Economia

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Empresários florenses falam sobre as lições aprendidas durante a pandemia e as expectativas para 2021

O ano de 2020 chacoalhou as estruturas de diversas áreas e não foi diferente com o mundo dos negócios. Além da crise econômica causada pela pandemia, empresários de diversos ramos tiveram de repensar inteiramente as suas formas de atuação, tanto da porta para dentro, adotando uma nova rotina de trabalho, quanto no relacionamento com os clientes, para se adequar às necessidades de um problema jamais enfrentado antes.
Mas tempos difíceis, além de grandes desafios, trazem grandes ensinamentos. Para saber como as empresas florenses encararam a pandemia e quais lições extraírem dela, o Jornal O Florense reuniu o depoimento de alguns dos principais líderes empresariais de Flores da Cunha, de vários setores, que também contaram suas expectativas para o ano de 2021. 
Uma coisa é certa: nenhum deles ficou imune ao vírus. Mas todos, cada um a seu modo, procuraram extrair da crise uma oportunidade, tentando não perder o otimismo. Otimismo também é a palavra da vez em relação ao ano que se inicia, para qual os empresários de Flores da Cunha desejam um novo normal – dessa vez, uma normalidade mais parecida com a de anos anteriores, que colabore para a retomada do crescimento.
Abaixo, confira as reflexões de empresários florenses sobre o passado e o futuro dos seus negócios.
 

“Em 2020, tivemos que nos adaptar à nova realidade e mudar nossa forma de trabalho e relacionamento com clientes e fornecedores. A lição da pandemia é a necessidade de projetos que desenvolvam uma relação de parceria com eles para, juntos, mantermos o equilíbrio necessário para a tomada de ações. O mundo atual é diálogo e colaboração, ninguém tem o controle total e as decisões precisam ser tomadas em conjunto. É necessário mais colaboração e menos concorrência, pois a pandemia nos trouxe à tona a fragilidade e a necessidade de trabalhar com a instabilidade. Em 2021, vamos buscar o equilíbrio entre as precauções necessárias para evitar a disseminação do vírus e gerir o nosso negócio com a perspectiva de crescimento. Estamos otimistas e não vamos parar de investir. Cremos que a conexão de pessoas através de parcerias irá gerar uma retomada mais rápida do mercado”. Adriana Beber Oliboni, administradora da Oliboni Embalagens e Madeiras

“Os indicadores econômicos do nosso setor, especialmente o investimento do mercado imobiliário, estão muito fortes. Tanto para a venda de unidades já entregues, para reformas, quanto para lançamentos, o nosso mercado está aquecido. Então, as perspectivas para 2021 são muito boas. Claro que estamos sempre com os pés no chão, fazendo um planejamento muito racional, porque a gente sabe que a pandemia trouxe um investimento maior para as casas, para os lares, as pessoas estão usando mais as suas casas, então está todo mundo investindo bastante nas suas residências. Esse foi um fator que a pandemia trouxe de positivo para o mercado econômico das indústrias que trabalham para setores da casa. Também a necessidade de termos em mente que a saúde deve ser preservada para que todo o resto possa acontecer”. Mateus Corradi, CEO da Florense

“2020 foi um ano singular para o vinho brasileiro. A histórica safra de uvas permitiu a elaboração de vinhos fantásticos, cheios de qualidade e longevidade. A conjuntura estabelecida no ano foi positiva para que nosso vinho pudesse ser mais conhecido pelos consumidores. Percebemos a necessidade de diversidade nos canais comerciais, a relevância da presença digital, a importância da gestão financeira apurada e de estarmos atentos às pessoas. Buscamos estar próximos de nossos parceiros para, juntos, superarmos as adversidades. Para realizar um 2021 que nos dê orgulho, precisamos ter cautela, mas atitude positiva. Vamos trabalhar para levar nossos produtos a mais consumidores para que nossos vinhos e espumantes possam trazer um pouco de acalento e bem-estar para as pessoas”. Janaína Massarotto, proprietária da Marzarotto Vinhos e Espumantes

“Para 2021, acredito em crescimento. O ano passado foi de desafios na adaptação e reorganização do negócio. Houve um período, de março a junho, de incertezas, tanto da nossa parte quanto dos nossos clientes. Perda de clientes, falta de potencial para investimentos e o psicológico das pessoas nos afetaram diretamente. Mas nos adaptamos bem. Três dias após o decreto, já estávamos com as aulas online, com todo o treinamento da equipe feito e a ferramenta comprada em modo profissional. Era algo que estava nos planos para o futuro e antecipamos, foi bem positivo. Já estamos adaptados com a questão da pandemia. Queremos ter uma vida mais parecida ao normal que conhecemos: manter as tarefas de rotina, estudar, lazer, cumprir metas, são coisas que devem continuar a fazer parte de nós. Por mais que o ano possa apresentar dificuldades, jamais podemos desistir dele”. Carlos Eduardo Heberle, gerente-geral da College Yes Cultural

