Violência doméstica vira tese de mestrado
Delegada Aline Martinelli concluiu estudos na área da Criminologia em Portugal, com relatos de cidades da região, inclusive de Flores
Atuando na delegacia da Polícia Civil de Flores da Cunha há 10 anos, a delegada Aline Martinelli agora é mestre em Criminologia. Ela concluiu em abril seu mestrado intitulado ‘Atitudes das forças policiais face à violência doméstica e implicações na sua atuação’, apresentando sua tese pela Universidade Fernando Pessoa, que fica na cidade de Porto, em Portugal.
Formada em Direito, Aline conta que estudar e ler sempre foi um gosto pessoal. Com a ideia de fazer um mestrado no Exterior, viu a possibilidade de conquistar o mestrado sem prejudicar sua rotina de vida e, especialmente, o trabalho junto à Polícia Civil – o qual ela iniciou aos 23 anos de idade. “Acredito que o estudo dignifica o ser humano. A cada ano sempre fazia algum curso na área para me aperfeiçoar, porém resolvi dar um passo maior e aprimorar de forma mais profunda meus conhecimentos, unindo duas coisas que gosto de fazer: estudar e viajar, utilizando meus períodos de férias e condensando as aulas anualmente”, conta Aline.
O mestrado foi iniciado em 2017, na área da Criminologia – que une Direito e Psicologia. Em um trabalho quantitativo, Aline entrevistou policiais de diversas cidades do Rio Grande do Sul, inclusive Flores. “Desta forma, consegui colar grau como mestre, mas também pude contribuir para o desenvolvimento da instituição da qual faço parte, uma vez que analisei o fenômeno da violência doméstica a partir da perspectiva do atendimento às vítimas. Foi um trabalho exaustivo, mas recompensador”, conta a delegada.
Durante o estudo, Aline destaca que encontrou resultados reveladores a respeito de significativas mudanças nessas questões, “demonstrando comprometimento, seriedade e conhecimento dos policiais”, complementa. A tese deverá ser publicada no Brasil e também em Portugal. Para Aline, o próximo passo será lecionar na área. “Tenho tido alguns convites e poderei transmitir o que aprendi. Sinto orgulho e um sentimento de realização pessoal. Devemos acreditar em nossos sonhos e, mesmo formados, buscar uma eterna especialização”, valoriza.
Mesmo com novas possibilidades profissionais, Aline descarta deixar a rotina junto à Polícia Civil. “Será uma atividade para conciliar. A Polícia Civil sempre em primeiro plano”, admite.
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