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Alunos florenses vão consumir menos sal na merenda

Projeto prevê a redução do condimento na alimentação servida para estudantes das redes municipal e estadual do município

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 75% da população mundial consome mais que o dobro da quantidade de sal recomendada por órgãos de saúde. Esse percentual é registrado não somente entre os adultos, mas também entre as crianças, que estão tendo contato cada vez mais cedo com alimentos ricos em sódio. E foi com o objetivo de reduzir a ingestão diária de sal por parte das crianças e proporcionar uma alimentação mais saudável, que a Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Flores da Cunha, por meio da nutricionista da Alimentação Escolar, Ana Carolina De Carli Paludo, lançou o projeto Menos Sal, Mais Saúde.

A ação, que será posta em prática a partir do mês de abril, irá capacitar as merendeiras das escolas municipais e estaduais para que utilizem mais temperos no preparo dos alimentos, consequentemente, reduzindo o sal. “Faremos uma aula prática na cozinha da Escola Rio Branco, na qual as funcionárias aprenderão a cozinhar os mesmos pratos que são servidos hoje com menos sal e mais temperos”, explica Ana Carolina, que ressalta que as cozinheiras receberão também uma ficha técnica com instruções da quantidade de sal e de tempero ideais para cada tipo e porção de alimento.

O projeto iniciou com a confecção de um folder explicativo que foi distribuído aos pais durante reuniões nas escolas. “Conversamos com eles sobre a existência do projeto e explicamos a importância de reduzir o sal também em casa. O material alerta, ainda, para os riscos de consumir produtos industrializados, em virtude da grande quantidade de sal que contém", relata. Depois da capacitação, as funcionárias responsáveis pela merenda nas escolas irão aplicar o que aprenderam. A previsão da nutricionista é de que até o final de abril a mudança na alimentação das crianças inicie.

O que motivou o projeto
Segundo Ana Carolina, a ideia surgiu a partir de uma pesquisa feita por ela, a qual avaliou a quantidade de sal que os alunos das redes municipal e estadual ingeriram em 2013, somente nas refeições oferecidas pelas escolas. Ela explica que a pesquisa foi feita considerando os demonstrativos mensais que as merendeiras preenchem informando a quantidade de cada alimento utilizado no dia, quantas refeições salgadas foram servidas, quantos alunos comeram e a quantidade de sal utilizada. “A partir desses dados, nós fizemos uma média de consumo de sal por aluno e por escola".

Os resultados foram preocupantes. Conforme a nutricionista, observou-se que em algumas escolas, em uma única refeição, os alunos estavam consumindo mais da metade do sódio recomendado para o dia todo. "Isso fez com que pensássemos em uma alternativa para mudar esse quadro. No final deste ano faremos uma nova avaliação para vermos se de fato o projeto funcionou", diz. Segundo a nutricionista, o projeto ‘Menos Sal, Mais Saúde’ visa educar as crianças para que desde cedo criem o hábito de consumir menos sal. "Se conseguirmos fazer com elas tornem isso um hábito, com certeza levarão para a vida toda". Ela destaca, ainda, que também é preciso tomar cuidado com os alimentos industrializados que contém grande quantidade de sódio, tais como embutidos, congelados e laticínios. Alguns produtos industrializados podem ter grande quantidade de sódio, mesmo sem ter a adição de sal. Isso ocorre por conta da adição de conservantes, estabilizantes, realçadores de sabor, fermento etc.

Dispostas a mudar
Claires Viapiana Chiometo e Terezinha de Castro são responsáveis pela merenda na Escola Municipal de Educação Infantil Irmã Tarcísia. Ambas receberam bem a notícia de que terão que participar da capacitação oferecida pela Secretaria e, logo após, terão que colocar em prática os ensinamento, utilizando menos sal na merenda das 125 crianças que frequentam o local. Elas acreditam que o projeto veio para beneficiar a saúde dos pequenos. "Nunca coloquei muito sal na merenda. Nem na minha casa não uso muito, mas agora vou usar menos ainda e colocar mais temperos, pois sei que essa medida faz muito bem para a saúde", diz Claires, que trabalha na escola há 22 anos.

Terezinha, que é carinhosamente chamada de tia Tere, considera o projeto muito importante, pois irá resultar em benefícios futuros para as crianças. Ela trabalha há quatro anos como merendeira da escola e diz que a mudança na maneira com que prepara os alimentos não será muito grande, já que tem o cuidado de utilizar pouco sal, considerando que os pequenos estão em idade de formação. "Achei interessante essa formação que teremos. Vamos aprender a usar os temperos para dar um gosto melhor na comida, não precisando tanto de sal. Pretendo levar para casa também essa medida", conta ela animada.

Há quatro anos a merendeira Terezinha de Castro comanda uma das cozinhas da escola de Educação Infantil Irmã Tarcísia. - Mirian Spuldaro
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