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De volta às urnas

Eleitores escolhem novo presidente da República neste domingo, das 8h às 17h

No domingo os brasileiros escolherão o presidente da República para os próximos quatro anos. Para votar, os eleitores devem comparecer às seções eleitorais, independentemente de terem ou não votado no primeiro turno, das 8h às 17h de domingo, dia 31. No Brasil, o voto é obrigatório para todo cidadão alfabetizado com idade entre 18 e 70 anos. A candidata Dilma Rousseff (PT) pretende dar seguimento ao plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já José Serra (PSDB) prega a proposta da mudança, referindo-se aos oito anos os quais Lula está à frente da nação.

No primeiro turno, realizado no dia 3 de outubro, o índice de abstenção registrado em todo o país foi de 18,12%, ou seja, 24,6 milhões de pessoas deixaram de votar e deverão justificar o não comparecimento às urnas. Em Flores da Cunha, a abstenção foi de 2.897 eleitores e, em Nova Pádua, de 173, segundo levantamento do chefe do Cartório Eleitoral – 68ª Zona, Gelson Molardi. O requerimento de justificativa deve ser entregue no Cartório e dirigido ao juiz eleitoral.

A ausência a cada turno da eleição deve ser justificada individualmente. Quem não votar em três eleições consecutivas, não justificar a ausência e não quitar a multa devida terá sua inscrição cancelada e poderá ser excluído do cadastro de eleitores. O cidadão que não regularizar sua situação fica impedido, entre outras coisas, de obter Passaporte ou Carteira de Identidade; receber vencimentos, se servidor público; inscrever-se em concurso público; ou renovar matrícula em estabelecimento de ensino do governo.

Documento
Embora a lei exija a apresentação de dois documentos no dia da eleição (Título de Eleitor e um documento oficial com foto), uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a apenas três dias do primeiro turno permitiu que o eleitor que apresentar apenas um documento com foto possa votar. São considerados documentos oficiais: Carteira de Identidade, identidade funcional, Carteira de Trabalho ou de Habilitação, Certificado de Reservista ou Passaporte. Certidões de Nascimento ou Casamento não são aceitas.

O eleitor que tiver seu Título e quiser usá-lo, pode levá-lo no dia da votação. Embora não seja obrigatório, o porte do documento facilita a localização da seção e acelera o processo de votação. Ou seja, a apresentação do documento oficial com foto é obrigatória e a do Título, facultativa.





Como votar
- Neste segundo turno, o voto é somente para PRESIDENTE. São dois dígitos. Ao digitá-los, aparecerão a imagem e os dados do candidato e vice. A urna irá emitir um sinal sonoro quando o voto for confirmado.
- A votação está concluída. A urna emitirá um sinal sonoro mais longo e a tela exibirá a mensagem “FIM”.
- Para votar em BRANCO, pressione as teclas “Branco” e depois “Confirma”. Se você desejar votar em branco para todos os cargos, deve repetir o procedimento um a um. A urna irá emitir um sinal sonoro quando o voto for confirmado.

Presidenciáveis fizeram comícios em Caxias do Sul
A petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra participaram de comícios em Caxias do Sul, apostando no Rio Grande do Sul na reta final do segundo turno. Primeiro desembarcou Dilma, acompanhada do alto escalão do PT, entre eles, o governador eleito, Tarso Genro, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ela falou, no dia 21, para um público estimado em 8 mil pessoas, na Rua Alfredo Chaves, no bairro Exposição. Serra, ladeado pelo prefeito José Ivo Sartori (PMDB) e pelos candidatos derrotados ao Senado Germano Rigotto (PMDB), e ao governo do Estado, José Fogaça (PMDB), participou de evento nos Pavilhões da Festa da Uva na noite do dia 26 – o público estimado foi de 7 mil pessoas. Ambas as contagens de participantes foram feitas pela Brigada Militar (BM)
Serra, que chegou aos pavilhões acompanhado de cavalarianos, tomou chimarrão e recebeu várias lembranças. Acompanhado de crianças, o tucano soltou no palco pombas brancas simbolizando a paz. Em seu pronunciamento, Serra denunciou o abuso de poder para se ganhar uma campanha, “onde a máquina pública é usada ao melhor estilo das campanhas nazistas, com mentiras e mais mentiras sendo repetidas como se fossem verdades”. “A mentira aprisiona as pessoas. Valorizo a honestidade, que como nunca fez tanta falta. Defendo a liberdade de imprensa porque ela denuncia os mandos do PT, solidariedade e justiça social. Sou um sobrevivente do Estado Nacional graças à luta pelos direitos humanos, por isso repudio alianças com repressores”, ressaltou.

