Geral

Os escorpiões estão de volta

Período do ano é propenso ao aparecimento dos animais, por isso, mantenha sempre os ambientes limpos

Eles são pequenos, têm em média de 5cm a 7cm, discretos e com hábitos noturnos, preferindo se esconder em lugares escuros e úmidos, como pilhas de entulhos, frestas em casas, roupas e calçados. Os escorpiões são aracnídeos que compreendem cerca de 130 espécies no Brasil, das quais apenas quatro são responsáveis pela maior parte dos ataques a humanos – não são poucos e vêm crescendo. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2016 o número de vítimas de picadas desses animais cresceu 628,8%, passando de 12.552 para 91.485.

Em Flores da Cunha, a proliferação de escorpiões aumenta neste período do ano, sendo comum a espécie Tityus costatus, que é considerado de baixa toxidade. Mesmo assim, a Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, orienta que a população ajude a evitar uma infestação, mantendo pátios e terrenos sempre limpos, sem acúmulo de entulhos e lixo. “Muitas pessoas dizem que moram perto de matos, mas esse não é o problema, porque nesse ambiente existem os predadores naturais do escorpião, como o sapo e a lagartixa. A galinha é uma predadora, porém, ela tem hábitos diurnos e o escorpião é noturno, então eles não se encontram. O problema são as pilhas de tijolos, madeiras, materiais de construção, as lenhas ainda muito utilizadas para o fogão. São nesses lugares que eles vão se abrigar, porque ali estão protegidos”, explica a fiscal sanitária Fernanda Zim.

Neste ano animais já foram encontrados em bairros de diferentes regiões da cidade. Os principais pontos onde os escorpiões aparecem são os terrenos baldios. “Hoje não temos mais uma área onde aparecem mais escorpiões. Quando as pessoas utilizam inseticidas, eles acabam se deslocando e se espalhando para outros espaços em busca de alimento, pois o veneno mata insetos, mas não os escorpiões”, complementa Fernanda. Eles se alimentam de pequenos insetos como baratas e aranhas e, por não ter um produto eficaz no seu combate, o chinelo ainda é a forma de combate quando se encontra um.

A picada do Tityus costatus – característico por ter manchas amareladas enquanto que espécies como o Tityus serrulatus, mais venenosos, são totalmente amarelos – é dolorida e é recomendado procurar atendimento médico. “Essas picadas não são notificadas porque o costatus é de baixo risco. Não existe soro para o veneno, mas o médico fará uma medicação para aliviar a dor, que é forte. É importante, ainda, levar o escorpião para que ele seja corretamente identificado”, indica a fiscal Fernanda. Neste ano Porto Alegre teve quatro regiões infestadas pelo serrulatus, ou escorpião amarelo, que é altamente venenoso e a picada pode ser fatal, principalmente em crianças.

Evite esses visitantes indesejados

– Verifique calçados, roupas, toalhas e roupas de cama antes de usá-los.

– Limpe caixas de gordura e ralos de banheiro e de cozinha.

– Mantenha camas e berços afastados da parede.

– Evite que lençóis toquem no chão.

– Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões.

– Use telas nas aberturas dos ralos, pias e tanques.

Para manter o bicho longe

– Não é aconselhável usar veneno para combater os escorpiões, pois o desalojamento pode favorecer o aumento da população.

– Não deixe acumular lixo e entulho nos quintais, jardins e terrenos baldios.

– Cuidado com restos de obras e terraplanagem que possam causar acúmulo de entulho.

– Coloque o lixo em sacos plásticos fechados para evitar baratas e outros insetos, que são fontes de alimento para os escorpiões.

– Se perto da sua casa estiver um terreno baldio com entulhos ou lixo, denuncie à prefeitura para que o proprietário seja notificado e providencie a limpeza da área. Entre em contato pelo telefone 3279.3600.

– Vivo ou morto, nunca toque diretamente no inseto com as mãos.

– Se você encontrou um escorpião, entre em contato com a Vigilância Sanitária pelo telefone 3292.6807, ou procure o Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi (Rua John Kennedy, 2.151, no Centro). Vivo ou morto, nunca toque diretamente no inseto com as mãos.

 

Espécie encontrada em Flores é considerada de baixa toxidade e pode ser identificada pelas manchas amareladas, enquanto que espécies mais venenosas têm pernas e cauda totalmente amarelas. - Camila Baggio/OF
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário