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Alô, é da Oi? Temos um problema

Moradores do interior ficam sem telefone diante do furto de fios. Operadora enviou correspondências informando suspensão do serviço de telefonia fixa em cobre

Nos últimos meses, os moradores da região de Otávio Rocha tiveram que repensar sua comunicação via telefone fixo. Muitos fios de cobre pendurados nos postes denunciam o descaso com a prestação deste serviço. Desde maio, quem precisou utilizar o aparelho convencional da Oi teve mais dificuldade do que de costume.
Além disso, recentemente, câmeras de monitoramento flagraram pessoas retirando ou cortando os fios dos postes. Os comentários são diversos. Alguns afirmam que foi vandalismo. Já outros, que poderia ter sido ação da própria empresa de telefonia por não querer mais trabalhar com esta tecnologia. O problema é que ao menos uma das ações que afetaram o serviço de telefonia teria ocorrido na madrugada, por volta das 2h. 

— No meu ponto de vista é um problema de segurança pública. Há mais de anos os cabos começaram a ser roubados no entorno da Vila e ninguém repôs os cabos. Eu cheguei a fazer uma queixa na polícia no mês de maio quando roubaram os cabos na frente da minha casa, próximo a subprefeitura. Depois, na outra semana, cortaram um cabo da Central Telefônica, isso tudo dentro da Vila. Eu fiz a queixa na delegacia online e na semana seguinte o inspetor me ligou e falou que estavam investigando —  afirma Valter Marzarotto,   64 anos. morador da rua Uva Isabel. A Polícia Civil confirma que segue investigando o caso denunciado pelo morador.

Com dificuldade na utilização do serviço, alguns moradores entraram em contato com a Oi, que orientou a migração para fibra ótica. O assunto chegou a ser abordado na Câmara de Vereadores, em tom de exigir explicações da empresa. A prefeitura também busca contatar a operadora, mas não obtiveram a resposta almejada. 
Conforme o secretário de Administração e Governança, César Conz, as tentativas de contato com a Oi são constantes, porém, “eles são evasivos e não dão uma resposta objetiva”. Através de uma nota (página 18) a prefeitura afirma que está concentrando esforços para ajudar a população e que os moradores que se sentirem lesados devem procurar o Procon de Flores da Cunha, através dos telefones (54) 9-9933-5126 ou (54) 3292-3885.

Furto e desistência do telefone

Clientes há mais de 15 anos da Oi, a família Molon tem um posto de combustíveis em Otávio Rocha. No mês de julho, optaram por cancelar a linha e migrar para fibra, mantendo o mesmo número.
— A gente tinha telefone fixo, só que acabamos cancelando quando furtaram a fiação e transferimos para fibra. Vários clientes vieram aqui (no posto) e disseram que tentaram entrar em contato e não conseguiram. Nunca ficamos sem telefone, foi só nesses últimos 20 ou 30 dias. A última cobrança veio agora. Como o pessoal do bairro comentou que seria difícil alguém da Oi vir arrumar e eu já estava pensando em migrar para fibra, só cancelei. Pagávamos R$ 60 por mês — afirma Ivangela Molon, 32, proprietária do Posto Molon. 

"Simplesmente nos abandonaram"

Desde 1995, Maristela Bortoloso, 56, e seus familiares utilizam o telefone fixo para contatos pessoais e com os clientes do restaurante Bar do Gringo, que fica na rua Uva Itália. Apesar de terem acesso à internet, aproximadamente 80% da comunicação era via tecnologia de cobre instalada na época da CRT.  
— Essa linha que temos foi comprada e agora simplesmente eles nos abandonaram. Depois da enchente de maio ficou ruim. Agora nós temos a torre da Vivo e da Claro. Mas é complicado. A justificativa da Oi é que podemos fazer portabilidade. O problema é que tem gente que não sabe mexer com as tecnologias. Esses dias, eu liguei para Oi e fiquei 32 minutos esperando. Quando me atenderam, eles estavam sem conexão entre eles. No outro dia liguei novamente e o retorno que me deram é que não vai mais ter Oi fixo. Os clientes começaram a nos procurar e perguntar porque não atendíamos o telefone — relata Maristela.

 

 - Ivangela Molon, proprietária do Posto Molon, optou pela migração. - Antônio Galvão
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