Antes de Serra, Dilma alertou seus eleitores que apenas ela pode dar continuidade ao projeto do governo Lula. “O adversário José Serra sempre criticou as ações do atual governo e, agora, tenta se passar por bonzinho. Conto com a confiança e com o voto de vocês. No dia 31, com a graça de Deus e com a força de vocês, eu posso ser eleita a primeira mulher presidente desse país”, frisou. Ovacionado pelos militantes, Lula, que completaria 65 anos no dia 27, pediu um presente dos gaúchos: “elejam Dilma para me suceder”.

O presidente criticou a postura “cínica” dos tucanos, cujo candidato agora diz que vai dar até 13º para os beneficiários do Bolsa Família. “Passaram anos dizendo que o Bolsa Família era bolsa esmola. E agora, com a cara mais cínica do mundo o teu adversário está dizendo que vai dar o 13º do Bolsa Família”, discursou, se dirigindo a Dilma.

 

Serra agradeceu o carinho dos aproximadamente
7 mil militantes. (Foto/Cacalos Garrastazu/OBritoNews/Divulgação)



Ao lado de Lula, Dilma falou para cerca de 8 mil pessoas.(Foto/Roberto Stuckert Filho/Divulgação)

 
Propostas
Dilma e Serra têm, naturalmente, diferenças em suas propostas de governo. Confira o posicionamento dos candidatos em relação aos principais temas de interesse nacional.

José Serra
Reformas: priorizar a reforma tributária.
Desenvolvimento: dar mais segurança às concessões para estimular o financiamento privado.
Ética: acabar com o loteamento político de cargos.
Contas públicas: fazer a reforma administrativa e cortar cargos comissionados; promover um ajuste nas contas públicas a partir de um corte de gastos.
Educação:
dar “bolsas-manutenção” para que os jovens beneficiados pelo Bolsa Família possam cursar o ensino técnico.
Segurança: criar o Ministério da Segurança Pública, concentrado só em tarefas da segurança; criar um braço fardado da Polícia Federal para atuar nas fronteiras e reprimir o tráfico de armas e drogas.
Infraestrutura: acabar com dois tributos na construção de infraestrutura e em saneamento e eliminar o PIS e o Cofins do saneamento no dia 2 janeiro; tocar grandes obras, incluindo o término da Ferrovia Norte-Sul.
Deficientes físicos: criar um Ministério Extraordinário do Deficiente Físico.
Obras: realizar a fiscalização de projetos pelo Ministério Público e TCU antes de dar início às obras.
Social: manter e reforçar o Bolsa Família.

Dilma Rousseff
Reformas: priorizar a reforma tributária.
Contas públicas: cortar os gastos públicos, desde que não comprometam os investimentos.
Infraestrutura: aumentar a captação de poupança e financiamentos privados para investimentos.
Economia: manter o tripé de equilíbrio fiscal, controle da inflação e câmbio flutuante.
Desoneração: desonerar salário e investimentos, além de itens de necessidade básica, como alimentos, remédios e energia elétrica.
Habitação: fazer algumas alterações no programa Minha Casa Minha Vida, entre elas a inclusão da reforma de casas e a redução da burocracia.
Social: focar-se na distribuição de renda por meio do Bolsa Família e investimentos em educação.
Obras: depois do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1) de Lula, implantar o PAC 2, dando importância a questões urbanas.
Educação: erradicar o analfabetismo do país, por meio da garantia do ensino básico; promover a inclusão digital por meio da banda larga de internet; construir o Sistema Nacional Articulado de Educação; ampliar os programas de bolsa de estudo.
Saúde: melhorar a gestão dos serviços do SUS por meio de novos métodos e tecnologias.

