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Cenourete e Catetinho

A Embrapa Hortaliças desenvolveu uma tecnologia de processamento que transforma a cenoura convencional em produtos prontos para o consumo, batizados de Cenourete e Catetinho.

A Embrapa Hortaliças desenvolveu uma tecnologia de processamento que transforma a cenoura convencional em produtos prontos para o consumo, batizados de Cenourete e Catetinho. Na verdade, são mini-cenouras que possuem como atrativo adicional o formato inusitado: a primeira tem a forma da baby carrot e a segunda é arredondada. As mini-cenouras aliam as propriedades nutricionais da cenoura tradicional à praticidade do dia a dia e à criatividade na elaboração de pratos mais requintados. Pelo processo de produção das mini-cenouras envolver matéria-prima de baixo custo, equipamentos de processamento relativamente baratos, além de terem um alto preço no mercado, essa cultivar pode ser uma boa opção de cultivo. Acompanhe algumas dicas. No que consiste A produção de mini-cenouras consiste em submeter pedaços cilíndricos de raízes de cenoura ao processo de abrasão (raspagem), com a finalidade de remover a camada superficial e torna-los arredondados. A produção de uma ou outra depende da relação comprimento-diâmetro da matéria-prima. Para a produção de Cenourete se utiliza pedaços com 6 centímetros de comprimento, tendo o produto final o formato de um bastonete arredondado. Já para a produção de Catetinho, utiliza-se pedaços com diâmetro entre 1,5 e 3 centímetros e comprimento aproximadamente igual ao diâmetro, tendo o produto final um aspecto esférico. Consumidas ao natural, cozidas ou em conserva, as mini-cenouras são excelentes opções para o lanche ou petisco. Todas essas formas de consumo são práticas e saudáveis. Como iniciar A primeira etapa do processo de produção de Cenourete e Catetinho é a escolha de cultivares de cenouras adequadas para este tipo de processamento. Conforme uma das pesquisadoras do Embrapa Hortaliças, Milza Moreira Lana, também é importante que as raízes tenham cor interna uniforme, sem formação de miolo claro e não apresentem ombro verde. “A produção de mini-cenouras brasileiras se tornou possível a partir do lançamento da cultivar de cenoura Alvorada, que apresenta tais características”, informa Milza. Outra opção pode ser uma cultivar lançada pela Embrapa Hortaliças em 2005, a Esplanada. “Essa cenoura foi desenvolvida especialmente para processamento”, diz a pesquisadora. “Ela possui raízes mais longas e mais finas, de formato aproximadamente cilíndrico, o que a torna mais produtiva do que outras variedades”, completa. Para condições de inverno com temperaturas baixas, cultivares do grupo Nantes podem ser utilizadas, desde que se observe o tamanho das raízes. Outra alternativa são as cultivares importadas do tipo Imperator. Estas apresentam raízes com boas características para processamento, mas são susceptíveis a doenças foliares o que pode requerer o uso intensivo de pesticidas mesmo sob condições de inverno. As vantagens apresentadas na produção das mini-cenouras ficam por conta da matéria-prima de baixo custo e por reduzir as perdas pós-colheita. Esse sistema agrega valor a um produto que seria descartado ou usado para alimentação animal. Cuidados ao comprar As mini-cenouras podem ser encontradas em supermercados, embaladas à vácuo em sacos plásticos próprios para alimentos. A qualidade para consumo pode ser avaliada pela aparência, sabor e odor. Elas devem estar firmes, sem apresentar manchas, mofo ou odor desagradável. A cor predominante deve ser uniformemente alaranjada e a embalagem não pode conter água. Durante o armazenamento, que deve ser feito a uma temperatura de 1°C a 5°C, as mini-cenouras podem ficar esbranquiçadas devido à desidratação, mas não perdem a qualidade para o consumo. Modo de produção A produção da mini-cenoura envolve quatro etapas de produção. Foram desenvolvidos pela Embrapa Hortaliças, de Brasília/DF, equipamentos especificamente adaptados para pequenas agroindústrias de base familiar e que podem ser fabricados em pequenas serralherias pelos agroindustriais interessados. As processadoras, como são chamadas, foram adaptadas a partir de uma descascadora de batatas. As máquinas servem para tornear pedaços de cenoura inicialmente cilíndricos, por meio de abrasão, para que ales adquiram o formato de Cenourete ou de Catetinho. A finalidade dos processadores é remover mecanicamente as primeiras camadas da cenoura, utilizando a força centrífuga e o atrito do produto contra uma superfície abrasiva fixada na parte interna da processadora. A diferença básica eles está na capacidade de processamento, respectivamente, dois e oito quilos de produto por operação. Como funciona Nas duas máquinas o abastecimento é feito por uma abertura superior. Dois quilos de pedaços de raízes são colocados sobre o disco abrasivo que, ao girar, provoca simultaneamente a movimentação dos pedaços de raiz e o esfolamento com remoção das camadas externas, garantindo um torneamento uniforme. Finalizado esse processo, o descarregamento é feito por uma abertura lateral. Um jato permanente de água sob baixa pressão remove os resíduos originados na raspagem. Ao sair da máquina, a água é canalizada para um depósito. Após passar por um filtro é bombeada de volta à torneadora. A filtragem é feita para separar as sobras do resíduo sólido. Este processo tem o rendimento de 30 kg de material processado, obtido a partir de cerca de 100 kg de raiz inteira.
Cenourete (e) e Catetinho: duas opções rentáveis aos produtores. - Embrapa / Divulgação
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