a presença das comunidades escolares. Caso a realização do evento não seja possível devido às restrições estabelecidas pela pandemia, os prêmios serão entregues em formato a ser definido posteriormente.
Dupla emoção
A data de 29 de novembro de 2017 foi de duplo nervosismo para Carlos Trentin Scortegagna, vencedor da primeira edição da Olimpíada do Conhecimento. Era o dia da premiação, na qual Carlos representava a escola 1º de Maio na categoria Inteligência Lógico-Matemática. Ao mesmo tempo, o Grêmio disputava a final da Copa Libertadores da América.
Naquela noite, o gremista Carlos comemorou dois títulos. Mas o mais importante foi a bolsa de estudos que ganhou para estudar no Colégio São José, de Caxias do Sul, onde cursa atualmente o terceiro ano do Ensino Médio. “Eu estava nervoso e a minha categoria foi a última a ser divulgada. Foi angustiante a espera. Mas foi muito importante ganhar a bolsa, aumentou meus vínculos, as pessoas com que eu converso, ampliou meus horizontes”, diz Carlos, para quem a pior parte foi discursar em público.
Afinal, o principal talento de Carlos não são as palavras, mas sim os números. E a Olimpíada do Conhecimento o impulsionou na direção das exatas: a partir do ano que vem, Carlos pretende cursar Ciências Contábeis na universidade. “Desde pequeno, eu sempre fui muito bem em matemática, era algo natural. Foi muito legal ter essa habilidade reconhecida naquela oportunidade”, afirma o estudante de 17 anos.
Aluno 100%
Participante da edição do ano passado, Gabriel Muraro Muterle, 16 anos, conta que não estava nervoso para fazer a prova: “Tentei pensar que fui pra lá para dar o meu melhor. Se ganhasse, ótimo. Se não, o aprendizado já tinha sido muito grande”. A tranquilidade se refletiu no resultado: Gabriel acertou 100% das questões da prova lógico-matemática e se tornou o vencedor da categoria, representando a Escola São José.
O ano de 2019 foi o primeiro em que os vencedores ganharam uma viagem para os Estados Unidos, que acabou adiada por conta da pandemia. Gabriel projeta que a experiência vai ser mais uma das muitas memórias boas que tem da Olimpíada: “Sempre gosto de rever as fotos daquele dia para recuperar o ânimo, para lembrar que já passei por uma etapa dessas. A Olimpíada é uma maneira muito boa de incentivar os jovens a estudar”.
O estudante do CETEC conta que gosta da rotina de estudos: abre livros fora do horário de aula, intercalando com momentos de lazer, como os jogos de videogame. Para Gabriel, a Olimpíada serve como uma recompensa para essa dedicação: “É um reconhecimento que a gente ganha da prefeitura, das nossas escolas, por tudo que a gente faz. Também é importante para mostrar que o ensino municipal é de muito boa qualidade”.
Fé nas palavras
A estudante Laura Calgaro, 16 anos, jamais esquece o dia em que participou da Olimpíada do Conhecimento: 10 de novembro de 2018. Naquela manhã, antes de sair de casa, depois de muita preparação, recebeu um recado da mãe: “Fica tranquila, dá o teu melhor e tenha fé”. Foi nessas palavras que Laura, escritora desde pequena, buscou forças para representar a escola Francisco Zilli na categoria Inteligência Linguística.
A prova foi realizada na Escola São José. Minutos antes de entrar para a sala de aula, Laura fotografou uma frase no mural, que dizia: “Antes de tudo, fé. Depois de tudo gratidão”. Hoje, mais de dois anos depois, ela só tem a agradecer a iniciativa que lhe proporcionou uma bolsa de estudos no Ensino Médio no CETEC, em Caxias do Sul, onde também cursa o primeiro ano em Administração no Ensino Técnico.
“Eu fui premiada principalmente com muito aprendizado. A Olimpíada mudou a minha vida, me deu oportunidades que, sem ela, eu jamais teria. Essa conquista me mostrou que somos capazes de coisas incríveis se nos dedicarmos e confiarmos no nosso potencial. Eu só tenho a agradecer às pessoas que promovem esse projeto lindo”, encerra Laura, emocionada.
Paixão pelo desenho
Desde criança, Bianca Biazus, 16 anos, vê nos desenhos a melhor forma de se expressar: “Eu sempre gostei muito de mangá, anime. Costumava dizer que iria para o Japão para desenhar animes lá. Eu quero seguir nisso, é uma paixão muito grande minha”. Por isso, ela foi escolhida pelo São José para representar a escola na II Olimpíada do Conhecimento, na categoria Inteligência Espacial, da qual saiu vencedora.
No mesmo dia em que recebeu a bolsa de estudos, Bianca teve a oportunidade de conhecer os seus futuros colegas de Ensino Médio, já que os vencedores das outras três categorias, Camila, Kauan e Laura, decidiram estudar todos juntos na escola CETEC, de Caxias do Sul. “Foi a melhor experiência da minha vida. Me trouxe muito aprendizado e maturidade, porque eu me esforço muito para honrar aquilo que eu conquistei”, afirma Bianca.
A artista, que hoje compartilha seus desenhos no perfil do Instagram @bibiazus, conta que se emocionou ao receber o prêmio e fez questão de chamar ao palco a sua professora de artes para agradecê-la. Hoje, ao lembrar da avaliação, ela ainda se emociona: “É até difícil falar. Além de me dar muita confiança, a Olimpíada me deu pessoas sensacionais, me abriu novas portas e caminhos. Eu desejo que outras pessoas possam experimentar isso também, é algo único”.
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