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O ‘silêncio’ silenciou?

Após entrega das obras de restauro do Campanário, notas fúnebres ainda não voltaram a ser divulgadas. Adequações no equipamento devem ocorrer até metade de julho

Desde o início das obras de restauro e requalificação do Campanário, em maio de 2022, os florenses sentiram falta de olhar para cima para verificar as horas, ouvir o badalar dos sinos e, claro, ouvir atentamente os alto-falantes que anunciavam o ‘silêncio’, isto é, o falecimento de entes queridos, mas que também alegravam a comunidade convidando para as tradicionais festas. Contudo, mesmo após a entrega do bem, em março deste ano, a comunidade ainda não pôde ouvir as tradicionais notas fúnebres e comunicados paroquiais, sendo possível apenas, escutar o som da Ave Maria pouco antes das 18h, convidando para a missa. 
De acordo com o pároco, Frei Jadir Segalla, a música que toca nesse horário está em um pendrive, não passando pelo microfone, o que permite que seja executada. “Já o aparelho onde está o microfone e onde divulgamos as notas fúnebres, na primeira nota que eu dei, não funcionou mais. Levaram para fazer uma reforma, mas não resolveu, então encomendaram um novo que ainda não chegou”, esclarece o pároco, acrescentando: “Nós vamos voltar, sim, se essa é a preocupação do povo sobre fazer as notas fúnebres ou não, nós vamos fazer, só que no momento está estragado o aparelho e a equipe diz que nem saiu de São Paulo ainda”. 
Conforme o engenheiro da empresa responsável pelo conserto, Beatek Sinos e Relógios, Marco Kaiser, os equipamentos foram entregues em funcionamento, com testes realizados durante o período de obras, porém, após a inauguração, a paróquia e a comunidade solicitaram maior volume para divulgação das notas fúnebres: “Foi quando se percebeu uma incompatibilidade entre o microfone que a paróquia quer usar, com a entrada do microfone do comando. Nós achávamos que apenas aumentando o volume do atual pré-amplificador do equipamento iria resolver a falta de energia do microfone, mas nesta tentativa houve contraindicações que danificaram o amplificador. Vimos que a solução não era tão simples como havíamos planejado inicialmente e o caso voltou para a engenharia. Tivemos um dano em um componente que foi substituído e voltou a funcionar normalmente na versão de fábrica”, explica Kaiser, completando que as peças são produzidas em Porto Alegre. 
O engenheiro também destaca que a empresa oferece um ano de garantia e que, após esse período, fica a cargo da paróquia a definição de empresa ou pessoa qualificada e especializada no serviço para realizar manutenção. “Agora, a adequação do equipamento para as necessidades da comunidade está prevista para a segunda quinzena de junho ou primeira de julho”, conclui Kaiser.
Sendo assim, em breve Flores da Cunha voltará a manter sua tradição e, inclusive, interromper suas atividades para ouvir as notas fúnebres. Uma forma de preservar ainda mais o patrimônio material e imaterial de nosso povo.

 - Arquivo O Florense
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