“O ano passado foi completamente atípico. Apesar de todas as adversidades, a Hidrover conseguiu atravessar o período mais crítico e deu início a uma recuperação consistente de produção, fazendo com que terminássemos 2020 de forma positiva. A maior lição foi perceber o quanto os nossos funcionários se uniram para ultrapassarmos as dificuldades. Pudemos evidenciar a nossa política de foco nos funcionários agindo de forma rápida e com disciplina na prevenção e preservação da saúde e bem estar de todos. Estamos muito otimistas para 2021, nossa expectativa é de fecharmos o ano com produção e resultados superiores aos níveis pré-pandemia. Desejamos sucesso ao novo prefeito para que possamos avançar com uma integração maior entre a prefeitura e as empresas da cidade e prover o suporte necessário e alavancar o desenvolvimento delas”. Ricardo Archilla, diretor Comercial da Hidrover Equipamentos Hidráulicos

“A pandemia influenciou diretamente o mercado imobiliário, mas com uma mudança de perfil dos clientes. As pessoas passaram a valorizar cada vez mais imóveis amplos e arejados. As famílias começaram a perceber a necessidade de espaços em ambientes externos com os quais elas se identifiquem mais. Resumindo, imóveis atrelados à qualidade de vida. Isso nos mostra que estamos no caminho certo, pois há anos pensamos e projetamos empreendimentos que priorizam a qualidade de vida, o contato com a natureza. Os juros seguem em um patamar historicamente baixo – o que se reflete em taxas de financiamento mais atrativas e estimula mais brasileiros a se voltarem para os imóveis como opção de investimento seguro. Quem não foi diretamente impactado pela pandemia manteve os planos, parou de gastar em outras coisas e passou a valorizar o estar em casa, seja para trabalhar ou lazer. A expectativa é que o crédito imobiliário se mantenha em 2021 e o setor se solidifique ainda mais como investimento seguro, além da realização de um sonho e da conquista de mais qualidade de vida”. Auber Césaro Santini de Oliveira, diretor de Planejamento e Comercial da Olimóveis Urbanismo

“2020 foi de grandes desafios, com a necessidade de revisão de muitos conceitos e atitudes em função das limitações da pandemia. No geral, considerando a preservação da saúde dos nossos colaboradores e um segundo semestre com a aceleração do setor industrial, podemos considerar que foi de razoável para bom. Nos ensinou que podemos simplificar métodos, facilitar a ação dos colaboradores em home office, valorizando o envolvimento e confiança neles. E que o empresário brasileiro, ao longo dos anos , apesar do governo,  se fortaleceu cada vez mais e é muito capaz de enfrentar situações difíceis, muitas vezes crescendo nas adversidades. As perspectivas para 2021 são boas, será um ano muito produtivo se superarmos grandes desafios imediatos: o efetivo controle da pandemia; a regularização no suprimento de itens importantes de matéria prima, escassos, e o controle dos aumentos exorbitantes deles; e um comportamento mais equilibrado do Governo Federal, permitindo segurança a quem produz”. Dagoberto Lanzarin, diretor da empresa Prosul Empreendimentos e Construções LTDA

“O ano de 2020, com certeza, vai ficar marcado em nossas vidas para sempre. Para o meu negócio, a pandemia influenciou 100%. Nosso faturamento caiu significamente, mas nos reinventamos com as aulas online. Com certeza, aprendemos muito a estarmos presentes, mesmo que à distância. Para 2021, estou otimista. A economia não parou, o que nos parou foi o vírus. Então vamos trabalhar com todos os cuidados exigidos nos protocolos e seguir em frente”. Adriana Boeira Dotti, diretora do CCAA Flores da Cunha

“Para Treboll, 2020 foi um ano muito desafiador. Processos, produtos, mercado, políticas interna foram revisitadas, com os quais aprendemos inúmeras lições e, com toda a certeza, crescemos em musculatura. Aliado a isso, no cenário mundial, a pandemia trouxe um novo alinhamento da matriz de produção, onde o Brasil pode ocupar um espaço maior do que antes. Estamos bastante motivados para 2021”. Gustavo Toigo, diretor Administrativo da Treboll Móveis

“Estou muito otimista para 2021. Com ou sem pandemia, temos de buscar caminhos, resultados, tudo isso através de pessoas. A pandemia acelerou alterações e melhorias dentro do próprio ano de 2020 que estavam previstas apenas para 2023 em nosso planejamento. Essas mudanças possibilitaram que a empresa voltasse a crescer mesmo em meio a tudo isso. As lições que ficam é que os planejamentos não podem ser superiores a seis meses e a avaliação dos acontecimentos e mudança de rumo são constantes. Os investimentos em inteligência de mercado e novas tecnologias devem estar integrados ao trabalho do dia a dia”. Alessandro Cavagnolli, diretor da Enjoy Moveis

 

 - Arquivo O Florense
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