Política

Cenário eleitoral começa a se definir

Em Flores, jornalista da Rádio Gaúcha, Daniel Scola, falou sobre o pleito de 2018

Faltam poucos dias para os eleitores saberem quem serão os candidatos a presidente, vice-presidente, governador, vice-governador, senador e deputados (estaduais e federais) na eleição de outubro. O prazo para os partidos anunciarem seus candidatos nas convenções encerra neste domingo, dia 5, conforme calendário eleitoral definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O primeiro turno das eleições deste ano está marcado para 7 de outubro e o segundo para 28 de outubro. Em Flores há 22.862 pessoas aptas a votar nas eleições de outubro, enquanto Nova Pádua possui 2.310 eleitores inscritos.

E para esclarecer sobre esse cenário político, considerado um dos mais difíceis dos últimos anos, o Centro Empresarial de Flores da Cunha trouxe para palestrar no município o jornalista Daniel Scola, que já realizou diversas coberturas eleitorais no Brasil e no exterior nos últimos 20 anos. O gerente de jornalismo da Rádio Gaúcha e apresentador dos programas Gaúcha Atualidade e Chamado Geral II, iniciou sua explanação, no dia 30, falando que o cenário político atual é um dos mais complicados desde o retorno das eleições diretas. “Temos uma guerra de informações com muita fake news, eleições que vagam pelas redes sociais, num processo eleitoral bastante incerto e numa campanha curta, onde o jornalismo vai ter que checar os fatos e combater a fake news. Até porque a rede social é muito importante e democratiza o debate, mas a realidade é muito maior que ela”, pontuou Scola.

Em pouco mais de uma hora, o jornalista apresentou os principais pré-candidatos à presidência do país e ao governo do Estado. Para ele, Geraldo Alckmin (PSDB) conquistou um ponto importante, que é o espaço de tempo no rádio e na televisão. “Ganha força política com o apoio dos principais partidos, mas terá que responder questões difíceis, como Aécio Neves e governo Temer”, disse. Conforme Scola, João Amoêdo (Novo) representa o ‘novo’, com “ideias interessantes e é bem conhecido do meio empresarial”; Guilherme Boulos (Psol) é à esquerda com rejeição total a reforma trabalhista e uma proposta importante sobre a questão habitacional. “Ele vai fortalecer a sigla e escrevam esse nome porque irão ouvir falar muito desse cara, que tem uma carreira promissora”; Marina Silva (Rede) tem a favor a história pessoal “que é muito bonita, mas ficou muito desgastada na eleição de 2014, tendo sido muito rotulada. Além disso, tem dificuldades no espectro político sobre se posicionar”; já Álvaro Dias (Podemos) foi citado como um candidato de um partido pouco conhecido.  

O jornalista também falou sobre Jair Bolsonaro (PSL), que teria falta de aliados de peso e limitações impostas por ele próprio sobre participação em entrevistas e debates. “Ele não é o Donald Trump e tem pouco tempo de TV”; Ciro Gomes (PDT) “é uma figura política interessante, mas uma grande incógnita, pois é inimigo dele mesmo. Tem temperamento intempestivo e uma relação hesitante com o PT”; e Lula (PT), que seria uma figura maior que o próprio partido e deve enfrentar as frentes política e jurídica. “Muito clara a estratégia do PT em manter o nome do Lula, porque nada impede de inscrever a candidatura dele. Mas ele não passará no ficha limpa e no final Fernando Haddad irá disputar”, afirmou.

Governo do Estado
O cenário estadual também foi tema da explanação do palestrante. “No Rio Grande do Sul a conjuntura é diferente, com candidatos bem qualificados e um debate muito bom”, pontuou. Para ele, José Ivo Sartori (MDB), que lidera as pesquisas e também os índices de rejeição, tem a favor a máquina pública e o partido tradicional no Estado. “Ele colocou em evidência o tema que vai estar na boca de todos os candidatos que é o tamanho do Rio Grande”; Miguel Rossetto (PT) tem a experiência e a competência, mas enfrentará a rejeição do PT; Eduardo Leite (PSDB) está preparado, mas é pouco conhecido entre os eleitores; Jairo Jorge (PDT) é o que está fazendo campanha há mais tempo e “busca um terreno perdido”; Luís Carlos Heinze (Progressistas) tem um eleitorado mais concentrado, sendo ligado ao agronegócio e um partido forte no interior; e Mateus Bandeira (Novo) é pouco conhecido do eleitorado. “O que vai ocorrer em 2019 é que o congresso não terá uma renovação substancial em virtude do fundo partidário, é quase certo que um partido grande vai ganhar a eleição, haverá uma necessidade de reorganização do país e o novo presidente precisará enfrentar as medidas mais duras, como a reforma trabalhista”, finalizou Scola. 
 

Jornalista Daniel Scola apontou os cenários possíveis das eleições deste ano. - Tatiana Cavagnolli/Divulgação
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