Haitiano morto por PM é sepultado em Flores da Cunha
Cerimônia reuniu irmão, pastor e um amigo de Jean Wesly Moriseme, 28 anos, que foi enterrado no Cemitério Público de Flores da Cunha
Uma cerimônia simples, conforme os costumes do povo do Haiti, marcou o sepultamento de Jean Wesly Moriseme, 28 anos, na tarde desta terça-feira, dia 13 de outubro, em Flores da Cunha. O ato de despedida ocorreu às 15h30min na Funerária CCR Santo Cristo. Após, o corpo do jovem foi sepultado no Cemitério Público. O funeral foi acompanhado por um pastor evangélico; um irmão de Jean Wesly, Jean Frandi Moriseme, 25 anos; e um amigo, além da coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do município, Danielle Valentini.
O conselheiro da Embaixada do Haiti no Brasil, Jackson Bien-Aimé, também esteve na funerária para acompanhar os trâmites para a liberação do sepultamento. Pela manhã Bien-Aimé foi à Delegacia de Polícia (DP) acompanhado das assessoras jurídicas da Associação dos Imigrantes Haitianos de Caxias do Sul, Silvana Lazarotto e Deisy Azambuja. Eles conversaram com a delegada Aline Martinelli e, após, estiveram no Hospital Fátima. À tarde buscaram informações com o comandante da 2ª Companhia da Brigada Militar, capitão Ângelo Márcio Ferraz; e com o secretário de Desenvolvimento Social, Ricardo Espíndola da Silva.
Bien-Aimé concedeu entrevistas a emissoras de rádio e a jornais, quando afirmou que aguardará o resultado da investigação para se pronunciar. O diplomata adiantou que Jean Frandi teria dito que o irmão já passou um tempo internado com problemas de ordem psiquiátrica e que ele teria procurado ajuda médica recentemente. Jean Wesly residia no bairro União, trabalhava numa empresa que fabrica esquadrias de alumínio e mandava parte do salário para a família que reside no Haiti.
Jean Wesly Moriseme foi morto no dia 7 de outubro por um sargento da Brigada Militar quando estava em luta corporal com outro PM. Na tentativa de cessar a ação do haitiano o policial atirou na perna direita. O ferimento causou hemorragia externa, ocasionando a morte do estrangeiro. Antes desta ocorrência, Jean Wesly, conforme versões apresentadas pela Brigada e pela Polícia Civil, teria brigado com outros dois haitianos no Centro de Flores da Cunha; danificado uma viatura da Brigada; e provocado desordem no Hospital Fátima e no Centro de Saúde Irmã Benedita Zorgi.
A Brigada abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a ação dos PMs. A Polícia Civil investiga o caso.
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Bien-Aimé concedeu entrevistas a emissoras de rádio e a jornais, quando afirmou que aguardará o resultado da investigação para se pronunciar. O diplomata adiantou que Jean Frandi teria dito que o irmão já passou um tempo internado com problemas de ordem psiquiátrica e que ele teria procurado ajuda médica recentemente. Jean Wesly residia no bairro União, trabalhava numa empresa que fabrica esquadrias de alumínio e mandava parte do salário para a família que reside no Haiti.
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