Segurança

Polícia prende quadrilha que aplicava o golpe do bilhete

Operação Pólis envolveu policiais de diversas cidades do Estado, inclusive três agentes de Flores da Cunha

A Polícia Civil prendeu três pessoas e apreendeu mais de 100 veículos, entre carros e motocicletas e embarcações, em meio à operação Pólis, deflagrada sábado, dia 16, em Passo Fundo, no Norte gaúcho. Cerca de 430 policiais de diversos municípios gaúchos, em 140 viaturas e um helicóptero, cumpriram 127 ordens judiciais, a fim de desbaratar uma quadrilha suspeita de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no conhecido “conto do bilhete premiado”. 

A ação contou com três agentes da delegacia de Flores da Cunha, município que já registrou diversas aplicações do golpe. A ocorrência mais recente foi registrada dia 6 de junho, quando uma idosa de 75 anos perdeu mais de R$ 1 mil por um casal de estelionatários. Um homem de 34 anos, que seria morador de Passo Fundo, foi identificado pela Polícia Civil florense. Ele pode estar entre os quase 200 investigados. 

A Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas de Passo Fundo (Defrec) e a 6ª Delegacia de Polícia Regional iniciaram as investigações ainda em maio de 2015, quando constataram que os veículos envolvidos na prática dos crimes tinham placas de outras cidades. Os agentes descobriram, então, que comprovantes de moradia eram falsificados para emplacar os automóveis na cidade. Em três anos, a Polícia Civil identificou mais de 180 envolvidos na atividade criminosa, entre pessoas físicas e jurídicas, e localizou bens móveis e imóveis em nome de terceiros, o que motivou a representação pela busca, apreensão e bloqueio dos bens. De acordo com a Delegacia de Furtos, Roubos e Capturas de Passo Fundo, a cidade se tornou “berço” de uma quadrilha especializada nesse tipo de crime, aplicado nos três estados do Sul, em Minas Gerais e em São Paulo. É em Passo Fundo, segundo os investigadores, que a quadrilha se organiza, treina a simulação usada no golpe, adquire veículos e investe o dinheiro, em contas de laranjas ou parentes ou comprando joias e imóveis de luxo.

O golpe consiste em uma simulação teatral em que um dos estelionatários finge ser uma pessoa humilde ou analfabeta para, nas imediações de bancos, abordar a vítima, geralmente uma pessoa idosa e aparentando situação financeira favorável.


Pelo menos  75 carros e caminhonetes, 19 motocicletas, dois barcos, dois jet ski, um caminhão, R$ 41 mil, U$ 3 mil, e joias em ouro foram apreendidos na ação. A operação contabiliza cerca de R$ 4,7 milhões em bens apreendidos, no entanto, a polícia acredita que o acumulado pelos golpistas nos últimos cinco anos pode chegar a R$ 20 milhões. 

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