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Média é de um caso de Aids a cada 450 pessoas

Levantamento aponta que Flores da Cunha tinha, em 2010, 60 doentes, aumento de 50% ante 2005

No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, ocorrido ontem, dia 1º de dezembro, as notícias não foram boas para os gaúchos. Segundo o Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul é o Estado com maior índice de casos da doença por habitante. São 27,7 por 100 mil moradores. O segundo do ranking é Roraima (26/100 mil), seguido por Santa Catarina (23,5/100 mil). No quesito por capitais, Porto Alegre também se destaca com 99,8 casos por 100 mil habitantes, enquanto que Florianópolis, segunda da lista, registra 57,9 casos por 100 mil. Os dados se referem a 2010 e revelam que o Sul do Brasil concentra 23% das ocorrências, tendo apenas 14% da população total do país.

Os números fazem parte do Boletim Epidemiológico DST Aids, divulgado pelo Ministério no dia 28 de novembro. Em Flores da Cunha, conforme dados do Centro Especializado de Saúde (CES) de Caxias do Sul, que possui um ambulatório de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) e atende desde 1988 a região de abrangência da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS), são 60 casos de portadores da doença. Em 2005, o município registrava 40 casos. Em seis anos, houve um aumento de 50% no número de pessoas com HIV/Aids. Segundo o relatório apresentado pelo Ministério da Saúde, houve um crescimento de casos identificados em cidades com até 50 mil habitantes. Esses municípios respondiam por 5,6% dos casos e passaram a representar 8,4%.

No município, o encaminhamento para tratamento dos pacientes com HIV/Aids é feito pelo Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi. De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Eliane Boff Casagranda, quando um morador de Flores é diagnosticado com HIV ele é encaminhado ao CES, sendo que o município presta um auxílio no agendamento de consultas e busca por medicamentos.

A campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids deste ano tem como slogan A Aids não tem preconceito. Previna-se. No município, na quinta-feira foi realizada uma ação de prevenção contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids, junto ao pórtico do Acesso Sul. Na ocasião, foram distribuídos 1,5 mil fôlderes sobre o assunto e preservativos. “Foi um trabalho de prevenção principalmente para estimular a reflexão sobre a falsa impressão de que a doença afeta apenas o outro”, explica a coordenadora do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) da Unidade Sanitária Dr. Hildebrando Cardoso Pereira, Ilda da Costa Santos.

Estável
O Brasil possui 630 mil pessoas que convivem com HIV/Aids. De acordo com o relatório, a prevalência da doença permanece estável em 0,6% da população, enquanto que a incidência (novos casos) teve redução de 18,8 a cada 100 mil habitantes em 2009, para 17,9/100 mil habitantes em 2010. Ainda segundo o estudo, o investimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na prevenção e na ampliação da testagem e do acesso ao tratamento antirretroviral, além da capacitação dos profissionais da saúde, tem mantido sob controle a epidemia no Brasil.

Em determinados grupos, o avanço no combate à doença é mais evidente. Entre os menores de cinco anos de idade, casos relacionados à transmissão de mãe para filho durante a gravidez, a taxa de incidência caiu 41% de 1998 a 2010. No que se refere à taxa de mortalidade também há queda. Em 12 anos, a incidência baixou de 7,6 para 6,3 a cada 100 mil pessoas. A redução foi de 17%. O documento também apontou que ao longo dos últimos 12 anos a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Entretanto, entre homossexuais da mesma faixa etária, houve um aumento de 10,1%. Em 2010, para cada 16 homossexuais vivendo com Aids, havia 10 heterossexuais.

Os números

Taxa de incidência de Aids (por 100 mil habitantes) em municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes

1º Porto Alegre (RS) – 99,8
2º Alvorada (RS) – 81,8
3º Bal. Camboriú (SC) – 77,7
4º Uruguaiana (RS) – 6,7
5º Sapucaia do Sul (RS) – 66,4
6º Criciúma (SC) – 61,9
7º Biguaçu (SC) – 60,1
8º Pinhais (PR) – 58,1
9º Florianópolis (SC) – 57,9
10º Canoas (RS) – 57,4


No Brasil
- 608.230 casos acumulados de Aids (1980 a junho de 2011).
- 34.212 casos novos em 2009.
- 241.469 óbitos (1980 a 2011), sendo 12.097 em 2009 e 11.965 em 2010.
- 28,8 casos a cada 100 mil habitantes na Região Sul em 2010, sendo a maior taxa de incidência no Brasil.
- 65,4% de casos no sexo masculino e 34,6% no sexo feminino (1980 até junho de 2010).
- Em 1989, 6 homens para cada mulher tinham Aids e, em 210, o percentual passou para 1,7 homens para cada mulher.
- Em ambos os sexos, as taxas de maior incidência em 2010 são na faixa etária de 35 a 39 anos.
- Na idade acima de 50 anos, a incidência da doença em mulheres em 2010 aumentou 75,9% em relação a 1998.
- Entre os jovens homossexuais de 18 a 24 anos, quando comparados com jovens heterossexuais, a chance de estar infectado pelo HIV é 13 vezes maior.
- 26,3% das pessoas infectadas têm entre quatro a sete anos de estudo.

Fonte: Ministério da Saúde.


Saiba mais
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são consideradas como um dos problemas de saúde pública mais comum em todo o mundo. Desde 1986, a notificação de casos de Aids e sífilis é obrigatória a médicos e responsáveis por organizações de saúde. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil as infecções de transmissão sexual são: Sífilis: 937.000 casos; Gonorreia: 1.541.800; Clamídia: 1.967.200; Herpes genital: 640.900; HPV: 685.400



Equipe do posto do Pérola distribuiu material informativo aos motoristas.  - Danúbia Otobelli
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