Política

Vereador mais votado em 2020, Guga Forlin decide não concorrer à reeleição

Carlos Roberto Forlin demonstra certa decepção com as possibilidades de atuação de um vereador e promete retornar, no futuro, como candidato a prefeitura de Flores da Cunha

Houve uma certa surpresa com a divulgação da nominata dos 10 pré-candidatos a vereador do MDB, durante a convenção do último sábado (27). A lista não continha o nome do vereador mais votado da última eleição, Carlos Roberto Forlin, o Guga, que fez 988 votos. Apesar de valorizar a missão do Poder Legislativo e o seu mandato, Guga demonstra uma certa decepção com as possibilidades de atuação de um vereador.

A ascensão política de Guga foi meteórica. Em 2017, aos 19 anos, ele se filiou ao MDB assumiu como Chefe da Indústria, Comércio e Serviços na Secretaria Municipal de Turismo da gestão Lídio Scortegagna (MDB). No período, foi duas vezes presidente do MDB Jovem. A saída da Administração Pública ocorreu justamente para concorrer a vereador, em 2019. Aos 22 anos, Guga foi eleito o vereador mais jovem da história de Flores da Cunha.

Aos 26 anos, contudo, o vereador opta por esperar e não concorrer na eleição que se aproxima.

— O pessoal sempre espera uma continuidade, que a gente dê sequência, né? Mas, tem que saber o momento de dar um passo atrás para dar dois para frente daqui a pouco — resume o sentimento.

O aguardado passo para frente é o mesmo que Guga já anunciava lá em 2020, em sua primeira entrevista após eleito vereador: ser prefeito de Flores da Cunha. Em pouco mais de 12 minutos de conversa com o Jornal O Florense, Guga deixou transparecer uma certa mágoa por não ter sido incluído nas conversas sobre o pré-candidato a vice-prefeito junto ao Lídio Scortegagna e deixa em aberto seu futuro no MDB após dezembro, quando acaba o seu mandato de vereador.

Jornal O Florense: O senhor decidiu não ser candidato a reeleição?
Carlos Roberto Forlin:
 As decisões são tomadas sempre junto com a família. E, desta vez, decidi por não concorrer nessa eleição. Não sou candidato a vereador. Talvez poderia ter sido cotado a vice-prefeito, mas o partido (MDB) decidiu por coligações, o que acho válido. A gente precisa unir forças, é importante ter essa união dos partidos. Uma eleição não se ganha sozinho, e uma administração também não se faz sozinho. Precisamos ter parceiros, gente que trabalha e que faz acontecer. Então, nesse momento, olhando a minha vida profissional e minha família, e olhando todo o cenário, preferi dar essa “segurada” nessa eleição. Não estou saindo da política. Só não vou concorrer nessa eleição. Mas, posso garantir que vou voltar e que quero voltar de uma forma diferente. Podendo dar um passo a mais, concorrendo pelo nosso município, um município que amo muito, onde nasci e me criei e quero contribuir ainda mais.

Qual avaliação faz do seu mandato?
Fiquei muito feliz. Acho que cumpri as minhas principais demandas, o que apresentei na minha campanha lá em 2020. Tanto de indicações, projetos de lei e ajudando o Executivo de uma certa forma. A gente está ali para colaborar, para construir e eu saio com a cabeça erguida, com um sentimento de missão cumprida. Eu me sinto bem avaliado por essa questão de compromisso com a comunidade e trabalho.

Como foi a conversa com o seu partido, MDB, para esta eleição?
É, essa conversa o partido nunca acabou tendo comigo. Para me procurar para, talvez, uma possível junção, para pré-candidato a vice-prefeito do Lídio (Scortegagna, pré-candidato indicado a prefeito). Eu nunca fui convidado para ser candidato a vice. A vereador sim. Eles me pediram, fizemos reuniões e tudo, só que eu já tinha tomado a minha decisão.

Houve alguma discordância dentro do partido? O senhor pensa em trocar de sigla?
Olha, no momento, até de dezembro, estou comprometido com o partido (MDB). É o meu partido, o qual eu me elegi e estou aí pra ajudar eles. Vou ajudar. Eu defendo o Lídio sempre. É um baita administrador. Dali para frente, só o tempo vai decidir.

Para os próximos anos, qual é o seu projeto?
Vou me dedicar ao meu trabalho e a minha família. A minha família principalmente, pois acho que precisa de mim nesses momentos. Sou taxista, como o meu pai (Alcides Forlin) era desde 1974, uma história muito bonita por trás do táxi. Meu irmão seguiu a carreira e, agora, de um ano pra cá, passei a assumir mais os nossos negócios. É um negócio que não tinha como ficar de fora, porque a família vivia disso. Sempre participei de alguma forma, talvez não tão ativo quanto estou agora.

Após a eleição, o senhor aceitaria um convite para atuar na Administração Pública?
Sempre fui de trabalhar. E gosto de trabalhar no Executivo, eu me sinto muito bem. Se o prefeito, caso o Lídio ganhe a eleição, achar que deve contar comigo... Essa proposta vai partir dele, sabe? Mas, tudo é de se avaliar. Não vou dizer que sim e nem dizer que não.

O senhor disse que se sente bem no Executivo. E no Legislativo?
O Legislativo mais julga do que realiza. Por ter tido essa experiência do Executivo, a gente percebe que consegue fazer mais por Flores e mais pela comunidade no Executivo do que no Legislativo. Ficamos na oposição, sendo minoria por três anos. Só na última eleição da Câmara que conseguimos ganhar a mesa diretora. Mas, no Executivo tu consegue realizar mais ações do que apenas no Legislativo. Isso é de praxe. Por muitas vezes tu pode indicar, pode propor, mas não tem como fazer, que é do Executivo.

No futuro, o senhor pensa em voltar à Câmara de Vereadores?
O meu sonho era ser prefeito. Na minha primeira entrevista depois de eleito (vereador), quando fui chamado pelo jornal O Florense, eu disse que o meu sonho, um dia, era ser prefeito. Então, eu vou dar tempo ao tempo. Eu vou voltar a concorrer, eu posso te afirmar isso, mas não sei se mais a vereador.

Sobre a campanha, qual será sua postura?
A minha postura é apoiar o meu partido, né? O partido que hoje pertenço. O meu pré-candidato é o Lídio e o vice é o Eduardo Heberle. Os vereadores também, tem uma nominata de 10 vereadores do MDB. Vou seguir a mesma linha que sempre trabalhei.

O que deu certo na sua campanha, em 2020?
A gente tem uma história de vida aqui em Flores da Cunha, né? Meu pai era comerciante e taxista, a minha mãe (Liria Cambruzzi) era dona de casa também, e auxiliar doméstica. Vou te dizer que é a humildade. A primeira coisa é a humildade de pedir um voto para nossa comunidade. É sempre ser quem tu é. Eu, depois que me elegi, eu continuo o mesmo. O meu número (de telefone) é o mesmo que tenho há 12 anos ou mais. A humildade é o que me fez chegar lá, foi mostrar a seriedade, o comprometimento, o trabalho sério. E, da mesma forma, a população acreditou em mim. Acreditou em uma renovação, em uma liderança nova. Foi um conjunto, não somente o meu nome, e claro, é muita da referência ao meu pai (Alcides), que sempre foi um homem muito correto e isso me ajudou, me abriu muitas portas.

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