Biografia de Dilma
Dilma Vana Rousseff nasceu em Belo Horizonte (MG) no dia 14 de dezembro de 1947. É filha do imigrante búlgaro Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva. Iniciou a faculdade de Economia na Universidade Federal de Minas Gerais. Aos 16 anos entrou para a militância, passando a integrar organizações clandestinas. Casou-se com Claudio Galeno, separando-se pouco tempo depois. Após, conheceu o advogado e militante gaúcho Carlos Araújo, com quem teve a única filha, Paula. Em 1970, é presa e torturada pelo Dops, em São Paulo. Como não participou de qualquer ação armada, a Justiça Militar a condenou apenas por “subversão”, com pena de dois anos e um mês de prisão. Em 1973, muda-se para Porto Alegre, onde o marido, Carlos Araújo, também capturado pela repressão, cumpre pena de quatro anos. Araújo é libertado e retoma a advocacia; Dilma passa no vestibular e recomeça os estudos, agora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), uma vez que a Universidade Federal de Minas havia anulado os créditos dos alunos envolvidos com organizações de esquerda. Ela trabalhou na Fundação de Economia e Estatística (FEE) e ajudou a fundar o PDT no Estado. Em 1986, Alceu Collares (PDT), prefeito de Porto Alegre, escolhe Dilma para a Secretaria da Fazenda. Na década de 1990 ela atuou na diretoria da Câmara de Vereadores de Porto Alegre e presidiu a FEE. Em 1993, com a eleição de Collares para governador, assumiu a Secretaria de Minas, Energia e Comunicação. Após a nova separação, em 1994, iniciou o doutorado em Ciências Sociais, pela Unicamp. Em 1999 o governador Olívio Dutra (PT) assume o Palácio Piratini com o apoio do PDT. Dilma, mais uma vez, ocupa a Secretaria de Minas, Energia e Comunicação. Dois anos depois, com o rompimento da aliança, filia-se ao PT. Em 2001 integrou o grupo que montou o plano de governo de Lula e, no ano seguinte, assumiu o Ministério de Minas e Energia. Em 2005, depois do escândalo do mensalão que afastou os ministros José Dirceu e Antonio Palocci, Dilma foi para a Casa Civil, de onde saiu apenas para concorrer à presidência.

Biografia de Serra

José Serra é filho único de Francesco Serra e Serafina Chirico Serra. Nasceu no bairro operário da Mooca, na capital paulista, em 19 de março de 1942, ano em que o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial. Cresceu ouvindo música sertaneja no Mercado Municipal – onde o pai trabalhava como vendedor de frutas – e forró das cantorias dos vizinhos. Gostava de futebol de botão e lia de tudo: gibis, os volumes que o Clube do Livro entregava todo mês e a revista Seleções. Nesse período, depois da escola, ajudava o pai a vender frutas. Quando dava tempo, jogava sinuca nos bares da Mooca. Outra diversão era o futebol: torcer pelo Palmeiras, time da família de origem italiana. Foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e integrou a Frente de Mobilização Popular, que unia sindicalistas, parlamentares e lideranças como o ex-governador Leonel Brizola (PDT), do Rio Grande do Sul. Perseguido pelo regime militar, exilou-se no Chile, onde se formou em Economia e cursou mestrado. No país vizinho, conheceu a primeira bailarina do balé Nacional Chileno Mônica Allende, com quem se casou e teve dois filhos, Verônica e Luciano. Em 1973, o golpe do general Augusto Pinochet obrigou-o a uma nova fuga, desta vez para os Estados Unidos. Ele voltou ao Brasil em 1978, retomando a vida política e acadêmica. Enfrentou as urnas pela primeira vez em 1986, se elegendo deputado federal. Desde então, foram oito eleições, com cinco vitórias e três derrotas. Aos 68 anos, já foi prefeito, deputado federal, senador, ministro e governador. Esta é a segunda vez que Serra tenta chegar ao posto mais importante da República. Considerado independente, venceu a briga interna no partido com o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves (eleito senador), para concorrer. Serra evita qualquer comida com alho e cebola, só toma refrigerante sem gás, viaja sempre do lado direito do avião e chegou a colocar uma cama no banheiro da prefeitura de São Paulo, para poder dedicar mais tempo ao trabalho. Insone, costuma mandar e-mails de madrugada aos subordinados.

Calendário eleitoral

Outubro
Dia 29 – Último dia para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV; para a divulgação paga, na imprensa escrita, de propaganda eleitoral; para a realização de debates; e para propaganda eleitoral na internet.
Dia 30 – Último dia para a propaganda eleitoral mediante alto-falantes ou amplificadores de som; para a promoção de comício ou utilização de aparelhagem de sonorização fixa; e para a promoção de carreata e distribuição de material de propaganda política.
Dia 31 – Votação do segundo turno das eleições, das 8h às 17h.

Novembro

Dia 2 – Último dia para o mesário que faltou à votação de 3 de outubro apresentar justificativa.
Dia 3 – Último dia para o mesário que abandonou os trabalhos durante a votação de 31 de outubro apresentar justificativa ao juiz eleitoral.
Dia 11 – Último dia para a proclamação dos resultados finais da eleição.
Dia 30 – Último dia para a retirada da propaganda eleitoral; prazo para candidatos que concorreram no 2º turno encaminharem à Justiça Eleitoral as prestações de contas; prazo para o mesário que faltou à votação de 31 de outubro apresentar justificativa.

Dezembro
Dia 2 – Último dia para o eleitor que não votou no 1º turno apresentar justificativa.
Dia 30 – Último dia para o eleitor que não votou no 2º turno apresentar justificativa.




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