Depois de meses, o pesadelo está de volta
Moradores de loteamento Vista do Sol reclamam da fumaça e mau cheiro de curtumes da localidade de Nova Roma
Dez meses e meio. Esse seria o tempo em que, teoricamente, os moradores do loteamento Vista do Sol, em Flores da Cunha, deveriam ter tido folga do mau cheiro e da fumaça emitida pelo curtume Giacomet & Cia, na localidade de Nova Roma. De acordo com o Mistério Público (MP), a empresa ficou interditada, ou seja, proibida de operar, de 16 de agosto de 2013 a 2 de julho de 2014, quando houve a decisão judicial que deferiu o levantamento provisório da ordem de interdição. Nesse período eles teriam se adequado às normas ambientais exigidas pelo órgão regulador, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A Licença de Operação (LO), aguardada pelo curtume desde 2006, foi conferida pela Fepam em junho de 2014.
Todavia, conforme registro fotográfico enviado por moradores do loteamento ao jornal O Florense, o pesadelo recomeçou antes mesmo da liberação judicial ocorrer (2 de julho de 2014). Fotos datadas comprovam que no dia 5 de maio de 2014 o curtume Giacomet retomou as atividades e, consequentemente, a emissão de fumaça. Desde então, a população não teve mais sossego e tem convivido novamente com a presença da imensa nuvem branca que cobre o vale e com o forte odor que é descrito por eles como “podre”. “Eles voltaram a trabalhar e, ao que parece, não estão usando nenhum filtro, pois a fumaça continua a mesma. Chega irritar a garganta e causa muito desconforto. A sensação é de que estamos inalando algum produto tóxico”, denuncia um morador do local, o professor Jésus Reis Pereira.
Segundo ele, a situação chega a tal ponto que durante a noite, quando, normalmente, a fumaça é mais intensa, chegam a acordar com asfixia e falta de ar. Além da fumaça e do mau cheiro, as moscas retornaram. Conforme os moradores, as ocorrências têm sido diárias, em qualquer horário do dia, mas com maior intensidade na madrugada. “Acordamos com a casa cheia de fumaça e mesmo nos dias que o vento a leva para outro lado, o cheiro de carne podre permanece. Quero que ele trabalhe, que ganhe o dinheiro dele, mas que não destrua a minha saúde novamente”, assinala o professor.
O desabafo e o sentimento de indignação também é compartilhado pela professora Ester Mambrini, que está deixando o loteamento e se mudando para Porto Alegre. Ela acrescenta que não somente um, mas os dois curtumes da região estão emitindo uma fumaça densa e malcheirosa. Ela afirma que recentemente esteve no hospital em virtude de uma dor de garganta causada pela fumaça. Para a professora o pior caso continua sendo o Giacomet. “Desde que eles voltaram a trabalhar, há uns três meses, não teve um dia que não registrássemos esse problema. Nos dias de neblina a situação piora.”
O que dizem os órgãos públicos e as empresas
Com relação ao Curtume Giacomet, o promotor de Justiça Stéfano Lobato Kaltbach diz que o Ministério Público (MP) continuará o controle para saber se a empresa está mantendo a Licença de Operação (LO) em dia e se está observando suas normativas. Segundo ele, se em algum momento alguma dessas condicionantes for descumprida, será caçada a LO e novamente eles terão que parar as atividades. Contudo, diante dos novos relatos da população, o MP pode novamente intervir na situação. “Se a degradação permanece de uma maneira ou outra, alguma condicionante da LO está sendo descumprida. Então, os representantes do loteamento podem me procurar porque isso será noticiado no processo e poderemos determinar uma nova vistoria no curso do processo e a interdição do curtume”, sustenta.
O promotor frisa que o curtume Peles Nova Roma não foi interditado, mas que aguarda o resultado de uma ação civil pública, movida pelo MP, que cobra uma multa por danos provocados ao meio ambiente. “Eles mostraram que estavam trabalhando dentro das normas. Todavia, foi constatada a degradação ambiental em um determinado momento, mas isso não inviabiliza o funcionamento”, informa.
A empresa Peles Nova Roma, por meio do seu responsável técnico Pierry Henrique Goedtel, destaca que em nenhum momento a empresa utilizou a caldeira sem que o equipamento de filtragem que faz a lavação dos gases estivesse em funcionamento. “Fizemos um alto investimento para a instalação desse filtro. O que sai da caldeira do Peles Nova Roma não é fumaça e sim um vapor. O curtume está com todas as licenças de operação em dia e cumpre todas as exigências da Fepam”, argumenta Goedtel.
A diretora de Meio Ambiente da Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Francieli Zorzi, informa que está ciente da situação e que também já recebeu novas reclamações de alguns moradores. Contudo, ela destaca que esse assunto não compete mais ao município e sim à Fepam. Segundo ela, as provas e reclamações feitas agora serão incluídas em um relatório que será encaminhado ao órgão regulador.
