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Como identificar a leucemia felina

Casos da doença já são registrados no município. De um a dois gatos são diagnosticados com Felv por semana

Uma doença que atinge os gatos tem preocupado os ativistas da causa animal em Flores. O município está registrando um surto de Felv, doença conhecida como o vírus da leucemia felina e que é transmitida entre ‘gatos amigos’, por meio da saliva. “São gatos que convivem, comem no mesmo pote, se lambem, são amigos e trocam carinhos. Como a saliva é uma fonte de contágio, pode disseminar a doença”, destaca a médica veterinária Francine Kirsch. A doença não é transmitida para humanos nem para outros animais, como cães.

Conforme a veterinária, que trabalha com atendimento especializado e exclusivo para gatos, a maioria dos tutores nunca ouviu falar sobre a doença. “É muito sério e preocupa, porque é um mal que está se proliferando bastante e de fácil contágio”, declara. Em Flores, conforme o número informado pela ONG União Pela Vida Animal (Upeva), são diagnosticados de um a dois casos por semana. “É um número considerado bem alto, mas pode ser muito maior. Poucas pessoas ainda estão realizando o teste”, enfatiza Francine.

Conforme a mestre em virologia, Ana Paula Muterle, o vírus se aloja na medula óssea causando depleção das células sanguíneas e comprometimento do sistema imunológico. “O desenvolvimento de linfomas, leucemia e anemia aplásica grave são os principais sinais clínicos associados à infecção por Felv”, explica. Dentre os sintomas estão perda de peso e perda de apetite, mucosas pálidas, pelagem opaca, fraqueza progressiva, febre e dificuldades respiratórias. “O gato que possui o vírus vai ficar com a imunidade baixa, podendo assim adquirir diversas infecções. Então, a Felv é uma doença muito triste, com manifestações diversas”, salienta a veterinária. Atualmente não há cura para a doença, apenas a prevenção. “A vacina é muito importante. Porque no momento que o gato está infectado, não temos mais como proteger ele”, informa.

Teste e vacina 
Para quem deseja realizar o teste e vacinar seus gatos, é importante procurar um médico veterinário. Conforme a profissional Francine Kirsch, o diagnóstico da Felv é feito por meio de um teste rápido, feito no consultório. O resultado sai em torno de 10 minutos. “São coletadas três gotas de sangue do animal, e o teste serve para duas doenças: a Felv e a Fiv (Aids felina). Essa última com pouquíssimos casos”, destaca. 
A vacina contra a Felv é a quíntupla felina, necessária quando o gato não está contaminado com o vírus. Independente da idade, a primeira vacina é realiza em duas doses. Após, anualmente. “No momento em que o gato está infectado, nós não temos uma cura, não temos tratamento específico da doença. Nós tratamos o que vem aparecendo, que são os sintomas ocasionados pela doença”, diz.

Adoção
A voluntária da Upeva, Andrielli Zilli, enfatiza que todos os animais que são diagnosticados com a doença são passíveis de adoção. “Não tem por que não serem adotados. É preciso dar uma atenção maior ao gato, mas eles não têm uma morte imediata como muitas pessoas pensam”, esclarece. A voluntária também explica que a Upeva não tem condições de arcar com os gastos para testes e vacinas de todos os gatos, por isso, os animais adotados, através da ONG, têm desconto na realização do teste e da vacina. “Sempre informamos os tutores sobre o que é a doença e orientamos para realizar o teste e a vacina. Caso o tutor se negue a testar, ele assina um termo que consta que ele foi orientado sobre a Felv e está ciente que o gato possa ter a doença”, informa a veterinária Francine Kirsch.
A médica também adverte sobre o papel que acumuladores de animais e pessoas que juntam gatos das ruas têm na disseminação desta doença. “É necessário ter muito cuidado e responsabilidade, porque essas atitudes podem contribuir para o aumento da doença”, destaca.

 - Divulgação
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