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Vinícolas são investigadas por uso de antibiótico proibido

Ministério da Agricultura divulgou a lista das 13 empresas que estariam colocando natamicina no vinho. Duas delas são de Flores da Cunha

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) investiga o uso, por parte de vinícolas, de natamicina, antibiótico proibido para a fabricação de vinhos. Treze empresas do Rio Grande do Sul que tiveram amostras coletadas em 2013 numa ação conjunta com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa-RS) foram incluídas nos processos por fraude no vinho do Mapa e que serão encaminhados ao Ministério Público (MP).

Das 13 vinícolas, duas são de Flores da Cunha: Vinícola Gilioli (Travessão Lagoa Bela) e I. A. Sandi & Filhos (Travessão Marquês do Herval). Seis são de Caxias do Sul, uma de Farroupilha, duas de Antônio Prado, uma de Garibaldi e uma de Bento Gonçalves (confira todos os nomes na lista abaixo).

A natamicina seria utilizada no momento do engarrafamento para evitar a fermentação do produto. Todas as amostras identificadas são de vinhos de mesa tintos e brancos suaves (neste tipo de bebida, que tem açúcar, a proliferação de bactérias durante a fermentação é mais vulnerável e pode ocorrer na garrafa). O antibiótico é usado em outros produtos alimentícios, como queijos, e é autorizado no vinho em outros países.

No total, foram recolhidas amostras de 53 empresas produtoras de vinho e analisadas pelo Laboratório Nacional Agropecuário do Estado (Lanagro-RS). Em abril foram colhidas novas amostras, mas o laboratório responsável ainda não concluiu as análises.

Após o recebimento do laudo com os resultados, as empresas envolvidas foram novamente visitadas pela fiscalização do Mapa, ocasião em que foi lavrado auto de infração, apreensão dos lotes com resultado positivo e novas coletas de amostras de lotes ou bebidas que não tinham sido amostrados inicialmente. As empresas envolvidas foram intimadas a recolher do mercado os lotes com resultado positivo.

O prazo para apresentação da defesa pelas vinícolas já foi aberto para posterior julgamento em primeira instância. Ainda não há data para o julgamento.

Em nota o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) afirma desconhecer formalmente esse tipo de problema e que, se há irregularidades, cabe aos órgãos investigar, punir os responsáveis e orientar o setor. No Estado a cadeia produtiva soma 15 mil propriedades e 735 vinícolas cadastradas.


A lista divulgada pelo Ministério da Agricultura
com os resultados positivos para natamicina


- Vinícola Gilioli (Flores da Cunha) – Casa Gilioli (suave Bordô e branco suave) e Casa Gilioli Seleção (tinto e branco suave)

- I. A. Sandi & Filhos (Flores da Cunha) – Santa Teresa de Calcutá (tinto suave), Santa Teresa de Ávila (tinto suave) e San Francisco (tinto e branco suave)

- Indústria e Comércio de Bebidas Del Colono (Antônio Prado) – Bela Itália (tinto e branco suave) e Del Tchodo (branco suave)

- Indústria e Comércio de Bebidas CMS (Antônio Prado) – Del Prado (tinto e branco suave) e Pio XII (coquetel de vinho rosado)

- Vinícola Casa Motter (Caxias do Sul) – Casa Motter (rosado suave)

- Vinhos Bampi (Caxias do Sul) – Bampi (tinto suave)

- Cooperativa Vitivinícola Forqueta (Caxias do Sul) – Forqueta (branco e rosado suave), Muraro (tinto suave) e Adega Forqueta (tinto suave)

- Cooperativa Vinícola Victor Emanuel (Caxias do Sul) – Don Victor Emanuel (tinto e branco suave)

- Santini Indústria Vinícola (Caxias do Sul) – Santini (tinto suave)

- Adega Silvestri (Caxias do Sul) – Don Silvestri (tinto e branco suave)

- Vinícola Capelletti (Farroupilha) – Capelleti (tinto suave)

- Indústria Vinícola São Luiz (Garibaldi) – Bortolini (tinto suave)

- VT Vinhos (Bento Gonçalves) – Quinta Estação (tinto suave) e Cave Titton (branco e tinto suave)

Problema foi identificado em vinhos tintos e brancos suaves. - Arquivo O Florense
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