A reportagem tentou contato novamente por telefone para ouvir os responsáveis pelo curtume Giacomet & Cia, mas não obteve retorno. A Fepam também foi contatada, por meio da assessoria de imprensa, para que se manifestasse sobre a situação e sobre quais providências caberiam nesse caso, entretanto, também não obteve resposta.
Todavia, conforme registro fotográfico enviado por moradores do loteamento ao jornal O Florense, o pesadelo recomeçou antes mesmo da liberação judicial ocorrer (2 de julho de 2014). Fotos datadas comprovam que no dia 5 de maio de 2014 o curtume Giacomet retomou as atividades e, consequentemente, a emissão de fumaça. Desde então, a população não teve mais sossego e tem convivido novamente com a presença da imensa nuvem branca que cobre o vale e com o forte odor que é descrito por eles como “podre”. “Eles voltaram a trabalhar e, ao que parece, não estão usando nenhum filtro, pois a fumaça continua a mesma. Chega irritar a garganta e causa muito desconforto. A sensação é de que estamos inalando algum produto tóxico”, denuncia um morador do local, o professor Jésus Reis Pereira.
Segundo ele, a situação chega a tal ponto que durante a noite, quando, normalmente, a fumaça é mais intensa, chegam a acordar com asfixia e falta de ar. Além da fumaça e do mau cheiro, as moscas retornaram. Conforme os moradores, as ocorrências têm sido diárias, em qualquer horário do dia, mas com maior intensidade na madrugada. “Acordamos com a casa cheia de fumaça e mesmo nos dias que o vento a leva para outro lado, o cheiro de carne podre permanece. Quero que ele trabalhe, que ganhe o dinheiro dele, mas que não destrua a minha saúde novamente”, assinala o professor.
O desabafo e o sentimento de indignação também é compartilhado pela professora Ester Mambrini, que está deixando o loteamento e se mudando para Porto Alegre. Ela acrescenta que não somente um, mas os dois curtumes da região estão emitindo uma fumaça densa e malcheirosa. Ela afirma que recentemente esteve no hospital em virtude de uma dor de garganta causada pela fumaça. Para a professora o pior caso continua sendo o Giacomet. “Desde que eles voltaram a trabalhar, há uns três meses, não teve um dia que não registrássemos esse problema. Nos dias de neblina a situação piora.”
O que dizem os órgãos públicos e as empresas
Com relação ao Curtume Giacomet, o promotor de Justiça Stéfano Lobato Kaltbach diz que o Ministério Público (MP) continuará o controle para saber se a empresa está mantendo a Licença de Operação (LO) em dia e se está observando suas normativas. Segundo ele, se em algum momento alguma dessas condicionantes for descumprida, será caçada a LO e novamente eles terão que parar as atividades. Contudo, diante dos novos relatos da população, o MP pode novamente intervir na situação. “Se a degradação permanece de uma maneira ou outra, alguma condicionante da LO está sendo descumprida. Então, os representantes do loteamento podem me procurar porque isso será noticiado no processo e poderemos determinar uma nova vistoria no curso do processo e a interdição do curtume”, sustenta.
O promotor frisa que o curtume Peles Nova Roma não foi interditado, mas que aguarda o resultado de uma ação civil pública, movida pelo MP, que cobra uma multa por danos provocados ao meio ambiente. “Eles mostraram que estavam trabalhando dentro das normas. Todavia, foi constatada a degradação ambiental em um determinado momento, mas isso não inviabiliza o funcionamento”, informa.
A empresa Peles Nova Roma, por meio do seu responsável técnico Pierry Henrique Goedtel, destaca que em nenhum momento a empresa utilizou a caldeira sem que o equipamento de filtragem que faz a lavação dos gases estivesse em funcionamento. “Fizemos um alto investimento para a instalação desse filtro. O que sai da caldeira do Peles Nova Roma não é fumaça e sim um vapor. O curtume está com todas as licenças de operação em dia e cumpre todas as exigências da Fepam”, argumenta Goedtel.
A diretora de Meio Ambiente da Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Francieli Zorzi, informa que está ciente da situação e que também já recebeu novas reclamações de alguns moradores. Contudo, ela destaca que esse assunto não compete mais ao município e sim à Fepam. Segundo ela, as provas e reclamações feitas agora serão incluídas em um relatório que será encaminhado ao órgão regulador.
A reportagem tentou contato novamente por telefone para ouvir os responsáveis pelo curtume Giacomet & Cia, mas não obteve retorno. A Fepam também foi contatada, por meio da assessoria de imprensa, para que se manifestasse sobre a situação e sobre quais providências caberiam nesse caso, entretanto, também não obteve resposta.
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