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Indústria moveleira comemora baixa do IPI

Com a redução do imposto, preço final ao consumidor podevariar, mas deve ficar entre 10% e 15% mais barato. Flores da Cunha é o segundo polo do setor no Estado

O anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis de madeira, aço e plástico, era aguardado para o início de 2009. Nesse período, o setor moveleiro acumulou perdas em consequência da crise financeira mundial, desencadeada no último trimestre do ano passado nos Estados Unidos. Mesmo assim, a medida é comemorada pelo empresariado. “A redução no preço final ao consumidor pode variar, mas deve ficar entre 10% e 15%”, aponta um dos presidentes da Câmara Setorial de Móveis do Centro Empresarial de Flores da Cunha, Piér Costa. O município é o 2º polo moveleiro do Estado, com cerca de 200 empresas – o primeiro é Bento Gonçalves. Costa opina que o ramo sofreu muito com a crise, principalmente os exportadores. Agora, o mercado está em recuperação – até a metade do ano as empresas chegaram a parar a produção em alguns dias da semana; agora, trabalham à noite e nos finais de semana. “Se analisarmos 2009, o balanço será ruim. Sem dúvida a medida do governo federal irá aquecer as vendas no início do próximo ano, período que geralmente é fraco para o setor”, aponta Costa. Para ele, dependendo da quantidade de itens vendidos, o acréscimo nas vendas pode atingir os 30%. O ministro Mantega disse na quarta-feira, dia 25, que as alíquotas do IPI dos móveis, que eram de 10% ou 5%, foram zeradas até 31 de março de 2010 (veja quadro). A ação considera placas de madeira usadas no setor, móveis de metal, plástico, ratan (mistura de vime e junco torcido), vime, bambu ou materiais semelhantes. A renúncia fiscal estimada pelo governo federal é de R$ 217 milhões no período. Segundo Mantega, o objetivo é estimular a indústria moveleira, que é “dependente das exportações e ainda não saiu adequadamente dos impactos da crise financeira internacional”. Em entrevistas concedidas em Brasília, a presidente da Associação da Indústria de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs), Maristela Longhi, disse que a decisão deve provocar, em média, uma redução da ordem de 20% para os preços ao consumidor. Ela acredita que a medida deve elevar entre 18% e 22% as vendas de móveis, e que seria melhor que a duração fosse de seis meses. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Móvel (Abimóvel), José Luiz Fernandez, a recuperação deve ficar em torno de 25% nos quatro meses em que o setor receberá isenção. A previsão é de uma queda de 10% no faturamento de 2009 em relação aos R$ 20,2 bilhões registrados em 2008. Defesa No início do mês, o deputado federal Pepe Vargas (PT-RS) defendeu a desoneração do IPI para o setor moveleiro por seis meses. No dia 4 de novembro, ele anunciou sua proposta durante a visita de um grupo de empresários gaúchos ao seu gabinete em Brasília. A comitiva foi integrada pelo diretor da Treboll Móveis de Flores da Cunha, Alberto Peliciolli; pela presidente da Movergs; pelo empresário da Marcopolo, André de Souza Pacheco; pelo integrante da diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, José Gabriel Santos; pelo empresário da San Marino Móveis de Caxias do Sul e representante do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Madeireiras, Serrarias, Carpintarias, Tanoarias, Esquadrias, Marcenarias, Móveis, Madeiras Compensadas e Laminadas e Chapas de Fibras de Madeiras do Rio Grande do Sul (Sindimadeira), Carlito Chies; e pelo diretor da Fiergs, Thomaz Nunnenkamp. O grupo também solicitou apoio ao deputado Renato Molling (PP-RS), presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Setores Coureiro, Calçadista e Moveleiro. Números No país - O setor moveleiro emprega 237 mil pessoas diretamente e agrega 17 mil indústrias, na sua maioria micro e pequenas empresas. No Rio Grande do Sul - 80,4% das empresas são consideradas microempresas, ou seja, possuem até 19 funcionários. - Os principais móveis produzidos pelas empresas são dormitórios (56,2%), cozinhas (48,8%), móveis sob medida (35,6%) e móveis de banheiro (24,8%). - As formas de produção mais utilizadas são artesanal (69%), semi-seriado (17%) e seriado (14,3%). - As exportações gaúchas de móveis foram de US$ 146 milhões entre janeiro e setembro de 2009; no mesmo período de 2008, US$ 221 milhões, ou seja, redução de 33,9%. No país, a queda nas exportações é de 32,6%. Fontes: Abimóvel e Movergs. Image Hosted by ImageShack.us
Com a medida, expectativa é de que indústria recupere perdas sofridas nos últimos meses.  - Fabiano Provin
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