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A situação na Itália com o coronavírus

Confira relato de um paduense que retornou ao Brasil na última semana

Nas últimas 24h, a Itália registrou uma alta de 57% no número de mortes pelo novo coronavírus. Neste domingo, dia 8, o país contabiliza 7.375 casos confirmados e 366 mortes - o número estava em 233 mortes no sábado, dia 7.

Com isso, o goveno italiano tomou uma medida drástica para tentar conter a propagação do Sars-CoV-2 no país, que é o mais afetado na Europa. O primeiro-ministro Giuseppe Conte assinou um decreto que determina uma quarentena em parte da Itália e também o fechamento de cinemas, teatros e museus até o dia 3 de abril. Confira o relato de um paduense que recentemente voltou do país e um brasileiro que mora em Milão.

“Fomos viajar para a Itália no dia 14 de fevereiro e retornamos na semana passada. A ida foi muita tranquila, porque ainda não tinha estourado o surto do coronavírus. Lá, ficamos em Portugal, por cinco dias, fizemos um cruzeiro pelo Mediterrâneo de oito dias e depois visitamos Roma. E o que percebemos na viagem é que a mídia está assustando muito os turistas. Estão fazendo um alarde para uma situação que não é tão grande assim. Visitamos o Vaticano e onde esperávamos filas gigantes, não tinha quase ninguém. Mas, está tudo funcionando normalmente. Ninguém usa máscara. Na Itália, a orientação é para usar bastante álcool gel e lavar bem as mãos. Máscara é só para quem tem algum sintoma, mas, principalmente, brasileiros e argentinos estavam usando. Nós, em lugares de aglomerações, pontos turísticos, também usávamos. Na questão de aeroportos apenas mensagens. Eles enfatizavam que apenas quem tinha sintomas, principalmente, febre, era pra procurar imediatamente um médico. No mais, vida normal. Então, em um panorama geral, a mídia está assuntando muito os brasileiros para uma situação que, vendo dos países mais atingidos, não é tão grave. No voo Itália-Brasil nos precavemos usando máscaras e todos nos olhavam de uma forma estranha, porque ninguém estava usando”.

Relato de um morador de Nova Pádua que preferiu não se identificar e esteve viajando pela Itália nos últimos dias.

“Em torno de 15 dias começou o problema do coronavírus em 11 cidades situadas na Lombardia, as quais estão bloqueadas. Ninguém entra e ninguém sai, estão todos de quarentena, porque foi detectado um foco da doença. Na Itália temos um sistema de proteção civil muito forte, mas que, evidentemente, está tendo uma sobrecarga. Aqui em Milão a situação está mais tranquila, estamos a 60 km deste foco, mas o impacto está acontecendo. Está tendo a suspensão de voos e eventos. A orientação é para que não sejam realizadas atividades com aglomeração de pessoas até o este domingo, dia 8. Escolas, cinemas, teatros, que atualmente estão fechados, devem retornar as atividades na segunda-feira, dia 9. Estes últimos dias já estamos percebendo uma retomada do movimento, porque a situação está prejudicando muito a economia. Então, a partir de segunda, as coisas devem ser retomadas com muito mais intensidade. Preocupação existe, mas não existe pânico. Houve uma alteração de rotina, porque as pessoas estão se cuidando mais para evitar o contágio, mas, de forma geral, é um problema que está bem controlado na Itália e existe um sistema de proteção civil e social que está funcionando”.

Relato do jornalista e consultor de empresas  Evandro Fontana, 50 anos, em Milão desde 2018.

 - AP Photo/Antonio Calanni/Divulgação
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